Chegou a hora, amigo delfonauta. Estamos próximos do lançamento de mais um filme em que nosso herói Liam Neeson vem mostrar suas habilidades específicas. Ao contrário da maioria desses filmes, o diretor de hoje é até conhecido. Estamos falando de Martin Campbell, que dirigiu grandes clássicos do cinema, como Cassino RoyaleLanterna Verde. Será que isso significa que estamos falando de uma obra mais ambiciosa e menos genérica do que a meia dúzia de filmes estrelados pelo cara que chegam todo ano? Descubra na nossa crítica Assassino Sem Rastro.

CCrítica Assassino Sem Rastro, Assassino Sem Rastro, Liam Neeson, Diamond Films, DelfosRÍTICA ASSASSINO SEM RASTRO

Assassino Sem Rastro conta a história de um homem com um conjunto de habilidades altamente específicas (Liam Neeson). Ele vende essas habilidades para quem pagar mais. Pode-se dizer que nosso amigo é um Assassino a Preço Fixo (curiosidade: este filme tem uma continuação que eu mesmo resenhei e que mesmo assim não fazia ideia que existia).

Para deixar o filme menos genérico e ainda mais único, ele quer se aposentar. “Só mais um trabalho”, sabe? Só que o trabalho em questão vai mudar tudo. Ele descobre que uma das pessoas que foi contratado para apagar era uma criança explorada em uma quadrilha de prostituição infantil. E sabe como é, todo homem tem seu limite.

O PONTO DE VIRADA

Ele obviamente escolhe não matar a criança. No lugar disso, se vira contra seus empregadores, e começa a matar todo mundo relacionado ao sistema de exploração dos infantes. Paralelamente a isso, a gangue em si também tenta matar ele e as testemunhas que foi contratado para matar. E aí tem a polícia, atrás de todo mundo.

Caramba, acabei de me convencer a assistir ao filme através da minha própria sinopse. Mas não se deixe enganar, miguxo leitor. Assassino Sem Rastro não é tão divertido quanto parece. Na verdade, este não é um filme de ação como o Liam Nesson costuma fazer quase que exclusivamente desde Busca Implacável.

Eu sei que pela sinopse e estética, parece exatamente a mesma coisa, mas este é bem mais parado. A coisa está muito mais próxima mesmo de uma investigação policial do que de tiroteios, perseguições e helicópteros explodindo. E tem uma sacada que poderia ser bem melhor explorada.

ALZHEIMER

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Corrales, não se atreva a falar dos meus problemas de saúde!

Pois é, nosso herói sofre de Alzheimer, aquela doença terrível que afeta nossas memórias e a própria personalidade. Este é o real motivo pelo qual ele deseja se aposentar desde o começo do filme. Afinal, suas habilidades altamente específicas estão sumindo conforme a doença avança. Inclusive, o título original, Memory, é uma referência a isso.

Infelizmente, isso é muito pouco explorado no roteiro. Só começa a de fato afetar a história fortemente lá no terceiro ato. E mesmo nesse caso, parece mais um McGuffin para impedir o protagonista de entregar as provas que tem da gangue do que de fato algo em cima do qual tudo foi construído.

Isso é uma pena. Eu já vi os efeitos de Alzheimer em pessoas próximas e queridas, e mesmo na cultura pop temos algumas boas histórias dramáticas sobre isso. Porém, um capanga contratado com Alzheimer renderia muito mais se o roteiro realmente se apoiasse e desenvolvesse isso. O que não o faz.

Assim, Assassino Sem Rastro não é ruim, mas está muito longe de empolgar. Narrativamente, é diferente dos outros filmes que o Liam Neeson costuma fazer. Mas no aspecto qualidade, infelizmente, é tão genérico quanto eles. É o tipo de coisa que até vale assistir no streaming, mas não no cinema.