A Pequena Caixa de Gwendy revisita Castle Rock

Você resistiria a apertar o grande botão vermelho?

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Delfos, A Pequena Caixa de Gwendy

A fictícia cidadezinha de Castle Rock é onde Stephen King ambienta inúmeras de suas histórias, de romances como A Zona Morta, Cujo e A Metade Negra, a contos e novelas. Claro, ela voltou à baila graças à série de TV que leva seu nome e se utiliza de ambientações e personagens do autor.

Agora King revisita a cidade em questão, pois é nela onde acontece a trama de A Pequena Caixa de Gwendy, escrito em parceria com o autor Richard Chizmar. Um trabalho, no mínimo, curioso.

A menina local Gwendy um dia encontra um estranho homem que lhe oferece um presente. Uma pequena caixa de madeira com vários botões em sua superfície, além de duas alavancas nas laterais. Uma das alavancas abre uma portinha na caixa, liberando a cada vez um pequeno chocolate em forma de animal. A outra solta uma moeda de prata que vale algumas centenas de dólares no mercado especializado.

Já os botões, conforme o sujeito explica à garota, são mais perigosos. Há um para cada continente. Se ela os apertar, algo de ruim vai acontecer em algum lugar do continente em questão. Há um botão vermelho, que, se apertado, realizará alguma desgraça num local que o guardião da caixa desejar. E, por fim, há um botão preto, o único cuja função o sujeito não explica, mas que Gwendy desconfia que causará o fim do mundo todo se apertado.

Bom, geralmente essa função na cultura pop fica com o grande botão vermelho, mas talvez tenha sido uma boa sacada trocá-lo pelo preto. Afinal, sabemos bem que ninguém resiste a apertar um botão vermelho…

Delfos, A Pequena Caixa de Gwendy

Brincadeiras à parte, é uma história bem curta, não batendo nem em 200 páginas. Na realidade, ele parece muito mais um conto grande ou uma novela do que um romance completo. E talvez justamente por isso caísse melhor em alguma compilação de histórias curtas.

A PEQUENA CAIXA DE GWENDY

Mas vai ver por ser uma colaboração com outro autor, acabou saindo mesmo como uma história individual. Uma que você pode ler inteira numa sentada se tiver umas duas horas livres no dia.

Como uma história curta, ela não tem muito desenvolvimento de detalhes e personagens, mantendo o elenco da história bem curto e o andamento da trama bem dinâmico, mas longe de ser tão desenvolvido quanto num romance.

Se isso é bom para aqueles que não têm muita paciência com o estilo mais prolixo de King, de livros geralmente gigantescos, por outro apresenta apenas um mais do mesmo com cara de fast food.

Não há nada de novo, é uma historinha essencialmente de fantasia, com toques de horror, e dá para saber, sem pensar muito, mais ou menos aonde a coisa vai descambar. Sem dúvida nenhuma não é dos seus trabalhos mais memoráveis.

Mas entretém o suficiente durante sua rápida leitura. Para mim o grande problema foi mesmo ter sido comercializada individualmente. Nesse caso é apenas muito pouco. Fizesse parte de uma coletânea de contos ou novelas, acompanhada de outras histórias curtas, A Pequena Caixa de Gwendy poderia ser parte de algo mais satisfatório.