Warner, EA, Capcom e o Brasil

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Na tarde da terça-feira, dia 12 de julho, rolou em São Paulo o WB Games Summit 2016. Evento que une a Warner Games, a EA e a Capcom para falar sobre os lançamentos vindouros e algumas novidades específicas para o mercado brasileiro.

O MERCADO DE GAMES NO BRASIL

A apresentação começou com uma apresentação de dados obtidos em pesquisas realizadas pela empresa. Como o que interessa para nós são os jogos, vou passar rapidamente por alguns deles, mais por curiosidade.

– 25% do mercado da América Latina está no Brasil

– 30% dos gamers joga em consoles: este número me surpreendeu. Achei bem baixo.

– Smartphone é a plataforma preferida dos brasileiros, sendo que 71% dos proprietários usam para jogar. Eu já falei aqui do meu medo de jogos de console ficarem iguais aos de celulares, e este dado e o anterior apenas aumenta meu medo e incentiva que eu durma toda noite abraçado com meu bonequinho do Hideo Kojima.

– A franquia mais vendida no Brasil é Fifa. Nada surpreendente, eu diria.

VAMOS AOS JOGOS

Lego Worlds, que está no early access do Steam, foi mostrado em detalhes, inclusive com a presença de um produtor da desenvolvedora TT.

Trata-se de um Lego virtual. Você controla um bonequinho em um mundo totalmente feito de pecinhas de Lego, e pode interagir com ele, modificá-lo e construir coisas novas, de casas a dragões. É possível montar um avião e sair voando nele rumo ao céu, onde você vai encontrar nuvens feitas com pecinhas, e vai poder construir outras coisas em cima dela.

Teremos 200 pecinhas de Lego diferentes no jogo, que podem ser combinadas sem nenhuma limitação ou ter suas cores alteradas. Para aqueles menos criativos – ou mais apressados – tem uma infinidade de modelos de coisas já prontas, que são construídas instantaneamente.

Lego Worlds parece ser basicamente uma forma de brincar de Lego virtualmente. Sabe quando você quer montar um Lego em tamanho real da Pamela Anderson, mas não tem pecinhas suficientes para fazer os seios? Pois então, aqui as pecinhas serão infinitas, eliminando essa frustração.

Também me lembrou bastante o Minecraft. Devo dizer que, por mais que Lego Worlds pareça charmoso e divertido, sua infinidade de menus e opções deixa o jogo um tanto complicado demais para mim.

RESIDENT EVIL E STREET FIGHTER

O foco da Capcom foi, é claro, Resident Evil 7. Algumas informações interessantes foram passadas, como o fato de que o jogo, tal qual o demo, será em primeira pessoa, uma mudança considerável para a série. A empresa pretende, com esta mudança, turbinar a sensação de medo que o jogo vai causar – o que deve ser aumentado até o 11 para aqueles que jogarem em VR no PS4.

RE7 realmente parece disposto a trazer o terror de volta à série, mas continuará a cronologia que já conhecemos. Ou seja, não é um reboot. Foi também revelado que ele será lançado no Brasil com legendas em português.

Talvez o mais interessante para os que ainda não tiveram a possibilidade de experimentar o demo, até o momento exclusivo de PS4, foi o anúncio de que ele em breve poderá ser baixado no Xbox One. Considerando que no PS4, ele é exclusivo para assinantes da Plus, imagino que do outro lado ele também seja disponibilizado apenas para assinantes da Live Gold.

Também falaram um pouco de Street Fighter V, mas a única novidade é que um torneio do jogo vai passar na ESPN+.

TITANFALL E BATTLEFIELD 1

O jogo que mais me animou na apresentação provavelmente foi Titanfall 2. Joguei um pouquinho do original e achei bacana, mas como o delfonauta sabe, multiplayer competitivo não é muito minha praia gamer. Para minha alegria e de tantos outros, o segundo jogo terá uma campanha single player que vai focar na relação entre o piloto e o titã. Hum… isso pode ficar bem estranho a não ser que eles consigam fazer os titãs serem máquinas amáveis do tipo Wall-E.

Obviamente, o multiplayer ainda vai ser bem elaborado, e entre os novos modos de jogo teremos a opção de modalidades que são apenas para pilotos ou apenas para titãs. Claro, o tradicional, que combina ambos, continuará disponível.

