Kanpai, delfonauta! Cá estamos com uma nova análise Yakuza, agora sob o nome Like a Dragon. Este capítulo, em especial, chamado Like a Dragon Gaiden The Man Who Erased His Name, é uma história paralela. O gaiden do título é como se eles falassem que é “uma história de Like a Dragon“. E do que se trata esta história? Pois bem, delfonauta.

ANÁLISE LIKE A DRAGON GAIDEN

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Aqui sabemos o que acontece imediatamente depois de Yakuza 6. Lembra? É aquele jogo feito para apresentar a última aventura do herói Kazuma Kiryu. Pois se você queria saber o que nosso amigo aprontou depois da aposentadoria, cá estamos com Like a Dragon Gaiden The Man Who Erased His Name. Então já sabe, a sinopse abaixo vai falar sobre o final de Yakuza 6, então fique ligado para estragões daquele título se ainda não jogou.

Depois de levar um tiro na batalha final do game em questão, Kazuma-chan foi visitado pela facção Daidoji, que o ofereceu um caminhão de dinheiro pra calar a boca. Ao invés de pegar a grana, nosso herói pediu pra eles usarem sua influência para que o hospital emitisse uma certidão de óbito. Assim o mundo inteiro acreditaria que estava morto, e ele viveria o resto de seus dias escondido.

Sinceramente, este sacrifício não faz sentido para mim. Na prática, isso tornou Kazuma um refém dos Daidoji, que ameaçavam sua filha e as crianças de seu orfanato a cada desentendimento. E não sei qual a vantagem disso ao invés de ter pego o dinheiro e mantido a boca fechada. Enfim, esta é a situação no início de The Man Who Erased His Name.

YAKUZA LIKE A DRAGON

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Se você jogou Yakuza Like a Dragon, que tem um novo protagonista, sabe que Kazumão aparece naquele jogo num momento vital. Como ele foi parar lá? Não parecia fazer sentido, né? Um cara supostamente morto, que não queria mais se envolver com a Yakuza, está lá defendendo os figurões!

Pois Like a Dragon Gaiden The Man Who Erased His Name visa preencher esta lacuna. Infelizmente, no entanto, ele não chega a contar em detalhes os bastidores da luta contra o Ichiban, o que é apenas mencionado de passagem. Dito isso, é um novo Like a Dragon que traz de volta a jogabilidade que ficou para trás, de quando a série se chamava Yakuza. Ou seja, é um beat’em up estrelado pelo nosso amigo Kazuma-kun, e não um JRPG, como era o caso de Like a Dragon ou do vindouro Infinite Wealth.

Particularmente, embora a identidade da série tenha se mantido constante mesmo em sua mudança de gênero, eu sinceramente prefiro este tipo de combate. Ichiban é um cavalheiro. “Eu te bato, mas daí vou esperar você me bater antes de atacar de novo”. Kazuma é moralmente tão superior aos meliantes quanto Ichiban, mas na hora de arregaçar as mangas, é mais brucutu. Pegar uma bicicleta e derrubar quatro caras com um único golpe é uma sensação que apenas os videogames podem proporcionar.

LIKE A DRAGON GAIDEN É PEQUENO, MAS ENORME

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Como um spin-off, um jogo menor dentro de uma série que é um verdadeiro buraco negro de tempo, estava esperando matar Like a Dragon Gaiden em um ou dois dias. Ledo engano. Embora ele tenha apenas cinco capítulos – comparados aos 15 de Yakuza Like a Dragon, consome bastante tempo, mesmo que você faça apenas a história. Daí, se você quiser interagir com sidemissions, carrinhos de controle remoto, karaoke, videogames clássicos e moças bonitas, a coisa vira literalmente uma segunda vida.

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Sempre é bom interagir com moças bonitas.

Like a Dragon Gaiden tem uma enormidade de distrações, que podem fazer você parar no segundo ou terceiro capítulo por dias a fio. Algumas coisas são tradicionais da série, como o karaoke ou os jogos antigos da Sega. E tem também uma enormidade de jogos à parte, como golfe, sinuca, etc. Sinceramente, eu acho literalmente impossível interagir com tudo que esses jogos oferecem. Ao mesmo tempo, já experimentei o suficiente para saber quais são meus preferidos. E, como sempre, estes são os clássicos da Sega.

CLÁSSICOS DA SEGA

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Eu queria muito saber se este soco é canônico.

Os jogos de arcade são meio que os mesmos de sempre. Virtua FighterMotor Raid, etc. A principal novidade, e uma que faz toda a diferença para mim, é Sega Racing Classic 2, que nada mais é do que Daytona USA 2 sem a licença do nome. Até onde sei, este jogo nunca esteve disponível para consoles. E até onde sei, estes arcades poligonais da Sega são difíceis de emular também, o que significa que tem muita coisa boa daquela época que está praticamente inacessível.

