Ieba! Hoje é o dia tão esperado em que vamos falar de duas das grandes experiências disponíveis no PS VR2. Os dois jogos AAA que estão totalmente disponíveis para o periférico: Gran Turismo 7Resident Evil Village VR.

Olha, este me parece o melhor caminho para fazer o PS VR2 vingar. Criar experiências AAA exclusivas para VR não vai compensar no momento. A quantidade de entusiastas que compram o periférico é relativamente baixa, e impedem que qualquer jogo exclusivo venda a quantidade de cópias de um Hogwarts Legacy ou Elden Ring.

VR como DLC

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O VR permite ficar bem pertinho da nenê fofinha.

Porém, um jogo AAA que esteja disponível para todos, mas que traga uma versão adicional em VR já é outra história. Nenhum dos meus amigos da Playstation Network jogou Horizon Call of the Mountain. Mas quase todos têm Resident Evil Village. Saber que, ao comprar o PS VR2, você já vai ter acesso a várias experiências bacanas de cara é sem dúvida um ponto de venda.

Cá entre nós, eu até aceitaria pagar uma módica quantia a mais para liberar a versão VR de um jogo AAA. Afinal, se menos pessoas vão usar, não é correto cobrar o preço desse desenvolvimento de todo mundo. Da mesma forma, digo o contrário: eu gostaria de pagar mais barato por jogos como Call of Duty para ter acesso APENAS à campanha, uma vez que o multiplayer não me interessa nem um pouco. Justo, não?

Introdução feita, vamos entrar na carne deste artigo. Tenho bastante a falar sobre Resident Evil, e bem menos sobre Gran Turismo, então quero começar com este primeiro.

GRAN TURISMO 7

Como fazer o upgrade: Atualização automática e gratuita. Ao entrar no jogo com o headset colocado, o modo VR é ativado automaticamente durante as corridas. Todo o resto do jogo aparece em 2D. Tirar o headset imediatamente volta ao modo tradicional.

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Como é: Eu esperava que Gran Turismo 7 em VR fosse um show de vômitos, que foi a experiência que eu tive em Driveclub. Felizmente, a coisa aqui está bem melhor. Você joga com o Dualsense normal, então o VR funciona basicamente como uma câmera.

A visão fica limitada a primeira pessoa, e você pode olhar o carro à vontade, tanto durante a corrida como nos modos de exibição. Inclusive, informações básicas, como velocidade, aparecem apenas no painel (e apenas em milhas, mesmo que você escolha km nas opções). É bem interessante para apaixonados por carros. Particularmente, embora o enjoo não tenha sido tão imediato como em Driveclub, ele veio. Joguei duas corridas, e então resolvi parar, sem vontade de voltar.

Se quiser muito brincar neste modo, uma recomendação é colocar um ventilador na frente do seu rosto. Ajuda bastante, mas eu sinceramente prefiro outro tipo de experiência mais confortável em VR. Exatamente como…

RESIDENT EVIL VILLAGE VR

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Cenas assim são muito impressionantes em VR.

Como fazer o upgrade: Este é menos intuitivo. Você precisa atualizar o jogo, mas depois disso precisa baixar um DLC opcional e gratuito. Este DLC tem cerca de 700mb, e uma vez baixado, sempre que você rodar o game, ele vai perguntar se deseja ativar o VR. Coloque o headset, ative e prepare-se para uma das melhores experiências que já tive em realidade virtual.

Como é Resident Evil Village VR?

Em uma palavra: fantástico. De todos os jogos mais tradicionais, com movimentação em primeira pessoa em VR, este é sem dúvida o mais confortável. Curiosamente, o nível de enjoo foi bem baixo para mim mesmo com o “modo túnel” desligado. Ativando no “baixo”, com giro fixado em 30 graus, deixou possível jogar por horas sem o menor desconforto.

A limitação que tinha com Resident Evil Village não era porque começava a passar mal, como em Horizon Call of The Mountain, mas porque as baterias dos controles acabavam. E, além das baterias com baixa carga, os controles do PS VR2 não aceitam ser carregados enquanto você joga, o que exige parar quando o controle pedir arrego.

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Olhe para onde quiser. Tipo lamba sua comida enquanto a Mia está falando com você.

A jogabilidade muda bastante nessa versão. Ele não é tão interativo quanto Call of the Mountain. Tipo não dá para você pegar frutas ou interagir com nada que já não fosse interativo no game original. Porém, toda a interação que já existia foi totalmente retrabalhada. Infelizmente, apenas a campanha principal está disponível em VR. Nada de Mercenários, nem de Shadows of Rose. Os saves também são totalmente independentes e não é possível destravar troféus jogando a versão em VR.