Foi mostrado um vídeo com cenas de gameplay e o combate me pareceu ainda mais dinâmico e aéreo do que já era, com cenas de ação envolvendo correr pelas paredes, usar ganchos no estilo Batman e muita velocidade.

Ao contrário do anterior, Titanfall 2 chegará ao Brasil tanto com legendas em português quanto dublado em nosso idioma.

Battlefield 1 é outro que está ficando bem bacana. O mais promissor vai ser o uso de várias técnicas de combate utilizadas na primeira guerra mundial. O exemplo que foi dado é que você pode estar em cima de um cavalo e encontrar um tanque na sua frente, enquanto ao mesmo tempo é atacado por aviões. Este também chegará ao nosso país 100% em português.

BATMAN

Batman: Return to Arkham, coletânea que inclui os ótimos Arkham Asylum e Arkham City (infelizmente nada do Arkham Origins) ganhou uma janela de lançamento para o final do ano (ele tinha sido recentemente adiado sem uma nova data) e a notícia de que virá dublado em português, o que é uma novidade, já que o original saiu apenas em inglês.

A principal notícia é que ele sairá no Brasil em uma edição exclusiva que, além dos dois jogos, vai incluir um blu-ray da animação Assalto em Arkham.

Foi também mostrado o mesmo trailer da E3 para Batman: Arkham VR, exclusivo de PS4 VR, com a notícia de que o jogo será lançado no Brasil com legendas.

INJUSTICE 2

Aproveitando que o assunto é DC, falaram bastante de Injustice 2, jogo de luta da Netherrealm, desenvolvedora de Mortal Kombat.

Foram apresentados três dos novos personagens. São eles Gorila Grodd, Atrocitus e Supergirl, e confirmaram o retorno dos medalhões Batman, Superman e Aquaman.

A maior mudança no jogo, no entanto, é que ele agora vai ser um RPG. Explicando: a cada luta, seja derrota ou vitória, você ganhará novos equipamentos. Haverá slots de capacete, peito, luvas e botas, como na maioria dos RPGs, e vestir seu personagem com estas roupinhas mudará não apenas sua aparência, mas a forma que ele luta.

Obviamente, apenas assistindo a um vídeo, não dá para ter muita noção do impacto que estes equipamentos terão na jogabilidade, mas visualmente eles realmente fazem a diferença, deixando o Batman irreconhecível e o Atrocitus com cara de diabão (Hail!).

FIFA 17

Esta talvez tenha sido a apresentação mais bacana. Fifa 17 terá um modo história chamado de A Jornada, que contará a história do jovem Alex Hunter. Neste modo, você poderá tomar decisões importantes, como para qual time você pode jogar, ou até mesmo o que dizer nas entrevistas, em uma interface bem semelhante aos jogos da Telltale. Você vai ser um babaca egocêntrico ou um garoto humilde? Ou, por que não, jogar duas vezes para ver todas as consequências?

O jogo terá a narração feita em português por Tiago Leifert e Caio Ribeiro (os dois gravaram 13 mil novos áudios, em meses de trabalho), enquanto as falas dos jogadores serão mantidas no original.

Uma coisa bem bacana que o próprio Tiago contou na apresentação é que o jogo reconhece quando um gol é aquele gol emocionante de uma virada, ou se é apenas mais um em uma longa goleada (gol da Alemanha!) e solta a narração apropriada. Há também comentários feitos antes de cada partida e em geral parece um trabalho bem bacana. Eu normalmente ignoro toda essa localização brasileira, jogando sempre no original, mas parece que Fifa 17 realmente será um que valerá a pena curtir em português.

Devo dizer que pelo que mostraram, pela primeira vez em muito tempo fiquei com vontade de jogar um novo Fifa (o último que joguei ainda se chamava Fifa Soccer). Provavelmente não vou jogá-lo, já que a cobertura do lançamento aqui no DELFOS deve ser feita por alguém da redação que seja mais fã de um “futiba”, mas admito que fiquei bem curioso para experimentar o modo história.

E FOI ISSO

Com a excelente apresentação de Fifa 17, a WB Games Summit chegou ao fim. Agora é esperar esse monte de jogos bacanas sair e conferir com nossas próprias mãos cheias de dedos.