Parece que filmes do tipo survival horror / terror claustrofóbico estão em moda. Só este ano tivemos vários. Dos excelentes aos nem tanto. E quem ler esta crítica A Queda até o fim vai receber uma informação privilegiada: será que ele está entre os excelentes, ou entre os nem tanto?

CRÍTICA A QUEDA

Faz literalmente algumas poucas horas que eu assisti e escrevi a crítica Sorria (pois é, duas cabines no mesmo dia). E isso me fez pensar quão parcial eu sou. Ainda bem que essa é a proposta do DELFOS, afinal. Digo isso porque A Queda é culpado de absolutamente tudo que usei para criticar Sorria. Temos aqui um filme igualzinho dezenas, quiçá centenas de outros, que não cria nada e se limita a simplesmente seguir fórmulas.

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Não! Não olhe! Ou pelo menos é o que diz o Jordan Peele.

Sabe qual é a diferença? Eu gosto mais de terror claustrofóbico do que de terror sobrenatural. E por isso, só por isso, A Queda me pareceu menos pior do que Sorria. Ainda assim, são dois filminhos feitos sem nenhuma ambição criativa, capazes de entreter apenas os mais ferrenhos fãs de seus estilos.

SINOPSANDO

Em A Queda acompanhamos a aventura de duas moçoilas que decidem escalar uma torre de rádio. O filme não deixa claro, mas presumo que elas sejam grandes fãs de Far Cry e da Ubisoft. A torre é tão alta que, quando ainda estão na metade, as moças comentam que já passaram da altura da Torre Eiffel.

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A torre está desativada, e claramente não é um lugar que aventureiros deveriam escalar por diversão. Mas o filme não toca na potencial ilegalidade da aventura. O importante é que elas vão até o topo, e daí a escada quebra. Pronto, agora elas estão presas lá em cima, sem sinal de celular.

KD CRIATIVIDADE

A partir daí acontece tudo como você imagina. Às vezes parece que elas conseguem se comunicar com algum transeunte, mas isso sempre se torna uma esperança frustrada. Basicamente, você sabe antes de entrar na sala de cinema, que todas as tentativas serão frustradas, pelo menos até o filme estar perto do final. E tudo bem.

Crítica A Queda, A Queda, Paris Filmes, DelfosO problema é como ele segue religiosamente todos os passos anteriormente traçados por filmes melhores e mais criativos. Não vou dizer se vai fazer parte da trama as duas serem apaixonadas pelo mesmo homem, mas sinceramente, em um filme que não cria nada, você acha que isso acontece aqui ou não? Tem até uma viradinha totalmente desnecessária perto do final. E acredita que, quando elas estão subindo a torre, uma delas chacoalha a escada para assustar a outra? Assim fica difícil defender.

Mais grave ainda é que o roteiro quer ter o bolo e guardá-lo ao mesmo tempo. Os roteiristas querem colocar cenas chocantes e emocionantes, mas não querem que o que acontece nessas cenas afete a história do filme. Sabe o que fazem então? Pesadelos, meu camarada. No plural.

CRÍTICA A QUEDA: MAS NÃO AQUELE FILME DO HITLER

É isso, A Queda é um emaranhado de clichês. Um filme que não é remake, mas poderia ser, pois literalmente refilma uma história que já foi contada dúzias de vezes. Se há algo que o salva é simplesmente o fato de ele ele fazer parte de um gênero que ainda não me torrou a paciência tanto quanto o terror sobrenatural. Mas mesmo assim é um exemplo da falta de criatividade no cinema atual.

Eu continuo gostando de filmes de terror claustrofóbico, mas para passarem no cinema, eles precisam ser mais criativos do que isso. Porque, entre este e A Hora do Desespero, simplesmente não há comparação. O filme da Naomi Watts ganha por nocaute e goleada. A surra é tão feia que ele até mistura os esportes.