Delfonauta gamer, chegou a hora pela qual você esperava desde 19 de dezembro de 2018! Este é o tão esperado dia em que a gente escolhe os melhores games de 2019, segundo este que vos escreve. Como sempre, a listinha abaixo contém os jogos que eu mais gostei, e são, obviamente, minhas escolhas pessoais, que fatalmente serão diferentes das suas.

Este ano foi um tanto atípico, uma vez que eu não tive oportunidade de cobrir alguns jogos importantes, dos quais teria muito a falar. Muitos deles, como Death Stranding, eu acabei não jogando. Mas alguns outros eu joguei, e na lista abaixo vou poder falar um pouco sobre eles.

Para este especial, também resolvi criar algumas categorias novas, como O InjustiçadoA Surpresa. E lembre-se que você pode clicar nos títulos dos jogos para ler nossas análises feitas próximo ao lançamento, quando estas existirem. Bora? Bora, meu!

D&D – Decepção Delfiana: Gears 5 (Xbox One e PC) e Devil May Cry 5 (PS4, Xbox One e PC)

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Dante e o cenário ridiculamente repetitivo onde se passa quase todo o Devil May Cry 5.

Jogos de ação estão cada vez mais raros, mas 2019 provavelmente foi o que teve a maior densidade demográfica do gênero em anos. Infelizmente, eles foram em sua maioria decepcionantes. Control, por exemplo, veio com tantos problemas técnicos que literalmente afetava a diversão.

Mas as minhas principais decepções foram mesmo com Gears 5Devil May Cry 5. O primeiro virou um jogo de tiro de mundo aberto deveras genérico. Não é ruim, mas decepcionou muito ao se limitar a ser apenas mais um em um mar de jogos iguais, ao invés de se manter especial como a franquia sempre foi. Outros jogos de ação, como God of War, já sofreram ao apelar para este gimmick, mas eu diria que a implementação de Gears 5 foi a pior de todas, eliminando totalmente a adrenalina pela qual suas campanhas são conhecidas. Mas ei, pelo menos não colocaram estatísticas nas armas.

Já Devil May Cry 5 tinha tudo para ser um grande jogo. Ele tem a jogabilidade, os personagens, a história. Praticamente tudo que se espera de um bom jogo de ação. Porém, os artistas da Capcom parecem ter sofrido de preguicite aguda. Acontece que mais da metade da campanha rola no mesmo cenário, uma caverna deveras genérica, que não dá a menor vontade de explorar. Uma ou duas fases lá até passaria, mas em determinado momento você precisa fazer três missões seguidas lá, uma com cada personagem. Isso sem falar todas as outras missões que acontecem ali. Isso tudo tornou o jogo extremamente repetitivo e, portanto, decepcionante.

Menção Horrorosa – o pior do ano: A KNIGHT’S QUEST (PS4, Xbox One, Switch e PC)

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Um dos meus lemas ao analisar games é “respeite meu tempo”. Pois A Knight’s Quest faz de tudo para desperdiçar minhas valiosas horas de videogame. O mundo é enorme e o jogo inteiro é focado em ir de um ponto a outro do mundo várias vezes. Com fast travel, a coisa melhoraria muito, mas esta habilidade só é liberada no final da campanha, quando você não precisa mais dela e já explorou o mundo inteiro. A Knight’s Quest é um daqueles jogos que eu terminei por obrigação profissional, mas depois das primeiras horas eu odiei cada minuto. Poucas vezes na vida sofri tanto com um controle nas mãos.

Mundo injusto: ANTHEM (PS4, Xbox One e PC)

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A experiência que o mundo em geral teve com Anthem é bem diferente da que eu tive. Mas até aí, o que eu esperava dele também era diferente. Eu não sou um jogador que espera que cada novo título seja o último da minha vida. Eu quero jogar uma campanha, ir até o fim, me divertir enquanto faço isso, e daí mudar de jogo. Então eu não poderia me importar menos com a parte live service da coisa, ou com quantas atualizações o mundo de Anthem teve depois de seu lançamento.

O que eu joguei foi uma campanha de ação relativamente longa, com uma história bacana e uma jogabilidade deliciosa, capaz de dar a sensação de você ser o Homem de Ferro. Depois que eu terminei Anthem, nunca mais o joguei, assim como faço com a maior parte dos jogos. E para mim isso é ok. O importante é que eu me diverti bastante enquanto jogava. Sim, o jogo tem problemas, e eu os detalhei na minha análise, mas está longe de ser o desastre que a mídia especializada fez parecer que é. Na verdade eu o achei muito legal.

