Ai ai. Esta é nossa crítica Sorria. Consegue sentir minha empolgação por ter passado as últimas horas da minha vida assistindo a isso aqui?

CRÍTICA SORRIA

Rose (Sosie Bacon) é uma profissional de saúde mental. Um dia, uma mocinha aparece lá dizendo que as outras pessoas estão sorrindo pra ela de forma malvada. E daí a paciente se mata. Mal sabia Rose que este era o início de seus problemas.

Acontece que os sorrisos são o modus operandi de uma entidade malvada. Quem vê o sorriso é infectado e passa a ser atormentado por alguns dias, culminando em um novo suicídio. Tem fantasma que espalha sua maldição por fitas VHS, outros por sorrisos. E cada macaco no seu galho. Afinal, vivemos em um mundo com liberdade de expressão e cada monstro faz suas vítimas como preferir.

FÓRMULA CANSADA

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A questão é que você, eu e absolutamente qualquer pessoa com apreço por filmes de medo, já viu essa história antes. Eu vou, no próximo parágrafo, contar exatamente essa fórmula, de forma não específica a Sorria. Porém, este troço tem uma fidelidade tão absurda à fórmula que, mesmo sem ser específico, vou literalmente contar o filme inteiro aqui. Então aviso de spoiler, acho. Pule o próximo parágrafo se quiser manter a surpresa, mas a ideia é que você leia isso, perceba que já assistiu a esta história e simplesmente não perca seu tempo com Sorria.

A pessoa é “amaldiçoada” por alguém que estava buscando sua ajuda. Ela não acredita na vítima, e acaba passando pela mesma situação. E ninguém acredita nela. A protagonista então percebe que isso já aconteceu a outras pessoas antes e vai atrás de conhecidos das vítimas anteriores. Eventualmente, percebe o padrão na maldição, e descobre alguém que quebrou o padrão e “escapou”. Mas a tática que a pessoa usou para escapar é horrível e nossa heroína então começa a pensar em outras formas de escapar. Depois de uma perseguição cheia de momentos do tipo “bu”, ela acredita que venceu a maldição. Só para, surpresa, descobrir que era tudo uma pegadinha, e que a maldição continua.

Ainda aqui? Pulou o parágrafo anterior? Pois agora vamos falar de forma mais específica e sem spoilers.

Crítica Sorria, Sorria, Smile, Paramount, DelfosCRÍTICA SORRIA: NADA DE BOM

A melhor coisa de Sorria são, sinceramente, os sorrisos assustadores no pôster. Foi por causa deles que fiquei com vontade de assistir. Mas quando vi o tipo de história que seria, e que não tentaria trazer nada de novo a uma fórmula deveras batida, percebi a armadilha. Para completar, Sorria é relativamente longo, então foram cerca de duas horas de tédio que eu poderia ter usado para fazer algo mais produtivo. Tipo roer unhas ou navegar no Zuckerberg. E se eu digo aqui que passar duas horas naquele antro de vilania capitalista criada pelo Zuckerberg seria preferível a assistir a isso, espero que você perceba como estou falando sério.

É curioso ver que o diretor Parker Finn também assina o roteiro. Sei lá, estou um tanto treinado para pensar que, quando um diretor também escreveu o roteiro, ele se importa. Não necessariamente o filme vai ser bom, mas pelo menos é uma história que ele queria contar. É diferente de quando um produtor contrata um roteirista e um diretor já sabendo que quer contar a mesma história pela enésima vez e os criativos estão simplesmente coletando um pagamento.

SORRIA É PIOR QUE O ZUCKERBERG

E é mais triste ainda ver que a direção de Sorria talvez seja o único aspecto que se salva. Não que o cara seja um baluarte de estilo e narrativa, mas tem umas cenas bacaninhas, que mostram que ele tem potencial. Infelizmente, qualquer potencial que ele possa ter como diretor, é inexistente como roteirista. Talvez trabalhando com um texto decente, conseguiria fazer um filme aceitável. Talvez.

Difícil falar em futuro do pretérito, pois é especulação. O que não é especulação, no entanto, é o presente. Este é fato. E o fato é que Sorria é um filme sem nada a dizer, que conta uma história repetida sem acrescentar nada a ela. Ao colocar o ponto final nesta resenha, tenho certeza que já passei tempo demais da minha vida pensando nisso. E, se você chegou até aqui, está no mesmo barco. Vá fazer qualquer outra coisa ao invés de ver essa porcaria. Mesmo que seja navegar no Zuckerberg.

CURIOSIDADE:

O título desta crítica Sorria é uma referência à melhor música que eu conheço sobre o sorriso de um macaco. É um tema muito comum na música popular, mas você sabe qual é a música? Se souber, poste nos comentários. Ou o nome da música, ou o sorriso de um macaco. Qualquer um dos dois é melhor do que gastar tempo falando sobre este filme.