Hoje é dia de Thunderbolts. E vou dizer: eu ando meio assim com a Marvel. Depois de uma longa sequência de bons filmes, eles se perderam forte em seus últimos lançamentos. Some a isso o fato de que eles fizeram tantos filmes que muitos – incluso este que vos escreve – empapuçados de super-heróis e de universos conectados.
Muito disso se deve às escolhas feitas, como matar ou tirar da escalação heróis muito queridos; ou eliminar metade do universo e trazer todo mundo de volta cinco anos narrativos depois. Assim, o MCU de hoje tem em nomes como Sam Wilson, John Walker e Yelena Belova suas principais âncoras. É a raspa de tacho dos heróis de quadrinhos, com personagens que só os fãs mais dedicados conhecem.
ENTRA THUNDERBOLTS
Os Thunderbolts são um grupo de heróis que no gibi rivalizam com nomes como Excalibur ou Esquadrão Suicida. Talvez – e espero que seja o caso – eles se tornem mais conhecidos no cinema. Mas tê-los como a esperança para um universo cinematográfico que um dia teve Capitão América, Homem de Ferro, Hulk e vários outros heróis importantes é uma decisão boluda e, no mínimo, curiosa.
Apesar da longa introdução, no entanto, o que conta mesmo na qualidade de um filme é o filme em si, não a popularidade anterior de seus personagens. E, veja só, Thunderbolts é um filme legal. Divertido, descompromissado e cheio de ação, com a maior cara dos clássicos do MCU.
Em especial o personagem de David Harbour, Guardião Vermelho, rouba a cena sempre que aparece. Quando ele rasga um travesseiro com a maior cara de raiva e grita “travesseiro malvado!”, eu ri sozinho no cinema, provavelmente porque a legenda arruinou a piada dizendo que ele tinha falado “maldição” (?). Mas esta é só uma das muitas boas e bobas piadas que o filme apresenta. O Guardião Vermelho é não apenas o alívio cômico, mas o coração do filme, o único dos heróis que não apresenta animosidades em relação aos colegas.
ELES SE ODEIAM, MAS PRECISAM TRABALHAR JUNTOS
O intertítulo acima é uma boa sinopse para o filme, e demonstra como a história é o de menos, já que você já a viu várias vezes antes. O curioso é o quanto este filme é a evolução de sementes que foram plantadas em diversas séries do Disney Plus. A Valentina (Julia Louis-Dreyfus), por exemplo, já apareceu tantas vezes em pontas tão pequenas que eu tenho dificuldade de dizer onde a vi – mas tenho certeza que já a vi. Pois então, aqui ela finalmente ganha seu momento de brilhar.
Outro nessa linha é o John Walker, que até foi importante na série Falcão e o Soldado Invernal, mas que aqui ganha um papel de herói que o aproxima do Pacificador de O Esquadrão Suicida.
E daí tem as cenas de ação, que são frequentes e muito bem filmadas. Eu costumo citar o MCU como meu principal algoz nas cenas de ação ultra-editadas que Hollywood faz atualmente. Assim, é com prazer que digo: Thunderbolts segue um outro caminho, com cenas de porrada mais longas e coreografadas, incluindo alguns plano-sequências.
FINAL ENROLADO
Thunderbolts me surpreendeu positivamente. Eu estava na ideia de que veria mais um filminho de super-heróis a trabalho, mas quando percebi estava me divertindo. A exceção foi o final, em especial depois que o Sentinela muda de cor. Achei este trecho um tanto enrolado e chato, especialmente por ser o clímax do filme. Se fosse procurar motivos para tirar nota – o que preciso fazer, já que isto é uma crítica, seria este trecho o culpado.
Mas isso não muda a minha recomendação. Se você, como eu, estava um tanto cansado das últimas produções do MCU e sente falta dos filmes mais simples e divertidos de outrora, Thunderbolts é uma ótima pedida. Bora ao cinema?
Nossas críticas do Marvel Cinematic Universe:
– Homem de Ferro – Genial, playboy, filantrópico, mas não o melhor.
– Homem de Ferro 2 – Sejam bem-vindos, Viúva Negra e Máquina de Combate!
– O Incrível Hulk – O Edward Norton faz falta?
– Thor – Até que é bom, mas falta alguma coisa.
– Capitão América: O Primeiro Vingador – Se eu perdesse uma dança com a Peggy também nunca iria me perdoar.
– Os Vingadores – The Avengers – O primeiro, mas não o único.
– Homem de Ferro 3 – É sensacional, todavia, as armaduras do Tony parecem de papel.
– Thor: O Mundo Sombrio – Hum, meh.
– Capitão América 2: O Soldado Invernal – Who the hell is Bucky?
– Guardiões da Galáxia – A aventura mais pipoca de todas.
– Vingadores: Era de Ultron – Agora, sim, isso aqui é um time de responsa.
– Homem-Formiga – Sério, o vilão é sem sal.
– Capitão América: Guerra Civil – O Steve tem razão.
– Doutor Estranho – Os poderes mais incríveis são do Mago Supremo.
– Homem-Aranha: De Volta ao Lar – É assim que se faz, tá, Sony?
– Thor: Ragnarok – Quero meu martelo de volta.
– Pantera Negra – Um tapa na cara da sociedade.
– Vingadores: Guerra Infinita – Tanto esforço por uma gota de sangue…
– O Homem-Formiga e a Vespa – Meio genérico. Também, veio depois de Guerra Infinita!
– Capitã Marvel – A herói mais porreta da Terra. É, Thanos, agora pegou pro teu lado.
– Nota sobre nossa crítica de Vingadores: Ultimato – Nossa crítica do filme demorou para sair. E este é o motivo.
– Vingadores: Ultimato – E esta é a crítica que demorou para sair.
– Vamos falar sobre Vingadores: Ultimato COM SPOILERS: só clique aqui se já assistiu.
– Homem-Aranha: Longe de casa: É o macaco noturno!
– Shang-Chi e os Dez Anéis: É o mano do busão!
– Homem-Aranha: Sem Volta para Casa: O lado bom do fanservice.
– Doutor Estranho no Multiverso da Loucura: Mais um da série “não teve espaço para dar um título para a crítica”.
– Thor Amor e Trovão: uma farofa deliciosa: Quem diria que logo o Thor viraria a maior farofa do MCU?
– Homem-Formiga e a Vespa Quantumania: Um filme que nem tenta contar uma história nova.
– Guardiões da Galáxia 3: diretor bom, roteiro ruim: Pior quando as duas funções são feitas pela mesma pessoa.
– As Marvels: girl power!
– Deadpool & Wolverine: a saideira do universo de super-heróis da Fox.
– Capitão América Admirável Mundo Novo: raspando o tacho da Marvel.