Surpresas surpreendentes: THE SURGE 2 (PS4, Xbox One e PC) e ARITANA AND THE TWIN MASKS (PS4, Xbox One e PC)

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Plataforma 3D é amor.

Estes estão aqui por motivos diferentes. The Surge 2 é a continuação de um jogo que eu sequer tive saco para passar da segunda fase. E isso foi bem antes de clones de Souls se tornarem a praga da indústria. A expectativa para The Surge 2 era praticamente negativa. E acabei gostando bem mais dele do que de outros jogos que normalmente me apeteceriam mais (como os supracitados Gears 5Devil May Cry 5). Na verdade eu o joguei até o fim, e curti toda a experiência. Inclusive, fiquei com vontade de voltar ao anterior, se algum dia tiver tempo para isso. Tem que ser uma continuação muito boa para conseguir tal façanha.

Já Aritana and the Twin Masks ocupa aqui o espaço que foi de Mulaka no ano passado. Trata-se de um jogo independente que tenta dar um passo maior que as pernas e que, por puro talento e força de vontade, consegue entregar um game excelente, que simplesmente precisa ser jogado. E Aritana and the Twin Masks ainda é um jogo brasileiro, sendo portanto a primeira vez que um game feito por uma empresa compatriota aparece na nossa retrospectiva. Espero que seja o primeiro de muitos.

E agora, senhoras, senhores e leitorxs de gênero indefinido, eu orgulhosamente apresento a nossa lista com – TAN TAN TAAAN:

OS MELHORES GAMES DE 2019

Menções honrosas: NINTENDO, em especial Zelda: Link’s Awakening, Luigi’s Mansion, Super Mario Maker 2 e Yoshi’s Crafted World (Switch)

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Na imagem: alegria.

Eu sempre fui fã da Nintendo, ainda que tenha tido poucos consoles dela na minha vida. 2019 foi o primeiro ano em que a Big N passou a mandar seus jogos first party para coberturas do DELFOS, o que para mim foi uma conquista pessoal. Melhor ainda, eu simplesmente gostei muito dos lançamentos mais recentes da empresa. É verdade que nenhum deles entrou nos cinco finais, mas a Nintendo como empresa foi a que teve lançamentos em quantidade e qualidade mais constante. Além disso, seus jogos, prioritariamente single player e fofinhos, são um verdadeiro respiro do mundo focado em multiplayerlive service e RPGs de mundo aberto metidos a dark que assolam a indústria. Os games precisam da Nintendo, em 2019 mais do que nunca.

5 – BLOOD & TRUTH (PS4/PS VR)

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Como sempre, temos aqui um representante da realidade virtual, uma vez que o DELFOS é o único que lembra destes jogos na mídia brasileira. Blood & Truth é o tipo de jogo que todo mundo espera encontrar em VR, mas que infelizmente ainda é bem raro. Trata-se de um jogo de ação de alto orçamento, com foco na história e com um gameplay agradável. É o tipo de coisa que, atualmente, só existe em lançamentos first party, mas eu fico realmente feliz que estes lançamentos existam, pois são aqueles que realmente dá gosto jogar em VR.

4 – BLOODSTAINED: RITUAL OF THE NIGHT (PS4, Xbox One, Switch e PC)

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Este chefe é um dos mais legais do jogo.

Bloodstained: Ritual of the Night é simplesmente um dos melhores metroidvanias que já tive o prazer de jogar. Bonito, com jogabilidade gostosa e músicas sensacionais, ele é tudo que Koji Igarashi prometeu fazer em sua bem sucedida campanha de financiamento coletivo, e muito mais. Na minha lista do ano passado, eu imaginei que talvez o trono de melhor metroidvania de Guacamelee! 2 fosse transferido em 2019 para Ori and the Will of the Wisps, mas este acabou não saindo ainda e, quem diria, a medalha foi assumida por um dos pais do gênero. É difícil pensar em um metroidvania mais legal do que Bloodstained, mas ei, em 2020 se pá sai o Ori and the Will of the Wisps. Será?