Olhando Resident Evil Village VR

Visualmente, Resident Evil Village VR sofre bastante. Vídeos de comparação mostram que os gráficos estão bem mais simples. O que eu mais reparo é a visão de longe. Árvores, céu e coisas que estão distantes do personagem são bastante simplificadas, e há muito mais neblina nas áreas abertas.

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Mas sabe a real? O ganho de ver o jogo através da realidade virtual é tamanho que isso nem atrapalha. O que me atrapalhou, particularmente, é que as legendas aparecem na frente dos personagens que estão falando. Quando o interlocutor está muito perto, isso faz com que eu enxergue cada palavra duas vezes. Não sei se isso é uma peculiaridade da minha visão ou se todo mundo passaria por isso. O fato é que, por causa disso, as legendas passaram a atrapalhar mais do que a ajudar, e eu logo as desliguei.

Interagindo com Resident Evil Village VR

Talvez a principal mudança seja o uso do inventário. Cada arma e item fica em algum pedaço do seu corpo. Tipo a pistola fica na cintura. A escopeta no ombro. Minas e bombas ficam dentro da jaqueta. O mais incômodo é o mapa, que fica literalmente abaixo do suvaco esquerdo. Você precisa levantar o braço esquerdo e enfiar a mão lá, como se estivesse pegando algo preso nas suas costas. O item virtual fica bem longe, o que torna difícil pegá-lo de primeira. Até dá para customizar algumas das localizações, mas não dá para colocar o mapa em outro lugar. Eu gostaria de colocá-lo onde fica o item de cura, já que uso o mapa com muito mais frequência.

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A ação é o que você espera. Ao pegar cada arma, você atira com o gatilho direito. Para mirar melhor, é necessário segurar a arma com as duas mãos. No modo padrão, você precisa recarregar manualmente, inclusive fazendo aquele movimento de masturbação na escopeta. É o tipo de coisa que, mesmo no PS VR2, acaba sendo muito exigente para a habilidade de tracking do periférico, e eu imediatamente liguei a recarga automática, feita com o toque de um botão. Infelizmente, a escopeta, justamente a arma que menos exige mira precisa, mesmo no automático só funciona com as duas mãos, pois você precisa estar segurando o cano para a masturbação acontecer.

Piano e castelinho em VR

Outras interações também foram retrabalhadas. Aquele minigame do piano, por exemplo, exige que você toque as teclas “virtualmente”. A mesma coisa para destrancar portas ou abrir gavetas. Aquele minigame pentelho das bolas no castelinho, em especial, ficou consideravelmente melhor agora que você pode fisicamente segurar o castelinho e incliná-lo livremente para mover a bola.

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O minigame do castelinho tem uma mecânica só sua.

Algumas coisas, como caçar animais ou abrir gavetas baixas ficaram mais inconvenientes, pois exigem que você se abaixe (felizmente, há um botão para isso). Não é o fim do mundo. Mas cá entre nós, eu gosto de VR mais como câmera do que como controles. Não à toa, quando escolhi as melhores experiências do PS VR1, quase tudo usava o Dualshock e não os moves. Os controles atuais são consideravelmente melhores, tanto no tracking quanto na usabilidade, mas às vezes você simplesmente não quer ficar se mexendo. Eu, pelo menos, prefiro jogar quietinho.

É uma questão de escala

Uma das coisas mais legais em VR é a escala. É ver como alguns personagens, como a Aloy, são pequenininhos. Enquanto outros, como a senhora Dimitrescu, são simplesmente enormes. Admito que eu me senti intimidado quando ela me segurava e colocava seu rosto gigantesco pertinho do meu.

O minigame do piano tem uma mecânica só sua.
Claro, você sempre pode olhar para o outro lado e descobrir coisas como “cadê minha cabeça?”.

Isso é algo comum em VR, mas é sempre impressionante quando um personagem que você já sabia ser grande se torna absolutamente massivo na sua frente. E Resident Evil Village tem um monte de bicho grande.

Resident Evil Village VR: uma aventura de terror

Eu já joguei Resident Evil Village várias vezes desde minha análise original. Ele se tornou um dos meus preferidos dessa geração, e eu amo como ele se dá bem ao ser uma aventura de terror. Eu sinceramente não me lembro de outro game, ou mesmo história, que combine estes dois gêneros que me são tão caros. Especialmente tão bem.

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Resident Evil Village: uma aventura de terror.

No momento que escrevo isso, estou muito animado para o vindouro Resident Evil 4 (claro que vou tentar cobrir, mas só vou saber de fato se vai rolar quando estiver com o jogo), mas eu sinto que Resident Evil Village é um daqueles casos em que se capturou um relâmpago na garrafa. Não tenho dúvidas que Resident Evil 4 será bom. Mas será tão bom? O tempo dirá. Especialmente quando sair sua versão em VR. Mas sempre teremos esta maravilha que é Resident Evil Village. Bom em 2D, melhor ainda em VR.

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