Puxa, fazia um bom tempo que eu não via a Megan Fox. Depois de um começo de carreira explosivo (literalmente, já que ela estava muito ligada ao Michael Bay naquela época), a moça que deixou os nerds apaixonados no início do século XXI sumiu. Olhando a filmografia dela no IMDB, nem parece que ela ficou tão inativa assim. Porém, acredito que não a via no cinema desde aquele filme legal das Tartarugas Ninja. Pois ela está de volta, e eu também. Está é nossa crítica Até a Morte.

CRÍTICA ATÉ A MORTE

Até a Morte tem o tipo de premissa que muito me agrada. É um daqueles filmes de terror claustrofóbico, em que a vítima fica presa em um espaço limitado, sem possibilidade de pedir ajuda. Tudo começa com a Raposa Megânia e seu casamento infeliz. Mas é aniversário do casal, então eles vão comemorar, em uma casa isolada onde passaram momentos muito felizes no passado.

Depois de uma noite de muito sapeca-iá-iá, eles vão dormir. No dia seguinte, a moça acorda algemada ao marido. “Que brincadeira é essa?”, ela pergunta. Ele responde de forma lacônica, e dá um tiro na própria cabeça. Ixe, mamão!

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Ixe, mamão!

Ok, é uma situação tensa, mas já vi filmes de terror com premissas mais assustadoras. A partir daí, o longa faz aquele tour tradicional que qualquer pessoa faria nessa situação. Ela tenta ligar para a polícia, mas a casa está sem telefones. Tenta pegar o carro para dirigir até a civilização, mas o maridão tirou toda a gasolina. Ele também sumiu com todos os objetos cortantes. E ela descobre tudo isso arrastando o presunto de um lado para o outro.

CINEMA É TEMPO SOBRE TELA

Costuma-se dizer que “cinema é tempo sobre tela”. E minha principal crítica a Até a Morte é o uso que ele faz do tempo. Temos aqui um filme curto, que não chega nem aos 90 minutos. E mesmo assim, tem enrolação demais.

Particularmente, esse tipo de história tem que começar com o pé na porta. Mas Até a Morte lentamente apresenta o caso da protagonista e seu casamento infeliz, para o tiro em si só acontecer lá pelos 30 minutos de projeção. É muito tempo de “Super Cine” antes de chegar na parte boa.

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E a parte boa não começa com o tiro. Sim, era essencial mostrar que a moça tentou pegar o carro ou ligar para a polícia, mas isso se estende demais. Eu diria que Até a Morte só começa mesmo quando outras pessoas aparecem na casa. Daí ele vira um jogo de gato e rato muito mais tenso e interessante, que lembra até o ótimo Quarto do Pânico.

A CASA DO LAGO DO PÂNICO

Minha crítica poderia ir pelo caminho de que o filme gasta muito tempo com o que não importa, e depois fica com pouco tempo para a parte boa. Mas não é exatamente este o caso aqui. A “parte boa” dura o que deveria durar. Em nenhum momento Até a Morte passa por suas situações rápido demais. Na verdade é o que contrário. Simplesmente não tem roteiro aqui para 90 minutos de tensão que prenda a atenção.

Temos aqui um longa curto que talvez deveria ter se contentado em ser um curta longo. E daí minha crítica sobre Até a Morte não usar bem o tempo que tem sobre a tela. Eu nem diria que Até a Morte é especialmente ruim. Não é. Mas é o tipo de longa que eu recomendo assistir apenas em casa, e só se você não tiver nada mais legal para assistir. É um filme para “serviço de assinatura”, mais do que qualquer outra coisa.