Resident Evil 5: Retribuição

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A minha relação com a série cinematográfica Resident Evil é um tanto estranha. Por exemplo, eu podia jurar que não tinha assistido ao segundo, mas não só assisti, como resenhei. Assim, apesar de ter assistido a todos, eles são tão genéricos que eu não me lembro de nada além da Milla Jovovich. E toda vez que saía um filme novo, eu me surpreendia ao constatar que a personagem dela não era a Jill Valentine.

Mesmo o quarto filme, que eu até me diverti assistindo, sumiu da minha memória. Lembro do 3D caprichado e do visual bonitão, mas nadica de nada da história. Assim, toda vez que vejo um novo episódio da série, é como se fosse apresentado aos personagens e a este mundo pela primeira vez.

O MAL RESIDENTE

Apesar de abrir com uma retrospectiva dos quatro filmes anteriores, a história é o de menos e este longa é tão independente quanto os outros. Aqui, Alice (Milla Jovovich) está presa em uma imensa fortaleza da Umbrella, da qual precisa escapar. Ajudando a moça, temos o outrora vilão Albert Wesker (Shawn Roberts) e a Ada Wong (Bingbing Li). A escapada não vai ser fácil, pois ela está sendo caçada pela Jill Valentine (Sienna Guillory) e pela Michelle Rodriguez, aquela que morreu no primeiro longa.

Resident Evil 5 é ação non-stop. Literalmente. Lembra do trailer fictício que a gente fez aqui no DELFOS para um filme do Contra? O negócio é naquele esquema. Acabou uma cena de ação, outra já é emendada. Cada cena parece a fase de um videogame old-school, quase independente das outras, unidas apenas por um fiapo de história.

E a ação é belíssima, delfonauta! Durante uma das primeiras, em que Alice luta contra uma pá de zumbis japoneses, é praticamente impossível não levantar da poltrona e gritar “Banzai!”. O negócio é de uma pintudice tão absurda que faz Os Mercenários 2 parecer uma adaptação cinematográfica das aventuras da Barbie.

Tanta testosterona se torna ainda mais surpreendente por este ser um filme com um elenco praticamente feminino. Ver a Alice lutando contra a Jill, ambas com roupas apertadinhas, me lembrou a abertura de uns 42 filmes pornôs. Só faltou a lama e um entregador de pizza.

Japoneses exterminados, aparecem aqueles monstros grandes e com machados tradicionais da série. Depois deles, vem um exército. Tudo independente. Tudo sem pausa. Tudo pintudo! O problema disso é que, por melhor que seja a ação (e ela é sensacional), 90 minutos ininterruptos de tiroteio acaba ficando chato. Deixa o filme com mais cara de videogame do que de filme. Talvez fosse essa a intenção, mas é aquela coisa, se eu quisesse jogar videogame, não precisava sair de casa nem comprar o ingresso.

O VIDEOGAME RESIDENTE

Embora eu não seja nenhum expert na série da Capcom, este talvez seja o Resident Evil cinematográfico mais próximo dos games. A Jill Valentine, por exemplo, tem aquele trocinho no peito que a deixa sob o controle da Umbrella, exatamente como no Resident Evil 5 (o game). E além da Jill, agora temos também o Leon Kennedy, embora ele seja tão genérico quanto o ator que o interpreta.

O curioso, no entanto, é a quantidade de referências que o filme faz a videogames. Não apenas à série em que se baseia, mas a videogames em geral. Por exemplo, a abertura do filme é uma cena de extrema violência tocada de trás pra frente com uma música levada no pianinho e deveras emocional. Hum, onde a gente já viu EXATAMENTE isso antes?

E essa referência é totalmente gratuita, pois logo em seguida a cena é repetida, agora em ordem cronológica. No final, por outro lado, temos alguns doloridos golpes que são seguidos de uma visão raio-X mostrando os ossos quebrando. Mortal Kombat, alguém? E tem mais. Portal, Gears of War… praticamente qualquer jogo de videogame que tenha sido relevante nos últimos anos aparece por aqui.

O mais estranho, no entanto, é que eu realmente me diverti durante a projeção, e estava considerando presenteá-lo com uma nota 4 ou 4,5. Porém, assim que acabou, bateu uma certa decepção. Não porque o final é ruim, mas porque Resident Evil 5 é praticamente um lanche do McDonald’s. É gostoso enquanto dura, mas assim que acaba você fica com a sensação de que não valeu o preço e nem o impacto negativo na sua saúde.

Resident Evil 5 vai na mesma linha de Resident Evil 4: Recomeço. É um filme repleto de ação, cheio de mulher bonita, com um dos melhores 3D da história e claramente feito para Imax. É muito divertido enquanto dura, mas totalmente esquecível nas próximas horas. Se é por isso que você procura, não procure mais.

A ENQUETE RESIDENTE:

– Já é tradição abrirmos essa enquete nas resenhas de Resident Evil, então vamos lá! Com quem o amigo delfonauta gostaria de copular para fins recreativos? Milla Jovovich à milanesa, Bingbing Li com pizza, Sienna Guillory com sorvete ou Michelle Rodriguez com burritos? Eu sei, a briga é feia, mas você pode escolher apenas uma mulher e seu respectivo acompanhamento gastronômico. A enquete está aberta para todos os delfonautas, inclusive as femininas.

OUTRAS MATÉRIAS RESIDENTES:

Resident Evil 2: Apocalipse

Resident Evil 3: A Extinção

Resident Evil 4: Recomeço

Resident Evil 4: o jogo