Eu escrevo este texto em 30 de setembro. Desde 18 de setembro, quando saiu a coletânea Super Mario 3D All-Stars, eu fiz uma verdadeira maratona com os jogos do Mario. Nestes doze dias, joguei, nesta ordem, Super Mario GalaxySuper Mario 64Super Mario Sunshine, escrevendo um artigo especial sobre cada um deles (veja links no final dessa matéria). Depois de debulhar a coletânea, resolvi rejogar Super Mario Odyssey e encerrar o especial em grande estilo, falando do jogo mais recente – e, para muitos, o melhor – do encanador bigodudo.

SUPER MARIO 3D ALL-STARS: SUPER MARIO ODYSSEY

Se você acompanhou essa série, sabe que, tirando Super Mario 64, eu me diverti muito mais com cada um dos jogos do que esperava. E isso se estende a Odyssey. Quer dizer, olha só esse cenário!

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O efeito da cachoeira é tão impressionante que me senti jogando PS5.

E uma coisa que eu falei em todos os textos e que não esperava falar nesse é que me surpreendi por quantas fases propriamente ditas existem em Super Mario Odyssey. Na minha memória, este era o coletaton mais coletaton do personagem, mas jogando agora, em 2020, vi que não é bem assim.

Cada novo mundo tem uma sequência linear de objetivos a serem cumpridos. Antes e depois disso, você pode desviar o foco para caminhos alternativos e faturar outras luas. Isso é o que me deixou com a sensação de ele ser um coletaton bem tradicional da primeira vez que joguei. Porém, se você focar nos objetivos, explorando caminhos alternativos como faz em jogos lineares, dá para considerar que cada mundo é uma grande fase. E isso é ótimo, e deixa o jogo bem mais envolvente do que a coleção de minigames e objetivos rápidos que ele era na minha memória.

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Além disso, o fato de ele recompensar basicamente tudo que você faz e descobre com uma lua faz com que o seu cérebro libere doses regulares de serotonina, o que deixa tudo ainda mais prazeroso. Na primeira vez que eu o joguei, em 2017, terminei com cerca de 550 luas. Em 2020, jogando de forma mais casual e menos obcecado, peguei umas 280. Ainda assim, é serotonina pra caramba.

COLETATON

Super Mario Odyssey é simplesmente uma delícia de jogo. Mas apesar de ele ser menos coletaton do que eu me lembrava, devo dizer que particularmente o acharia ainda melhor se ele fosse mais linear. E tenho um argumento bem forte para defender essa opinião: o reino do Bowser.

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Só uma fase linear pode ter esse apelo visual.

O Reino do Bowser é o mundo mais linear de Super Mario Odyssey. Sim, ele tem uma pá de segredos e caminhos alternativos que o levam a mais luas. Porém, o caminho a seguir é sempre claro. Sua oportunidade de pegar as luas opcionais é quando você passa pela área delas. Além disso, olha a foto acima. É muito mais viável colocar tantos detalhes visuais em um mundo linear do que em um mais aberto. Afinal, os desenvolvedores sabem que você vai passar pelo caminho inteiro. É desperdício colocar recursos em áreas que menos pessoas verão.

Compare o gameplay e o visual do Bowser’s Kingdom com o Sand Kingdom, provavelmente o mais aberto do jogo. É inegável qual é mais impressionante visualmente e mais divertido de jogar. O Sand Kingdom é literalmente um deserto com alguns pontos de interesse, tipo a pirâmide e as ruínas, mas ele permite que qualquer ponto seja explorado a qualquer momento. Tem os objetivos principais, mas também tem um monte de filler como encontrar as três ovelhinhas.

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O Sand Kingdom tem um visual bem menos elaborado, justamente por ser maior e mais aberto.

Como disse, ainda é legal. Super Mario Odyssey não tem momentos ruins. Mas tem partes que são melhores, e o Reino do Bowser é o melhor de todos.

EU TIRO O CHAPÉU PARA A NINTENDO

E, claro, tem a mecânica de usar o chapéu para possuir os inimigos. Isso permite que Mario ganhe poderes e habilidades que ele nunca teve, além de arrancar umas boas risadas. É legal ver o quanto os designers conseguiram extrair dessa mesma piada. Afinal, cada inimigo possuído fica com o chapéu e o bigode tradicionais do encanador.

