O delfonauta me corrija se eu estiver errado, mas eu diria que não existe outro filme com apostas tão altas quanto Vingadores: Guerra Infinita. Simplesmente há muito investido aqui, e não me refiro ao seu orçamento. São 18 filmes (espero não ter errado a conta) lançados ao longo de 10 anos. E todos estes 18 filmes caminharam para este momento, plantando sementinhas como as Joias do Infinito e participações escondidas ou nem tanto do vilão Thanos. A Marvel espera muito deste filme. A Disney espera muito deste filme. Mais importante, os fãs esperam muito deste filme.

Vingadores: Guerra Infinita, Delfos
Até o elenco espera muito deste filme.

A sinopse você já deve saber. Afinal, faz tempo que ela vem sendo plantada nos filminhos da Marvel. De qualquer forma, não quero que meu professor de jornalismo se decepcione comigo, então vamos lá: o Thanos quer possuir todas as Joias do Infinito, o que o tornará a criatura mais poderosa do universo. Duas delas estão na Terra. Hora do pau!

COM MUITOS PERSONAGENS VEM POUCO TEMPO DE TELA

Tem muito personagem aqui, e olha que tem uma galera que ficou de fora. Isso traz muitos desafios. Comecemos pelo lado bom. Vingadores: Guerra Infinita é um filme sem protagonistas. Com isso, quero dizer que ele faz um excelente trabalho dividindo o tempo de tela entre seu estrelado elenco.

Vingadores: Guerra Infinita, Delfos

Vingadores: Guerra Infinita, DelfosPor outro, ele é quase um filme de contos intercalados. Os heróis são divididos em grupos, todos com o mesmo objetivo: impedir a meta do Thanos. Mas eles fazem isso em planetas diferentes e, em vários casos, sem nem saber da luta dos outros.

Assim, você pode estar investido na história de alguns heróis, e daí o filme corta para um outro grupo e só vai voltar para o primeiro depois de mais de 30 minutos. “Onde esse cara estava da última vez que apareceu?” era algo que eu me via constantemente pensando.

ELE PARECE UM CRUZAMENTO DE PIRATA COM UM ANJO

A boa notícia é que, apesar disso, o filme é legal. Muito legal, aliás. Dado o perigo da ameaça da vez e a responsabilidade que ele carrega, eu achava que ia acabar dando uma boa maneirada no humor típico das produções da Marvel. Não é o caso. Há muito humor aqui, tanto quanto nas produções mais cômicas da Casa das Ideias, como Thor: RagnarokHomem-Formiga.

Muitas vezes o humor nem está no roteiro propriamente dito, mas na escolha das músicas. O que me leva a outro ponto que muito me agradou.

A DIREÇÃO

Vingadores: Guerra Infinita, Delfos
Não, não é a direção da nave.

A essa altura os irmãos Russo já são macacos velhos na Marvel, mas eu arriscaria dizer que este é seu melhor trabalho de direção, propriamente falando. Tem um monte de planos bonitos e fora do comum, mas o que mais me chamou a atenção foi uma brincadeira com perspectiva que me remeteu diretamente a Indiana Jones e a Última Cruzada.

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O filme também chama atenção por suas cenas de ação épicas e estilosas. Aliás, como este é basicamente um filme de contos, a impressão que dá é que cada cena tem seu clímax. Vingadores: Guerra Infinita é acelerado e praticamente non-stop, o que é muito bem-vindo para crianças hiperativas como eu.

E O ROTEIRO?

Pois é, este já é um aspecto que me incomodou um pouco. Por exemplo, essa nova versão do Homem-Aranha, com um monte de trajes superpoderosos feitos pelo Tony Stark, está ficando muito exagerada. A sensação que fiquei assistindo a Guerra Infinita é a mesma que tinha ao ler histórias antigas do Superman, quando os roteiristas iam criando novos poderes para o personagem conforme as necessidades de roteiro. E isso não é legal nem para o superpoderoso Superman, muito menos para o Homem-Aranha.

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Outro que também segue por essa linha é o Homem de Ferro. E sim, a gente sabe que ele tem um milhão de roupas, mas neste filme a sua roupa tem um fator de cura de dar inveja ao Wolverine. Menos, né?

Também senti falta do Hulk. O Mark Ruffalo está no filme, mas sua contraparte verde é limitada a uma aparição piscou/perdeu na abertura.

Vingadores: Guerra Infinita, Delfos
Mas ei, tem o Hulkbuster!

