Crítica A Hora do Desespero, A Hora do Desespero, Naomi Watts, Desperate Hour, Paris, DelfosHoje é dia da crítica A Hora do Desespero. Eu não sabia nada dele até receber o convite da cabine. Li a sinopse e imediatamente fiquei muito ansioso para a sessão. Ele simplesmente traz um monte de coisas que eu gosto em filmes de suspense e terror. Vou elaborar todas no texto a seguir. Concede-me a honra dessa dança?

CRÍTICA A HORA DO DESESPERO

A Hora do Desespero é um filme de terror com uma temática mais séria. Ele aborda os tiroteios escolares que acontecem quase toda semana nos EUA. E, cá entre nós, acho estranho que não haja mais filmes com essa temática. Um único tiroteio rende centenas de histórias. Tem o atirador, todas as vítimas, professores, polícia e, claro, os pais.

A Hora do Desespero foca totalmente neste último, e aí começa o que o torna especial para mim. Mais especificamente, o foco é na mãe (Naomi Watts). Ela sai para correr no que parece ser um parque. Daí fica sabendo pelo telefone que algo está acontecendo na escola onde estão seus dois filhos. Ela está sem carro, e longe de onde os alunos resgatados estão sendo reunidos. Então o filme todo é a moça no telefone atrás de informações, tentando saber o estado dos filhos. E a coisa acontece em tempo real. Legal, né?

TERROR EM TEMPO REAL

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Outra coisa que eu gosto é que é totalmente sem violência física. A mãe, a única personagem que acompanhamos, não corre nenhum perigo. E, mesmo assim, é absurdamente tenso. De roer as unhas. E mesmo a coisa acontecendo basicamente em um lindo parque a céu aberto, é extremamente claustrofóbico. Afinal, não é lá que a mãe quer estar.

Ela acaba dependendo da empatia de pessoas que nem conhece, como o atendente da oficina, que fica na frente da escola. E isso também é legal. É o tipo de situação tão extrema e tão horrível que eu imagino que as pessoas se colocam à disposição para ajudar mesmo. Curiosamente, os menos dispostos a passar informação e ajudá-la de alguma forma são justamente os policiais. O que, de novo, me parece bem realista. Eles precisam “proteger a investigação”, afinal de contas.

Tem uma coisa pequena, mas que me incomodou, porque parece muito distante da realidade. Ela chama um carro de aplicativo, que está a cinco minutos de distância. Porém, com o trânsito causado pelo tiroteio, o tempo muda para 40 minutos. E não só o motorista não cancela, como tenta combinar com ela um lugar alternativo onde ela possa ir andando e ele chegar mais rápido. Você consegue imaginar um Uber fazendo isso? Pois é, eu também não. Talvez, no máximo, um daqueles taxistas do ponto na frente da sua casa, com quem você fala todo dia. Mas um genérico de aplicativo, parece impossível.

ISSO VAI CUSTAR O SELO

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Eu gostei muito de A Hora do Desespero. É um filme curto e intenso, que até demora um pouco para começar, mas quando começa, não dá respiro. Gostei tanto, aliás, que durante a sessão, considerei dar a ele o cobiçado Selo Delfiano Supremo. E no final, bem no final, ele teve oportunidade de cimentar isso, quando parecia que seguiria um caminho que normalmente Hollywood não tem cojones de seguir. Mas volta atrás, o que acaba deixando toda esse vai-não-vai do final ainda mais clichê. E é uma pena.

Eu gosto muito de filmes de medo. Quanto mais tensos melhor. A patroa, por outro lado, não compartilha do meu gosto. Quando vemos um filme assim juntos, ela diz que “é bom, mas não gostou, porque não gosta de ficar tensa”. Isso é perfeitamente compreensível. E eu também não gosto de ficar tenso na vida real. Odiaria estar no lugar da protagonista de A Hora do Desespero. Mas eu adoro histórias assim na ficção. E este é um dos melhores longas no estilo que eu vi em muito tempo. Então se você não teme ficar tenso no cinema, eu recomendo uma sessão com toda a força do martelo de Thor.