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Daytona 2, cara!

Eu pagaria muito dinheiro por uma coletânea dos arcades da Sega dessa época. Não dentro de um Yakuza ou outro jogo, mas uma coletânea mesmo. Em especial, queria muito jogar de novo Gunblade NY, que eu amava e que só agora vi que saiu para o Wii, mas eu não jogo desde 1997. Ter Daytona 2 em um Like a Dragon é muito legal para mim, mas eu realmente gostaria muito de ter acesso novamente a vários jogos desta lista Sega Model Series, por exemplo.

NOVA JOGABILIDADE

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Uma novidade no combate desta nova versão é que Kazuma aprendeu um novo estilo de luta, e agora pode escolher entre duas posturas. Seu estilo antigo é o Yakuza, mas você pode trocar a qualquer momento para o estilo agente. Este é mais acrobático e permite o uso de gadgets que são bem legais. Tem uma espécie de gancho que pode prender os meliantes e arremessá-los em cima dos outros. Mas meu preferido é a bota-jatinho.

Atropelar uma galera com a bota-jatinho é uma delícia.

Funciona assim: você segura X e o Kazuma começa a deslizar para a frente, derrubando todo mundo. É realmente gostoso fazer um strike em lutas com uma grande quantidade de gente. Eu sinceramente não vi muita vantagem em usar o modo Yakuza quando o Agente é tão mais divertido, então em quase todas as lutas eu usei apenas este, e fiz miséria com os gadgets.

RANKING DE CUTSCENES

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Uma coisa que sempre me incomodou em Yakuza é a enorme variação de qualidade nas cutscenes. Especialmente considerando que tudo neste jogo é levado pela história. Digamos que temos quatro rankings, de A a D. As mais elaboradas, nível A, são filmes em CG maravilindos, mas são limitadas a cenas de ação e momentos cruciais.

As B já são feitas com os gráficos do jogo, com animações bem mais travadas, mas ainda têm movimentação de câmera e animações faciais, ainda que menos elaboradas. Aí temos as C, que basicamente colocam os bonecos simplesmente mexendo as bocas sem expressão enquanto falam. Finalmente, temos as D, que nem faladas são, e seguem o estilo narrativo dos RPGs de Mega Drive, em que você fica apertando o botão para avançar as legendas.

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A importância da história para esta série é tamanha que eu sinceramente acho que as cutscenes deveriam ser todas nos estilos A e B, se não apenas no A. Com certeza era uma questão de orçamento, de quando estes jogos eram nichados, mas não diria que este é mais o caso agora. Além disso, em Like a Dragon Gaiden, ao contrário de Yakuza Like a Dragon, não existem legendas em PT-BR. Você precisa acompanhar a história com diálogos em japonês e legendas em inglês mesmo.

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Muitos personagens conhecidos dão as caras aqui.

Considerando que este é um spin-off, é bacana que, acredito pela primeira vez, as três séries de Yakuza se cruzam. Obviamente, em muitos momentos Like a Dragon Gaiden se cruza com Yakuza Like a Dragon, em personagens, cenários e história. Mas também coloca Judgment dentro da cronologia, com participações de personagens daquela série.

Talvez isso já tenha sido feito antes. Como disse, os Yakuza são grandes demais para eu conseguir ver tudo. O que posso dizer é que esta é a primeira vez que eu vejo as histórias dos três se cruzando em um único jogo. Mas fique à vontade para apontar cruzamentos anteriores se eu perdi.

LIKE A DRAGON GAIDEN THE MAN WHO ERASED HIS NAME

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Todos os protagonistas relacionados a este mundo me agradam. Porém, talvez por ter sido o original, Kazuma Kiryu é meu preferido. Ele é um cara muito do bem e, como eu disse na minha análise do Homem-Aranha, venho valorizando muito isso em meus heróis. Em certa altura, um antagonista fala para ele que até seu pipi fede a honra e virtude. Em uma época de anti-heróis e bunda-ruins, é muito legal ver um cara que não compromete o que considera ser certo por nada. Alguém que você sabe que nunca vai matar, nem sequer bater em mulheres, o que é algo normalizado em outros beat’em ups.

Eu gosto muito do Kazumão e desde Yakuza 6 acho uma péssima decisão tirá-lo da série. Sinceramente, não acho legal continuar colocando o herói como chefe ou protagonista em jogos posteriores depois do alvoroço que fizeram sobre o sexto ser sua última história. Mesmo assim, como fã, fico feliz que ele esteja de volta, pelo menos mais uma vez. Mas convenhamos, será que Kazuma-chan realmente se aposenta dessa vez? Como diria aquela bola que prevê o futuro, isso não parece provável. Afinal, Infinite Wealth vem aí muito em breve. O que dá para dizer para encerrar esta resenha no momento, no entanto, é…

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E obrigado por ter lido até aqui.

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