E O GAVIÃO ARQUEIRO?

Aliás, muito se falou sobre a presença ou não do Gavião Arqueiro em Guerra Infinita. A Marvel, claro, não confirmou nem negou. Entendo que pode ter gente que prefere descobrir se o herói está ou não por conta própria. Porém também tem muita gente doida para saber logo, então se você é um destes, selecione o espaço abaixo.

O Gavião Arqueiro não está em Guerra Infinita.

QUEM MORRE?

Obviamente, isso é algo que eu não vou responder aqui. É fato que o contrato de vários dos atores iria até este filme, então a chance é grande de nunca mais vermos alguns destes heróis da forma que os conhecemos até agora.

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Que você acha do meu terceiro olho?

Porém, a forma como as mortes foram mostradas foi o principal motivo para eu ter tirado meio Alfredo da nota. Há, sim, momentos dramáticos. E considerando que todos sabemos que este filme terá uma continuação ano que vem, o final dele é bastante esperado.

Porém, se tem uma coisa que me fez parar de ler os gibis da Marvel é o que se popularizou chamar de comic book death. Basicamente, mortes em gibis de super-heróis não têm mais impacto algum, pois elas normalmente são anuladas nas edições seguintes. Isso era algo fácil de evitar nos filmes. Mas não evitaram.

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Vou manter o texto livre de spoilers aqui, mas permita-me explicar porque falei disso. Se a Marvel realmente mantiver algumas das mortes que rolam aqui, ela terá se mostrado a empresa mais boluda da história. Porém, conhecendo como Hollywood e os gibis funcionam, é batata que o final de Guerra Infinita será anulado nos primeiros minutos de Guerra Infinita 2 (ou seja lá como ele se chame). E isso prejudicou muito este filme.

A pior coisa que um roteirista pode fazer é forçar um ponto dramático matando um personagem que não vai ficar morto. E Guerra Infinita comete este erro. FORTE. Pode ser – e eu até espero – que eu morda a língua quando sair o próximo longa, mas eu seria capaz de apostar uma Joia do Infinito que tem uma galera que não vai ficar morta.

Vingadores: Guerra Infinita, Delfos
O Thanos não seria capaz de matar aquele personagem, seria?

VINGADORES: GUERRA INFINITA

Este é o principal porém em um filme do qual gostei bastante. Mas convenhamos, é um senhor porém. É a Marvel cometendo nos cinemas o mesmo pecado que custou sua credibilidade – e muitos leitores – nos quadrinhos. Parece que uma armadilha tão óbvia seria fácil de evitar e, ainda assim, ela não conseguiu.

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Dito isso, é um filme legal, e sem dúvida o filme de super-heróis mais épico já feito. Justamente por isso, acaba sendo mesmo um longa para iniciados, para quem tem a história dos 18 filmes anteriores fresca na cabeça. Se este não é seu caso, pode ser que fique bem confuso em algumas cenas, ainda que a diversão seja garantida.

LEIA NOSSAS RESENHAS DO UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO MARVEL:

Homem de Ferro – Onde tudo começou.

Homem de Ferro 2 – Agora com ainda mais Tony Stark.

O Incrível Hulk – Até por favelas cariocas o gigante esmeralda passou.

Thor – E não é que o deus do trovão é meio fanfarrão?

Capitão América: O Primeiro Vingador – Apresentando a última peça que faltava na fase 1.

Os Vingadores – The Avengers – O filme de super-heróis mais esperado da história.

O Hulk de Ang Lee – Não faz parte da história, mas, ei, é o Hulk!

Homem de Ferro 3 – Has he lost his mind? Can he see or is he blind?

Thor: O Mundo Sombrio – A fanfarronice está de volta.

–  Capitão América 2: O Soldado Invernal – O Sentinela da Liberdade está de volta. E dessa vez é pessoal.

Guardiões da Galáxia – Somos como o Kevin Bacon.

Vingadores: Era de Ultron – Toninho Stark e seus superamigos estão de volta.

Homem-Formiga – Encerrando a fase 2 da Marvel no cinema.

Capitão América: Guerra Civil – De que lado você está?

Doutor Estranho – O Mago Supremo da Terra faz sua estreia no MCU.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar – Eu acho que o Hulk deve ser cheiroso.

Thor: Ragnarok – É o Hulk numa banheira.

Pantera Negra – Cultura é mais importante do que raça.