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Encontre o Mario.

Nesse aspecto tenho uma crítica que se aplica a todos os jogos 3D do Mario: os power ups são muito pouco usados. Nos jogos 2D, o Yoshi, o fire Mario e todos os outros rendiam pra caramba. Nos 3D, existem vários power ups, mas cada um pode ser usado em um pedacinho bem curto de jogo. Veja, por exemplo, o dinossauro. Ele foi usado amplamente na divulgação de Super Mario Odysey, mas no jogo final existe apenas um, e ele não serve para quase nada, além de você poder usá-lo apenas por alguns segundos. Tem várias transformações aqui com as quais eu gostaria de brincar por mais tempo do que o jogo oferece.

Uma coisa que foi perfeitamente desenvolvida, no entanto, são as fases 2D. Super Mario Galaxy às vezes fixava a câmera em um jeito sidescroller, mas Odyssey brinca em ficar literalmente 2D pixelado. Isso se reflete na música, que vira chiptune, e a qualquer roupa que o jogador esteja usando, que é transferida para um jeitão Nintendinho.

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E normalmente você consegue ver alguns pedaços do mundo em 3D enquanto joga em 2D.

Foi uma forma genial da Nintendo prestar tributo aos jogos originais sem abrir mão do tremendo apelo audiovisual que Super Mario Odyssey tem.

E OS CHEFES… QUE CHEFES, MEU AMIGO!

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Você acreditaria se eu dissesse que esse é um mod que coloca o Mario em Dark Souls?

Muitas vezes aqui no DELFOS eu já elogiei os chefes criados pela Nintendo. Eu tenho uma filosofia de design semelhante. Batalhas contra chefes não devem ser os bloqueios na campanha do jogador, mas os momentos mais empolgantes. E também não devem se estender além da conta. E isso é exatamente como a Nintendo os faz.

Acho que a imensa maioria dos chefes eu venci na primeira tentativa. Assim, nenhum deles me encheu o saco. Além disso, como você normalmente só precisa acertar cada um três vezes, cada acerto tem um impacto enorme. É uma tremenda diferença para um jogo de ação tradicional em que você enche o caboclo de porrada e ele sequer reage.

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E não deixa nada a dever em epicidade!

Eu gosto muito dos chefes da série do Mario, mas Odyssey tem sem dúvida alguns dos melhores e mais criativos. A própria luta contra o Bowser é muito legal, sem dúvida um grande avanço da batalha contra o mesmo personagem lá no jogo original de Nintendinho, ou mesmo da presente em Super Mario 64.

QUANDO SAI SUPER MARIO ODYSSEY 2?

Sabe qual é minha principal picuinha com os jogos principais do Mario? Quão raros eles são. Tirando o Nintendinho e o Wii, acredito que cada console tem apenas um. Fazendo isso, a Nintendo garante que cada novo título tenha alta qualidade, alto preço e seja muito esperado. Porém, fãs como eu ficam sempre querendo mais. Será que o Switch será um dos consoles a ganhar dois ou mais jogos novos do Mario? Provavelmente não, mas ainda é cedo para dizer. O Switch ainda tem alguns anos de vida útil pela frente.

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O jeito é pedir para as estrelas.

De qualquer forma, fãs do personagem estão bem servidos no console. É possível jogar no Switch quase todos os games 2D do personagem via Nintendo Online (ficam de foram os de Game Boy), inclusive os remakes feitos para Super Nes. Tem também a coletânea Super Mario 3D All-Stars, que traz mais três jogos e, claro, Super Mario Odyssey. E no começo de 2021, teremos o relançamento de Super Mario 3D World. Eu queria mais? Sim, queria mais jogos novos, feitos especialmente para o Switch. Mas até que o consolinho está bem servido quando se trata de serviços de encanamento para princesas.

A série “… de cabeça fria” envolve voltarmos a vivenciar algo antigo e que às vezes até já resenhamos aqui no DELFOS com a cabeça fria e com nossas experiências atuais. Se você gostou, mostre pra gente fazendo comentários e compartilhando, pois nos esforçaremos para fazer muitas outras.

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