3 – STARS WARS JEDI: FALLEN ORDER (PS4, Xbox One e PC)

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Star Wars Jedi: Fallen Order é um jogo para o qual eu adoraria ter feito uma cobertura extensa e elaborada, pois tenho muito a falar sobre ele. Infelizmente, a EA optou por não nos dar acesso ao jogo, então falarei aqui de forma resumida do que falaria se tivesse tido a oportunidade de fazer nossa cobertura completa.

Star Wars Jedi: Fallen Order é o melhor jogo de ação de alto orçamento do ano. E estamos vivendo uma época em que a gente nunca sabe se ele pode ser o último representante do gênero. Por isso, apesar de não ter podido contribuir para ele com uma cobertura, escolhi comprá-lo a preço cheio no dia do lançamento. Este tipo de lançamento é tão raro e tão valioso para mim que eu tinha que ao menos votar com a carteira e tentar mostrar para a EA, do único jeito que pude, que ainda existe espaço para jogos de ação single player focados na história em 2019.

Na real, se tivesse saído, sei lá, em 2009, quando este gênero ainda existia, ele dificilmente estaria na minha lista de melhores do ano. Para ser sincero, não acho que Star Wars Jedi: Fallen Order seja melhor do que Force Unleashed, por exemplo. Este criou um combate único, com os poderes da força sendo realmente importantes para a ação. Fallen Order na real é só mais um clone de Dark Souls/Sekiro sem os elementos de RPG e sem ser metido a truezão. Mas ao tirar estas duas pentelhas características, ele acabou se tornando o único jogo de ação sem graves problemas (refira-se à parte de decepções sobre ControlGearsDevil May Cry para mais informações).

Podia ser melhor? Sim, podia. Mas este ano não tivemos nada melhor no gênero. E este é um dos meus gêneros preferidos e que considero o verdadeiro filet mignon dos games.

2 – SAYONARA WILD HEARTS (PS4, Switch e Apple Arcade)

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Este também foi uma senhora surpresa. Sayonara Wild Hearts saiu primeiro para o Apple Arcade, e em geral eu ignoro jogos mobile, mesmo quando saem para console. Ainda bem que não fiz isso. Este é um exemplo perfeito de como fazer muito com pouco.

Trata-se de um jogo épico, estiloso, lindo e empolgante. Ele dura pouco mais de uma hora, mas essa hora me marcou muito mais do que as centenas de horas que passei em RPGs de mundo aberto em 2019. Você pode pensar que não vale gastar dinheiro com uma hora de entretenimento, por melhor que seja. Bom, eu discordo de você, e aposto que você vai ao cinema ou jantar fora, não vai?

Sayonara Wild Hearts é imperdível, e ficou em segundo lugar por muito pouco. Nunca fiquei tão dividido entre a primeira e a segunda posições nesta lista, então considere que ambos estão praticamente empatados. E compre Sayonara Wild Hearts se ainda não o fez. Duvido que você se arrependa.

1 – A PLAGUE TALE: INNOCENCE (PS4, Xbox One e PC)

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Lindíssimo.

Outra grande surpresa de 2019. Eu não sabia o que esperar de A Plague Tale: Innocence quando o comecei, mas não demorou para que ele conquistasse meu coração. Assim como Star Wars Jedi: Fallen Order, ele representa um gênero que praticamente não existe mais. Porém, ao contrário do jogo da EA, não é um gênero que teve centenas de representantes melhores dez anos atrás.

A Plague Tale: Innocence é um jogo de stealth e exploração linear. Mas não é no seu gameplay que ele se destaca, mas por sua história. Ele é totalmente roteirizado, com cada cena, cada momento, envolvendo diálogos únicos e desenvolvendo os personagens. Mecanicamente, ele é até bem simples, mas isso serve à narrativa, e não o inverso.

E, para completar, ele é ridiculamente lindo (incluindo suporte a HDR), com uma bela e elaborada trilha sonora e excelentes atuações. Ele parece um jogo first party em audiovisual, narrativa e escopo, mas foi desenvolvido com um orçamento muito menor e publicado por uma editora de tamanho médio (Focus Home Interactive). Em um mundo no qual as gigantes EAActivisionUbisoft não investem mais neste tipo de aventura, a gente realmente precisa de empresas como a Focus. Diversidade é importante, não apenas na representação de gêneros, sexualidades e raças, mas também na produção cultural.

E agora chega o momento pelo qual EU espero desde 19 de dezembro de 2018. A hora que VOCÊ vai até os comentários me contar seus jogos preferidos de 2019!