Hoje é dia da nossa crítica O Esquadrão Suicida. Favor não confundir com a nossa crítica Esquadrão Suicida. Cara, como eu sinto falta da época em que os títulos de filmes faziam sentido. Tipo, a gente tinha Rocky. Depois vinha Rocky IIRocky IIIRocky IV Rocky V. Daí as coisas começaram a degringolar com Rocky Balboa. E daí veio Creed. E depois Creed II, que deveria se chamar Rocky VIIIFuckin’ hell! Hoje em dia a coisa é uma bagunça. Eu sinceramente não sei a ordem dos Velozes & Furiosos olhando para os títulos em inglês e a franquia Esquadrão Suicida está indo pelo mesmo caminho, com seus três filmes chamados Esquadrão SuicidaAves de RapinaO Esquadrão Suicida!

Crítica O Esquadrão Suicida, O Esquadrão Suicida, Arlequina, Margot Robbie, DelfosCRÍTICA O ESQUADRÃO SUICIDA (IMPORTANTE NÃO ESQUECER O ARTIGO)

Se o diretor de O Esquadrão Suicida não fosse James Gunn, eu diria que o longa quer muito ser Guardiões da Galáxia. Porém, o que dizer quando o diretor é o mesmo? Será que a Warner contratou o sujeito e disse “vai e faz igual”? Ou será que ele não consegue fazer algo diferente?

O fato é que O Esquadrão Suicida é praticamente um cover do primeiro Guardiões da Galáxia (graças ao olho furado de Odin, pois o segundo é um cocô suado). Trata-se de um filme de ação estiloso, que solta piadas como uma metralhadora. É repleto de músicas antigas conhecidas, parece um videoclipe e até repete a piada de colocar um brucutu famoso para dublar uma criatura em CG que quase não fala (Vin Diesel no GuardiõesSylvester Stallone aqui).

A principal, e quiçá única, diferença entre os dois é que O Esquadrão Suicida fala palavrões e é extremamente violento. Sim, extremamente. A coisa chega ao gore, mas como é tudo cômico e exagerado, não é assustador. Normalmente a violência é só mais uma piada.

E TUDO BEM!

E sim, por um lado isso não é um problema. O Esquadrão Suicida promete duas horas de diversão, e é exatamente o que entrega. Não acho que alguém compre ingresso para ele esperando algo diferente disso. Aliás, era o que muitos esperavam do primeiro filme, Esquadrão Suicida Sem Artigo, e que começou a ser entregue em Esquadrão Suicida 2: Aves de Rapina.

Crítica O Esquadrão Suicida, O Esquadrão Suicida, Arlequina, Margot Robbie, Delfos

Apesar da presença da Arlequina (Margot Robbie), senti que o filme é totalmente independente dos anteriores, e até mesmo do universo DC cinematográfico como um todo. Aliás, eu não sou nenhum especialista em DC, mas de todo o elenco de vilões/heróis presentes no filme, o único que eu já tinha ouvido falar, além da palhaça do crime, é o Ratcatcher. E este aqui não é o personagem clássico, mas sua filha.

Felizmente, o elenco é muito legal. Tem tanto personagem divertido aqui que eu queria que a maior parte deles aparecesse mais. Porém, justamente por haver tantos personagens, poucos além do Idris Elba realmente têm bastante tempo de tela. Até mesmo a Arlequina é coadjuvante.

Alguns dos heróis que eu não conhecia me arrancaram boas risadas. O Pacificador do John Cena e seu discurso “amo tanto a paz que mataria crianças para conquistá-la” representa bem meu tipo de humor. Também gostei muito da Doninha, que quase não aparece, mas é tão feinha que acaba ficando bonitinha e carismática, sabe?

ESTILO SOBRE SUSTÂNCIA

A direção não é especialmente criativa, mas é sem dúvida estilosa. Tem uma cena tremendona na qual a Arlequina dá umas porradas, mas seus desafetos sangram em florzinhas de desenho animado. É lindo de ver, e combina muito com a personagem. E o filme é cheio de cenas assim.

Porém, a verdade é que ele de fato não cria nada. Ele não apenas copia tintim por tintim a fórmula do Guardiões da Galáxia, como inclusive tem umas cenas que precisavam de um cineasta mais criativo. Por exemplo, tem alguns planos, ao longo do filme, em que eu sabia que o personagem sendo mostrado ia morrer de repente, simplesmente por estarem sendo filmados da mesma forma que Hollywood sempre faz esse tipo de cena.

Manja aquela cena padrão, do sujeito que sorri para a câmera antes de ser desintegrado? É nesse nível! E essa mania do cinema ficar repetindo as mesmas cenas e as filmando sempre do mesmo jeito me incomoda MUITO. Quantas vezes vamos ver um fulaninho brigando com alguém no meio da rua e de repente um caminhão o atropela, mas o motorista só buzina enquanto estiver no plano? Eu sei, sou um velho rabugento.

O ESQUADRÃO SUICIDA ENTRETÉM E DIVERTE

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Talvez minhas expectativas estivessem muito altas ao ler as críticas internacionais. E de fato, eu esperava mais do que um Guardiões da Galáxia com palavrões e violência explícita. Não que eu não goste da fórmula.

O filme é estiloso, tem excelentes cenas de ação, boas piadas e uma ótima trilha sonora. Seu problema reside justamente no fato de que já vimos tudo isso antes – e em um filme do próprio James Gunn. Não é uma questão de gênero, de conteúdo em si. Você sabe, eu gosto de filmes de ação estilosos e bem humorados. O problema é mais de forma. É a sensação de que você está assistindo a um cover, não a uma obra original. O Aves de Rapina, por exemplo, segue a mesma fórmula de gênero, mas tem mais personalidade. Sinto que rolou uma certa preguiça do cineasta em criar algo novo, ou mesmo um roteiro com o qual eu me importasse o suficiente para dedicar pelo menos um parágrafo da resenha para a sinopse (repare que não fiz isso).

E dito tudo isso, sob o risco de me tornar repetitivo, tenho que reforçar que O Esquadrão Suicida me divertiu bastante. Ele só não me marcou o suficiente. Ele está, por exemplo, no nível de qualidade de Dupla Explosiva 2. Legal, divertido, porém nada de mais e totalmente esquecível.

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