Lançado algumas semanas atrás para Switch, o remake de The House of the Dead, clássico dos fliperamas e filme mais querido do Cyrino, chega ao PS4. No PS4/PS5, você pode usar o sensor de movimentos do Dualshock/Dualsense. Porém, não dá para usar os pirulitos Move para simular uma arminha, como acontece no Switch com os Joy-cons. A desenvolvedora MegaPixel Studio está trabalhando nessa compatibilidade, mas ela não está disponível, nem tem previsão de lançamento. Será que alguém ainda vai lembrar do jogo até lá? Descubra na nossa análise The House of the Dead Remake.

ANÁLISE THE HOUSE OF THE DEAD REMAKE

Análise The House of the Dead Remake, The House of the Dead Remake, Delfos, Forever Entertainment
O primeiro tiro que dei no jogo matou um inocente. E ainda ganhei um troféu por isso. #NeverForget

The House of the Dead Remake é um remake completo do arcade de 1996, The House of the Dead. Curiosamente, assim como Panzer Dragoon, outro remake de clássico da Sega, não houve envolvimento da empresa japonesa aqui.

The House of the Dead Remake foi divulgado durante toda sua produção como um exclusivo de Switch. A versão de PS4, embora não tenha saído muito depois, só foi oficialmente confirmada após o lançamento da primeira. Talvez esta tenha sido um afterthought, algo feito rapidinho a toque de caixa, o que explicaria a falta de suporte ao Move e mesmo a crueza dos gráficos. Meu amigo, este remake definitivamente não está no nível de um Shadow of the Colossus.

THE HOUSE! OF THE DEAD!

Não que os gráficos sejam ruins. Longe disso. Na verdade artisticamente eu gosto muito do que vemos aqui. Temos aquele visual colorido e cheio de cores brilhantes, que era comum nos arcades e que não costuma ser usado em games pensados para consoles.

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Porém, os gráficos não são técnicos. Eles parecem rodar em uma resolução bem baixa (ou então com texturas que não popam nunca), o que é bem estranho para um game tão simples. Mas talvez o principal problema deste remake seja seu escopo. Em especial, algo que você já deve saber mesmo antes de jogar.

A QUANTIDADE DE HOUSE OF THE DEAD

A questão é que temos apenas um jogo aqui, o primeirão. E, como praticamente todos os rail shooters criados para arcades, é uma campanha bastante curta. Tipo 40 minutos mesmo, sabe? Para você ter uma ideia, eu recebi o jogo no início de uma manhã e até a hora do almoço já tinha ido do começo ao fim quatro vezes.

O que tem aqui está bom. Visual legal, músicas legais, atuações melhores do que as originais. E o gameplay é, claro, uma delícia. Mas simplesmente não há muito jogo.

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The House of the Dead Remake é estruturado como sempre foi. Tem algumas opções novas, caminhos alternativos e três finais. Mas não muda o fato de que é uma campanha de 40 minutos que gostaria de ser jogada por 15 horas. E por mais que a primeira jogada seja fantástica e muito divertida, a ponto de você querer jogar de novo imediatamente, se torna pior a cada nova partida. Afinal, você fica praticamente sem surpresas. Dá apenas para aumentar/diminuir a dificuldade, ir atrás de troféus e outras coisas que só servem para disfarçar que o conteúdo é o mesmo. E isso se arrasta para as novidades.

AS NOVIDADES DE THE HOUSE OF THE DEAD REMAKE

Há duas formas de jogar a campanha: original e horde. E há duas formas de pontuação: clássica e moderna. O jogo não explica as diferenças, então eu precisei perguntar ao pai Google. Imaginei que o horde fosse realmente um “modo horda”, onde você tem que sobreviver o máximo de tempo possível, mas não é.

Basicamente, o horde é a mesma campanha do original, mas com mais inimigos. Até onde posso perceber, as opções de dificuldade aumentam a vida dos inimigos, mas não mexe na quantidade de zumbis. Para isso, você precisa escolher o horde, onde também pode configurar a dificuldade como desejar.

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Por fim, a opção moderna de pontuação dá mais pontos. Ela recompensa velocidade e kill streaks, enquanto a clássica foca em incentivar headshots. Ninguém se importa com pontos hoje em dia, mas o placar também afeta a dificuldade. Calma que eu explico.

Você começa The House of the Dead Remake com 10 continues. Depois de usar todos, pode comprar continues adicionais gastando cinco mil pontos. Isso deixa o modo moderno mais fácil, simplesmente porque, ao ganhar mais pontos, você terá também mais vidas. Nada disso afeta consideravelmente o gameplay e as fases, mas é o que tem pra hoje. O modo “moderno” também permite escolher o personagem, entre duas opções que afetam apenas o visual do herói nas cutscenes e a voz que grita reload.

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Alguns menus do jogo citam a possibilidade de destravar novas armas, mas até o fechamento dessa matéria, eu não descobri como fazer isso. Há troféus que incentivam a salvar todos os cientistas, vencer o jogo sem tomar dano e seguir todos os caminhos possíveis, mas não sei se essas ações são recompensadas com novas armas.

E eu gostaria muito de novas armas. Em especial, eu amaria poder jogar The House of the Dead Remake segurando o botão para dar uma rajada de tiros, ao invés de ter que apertar uma vez por tiro. E, se você já jogou The House of the Dead sabe o motivo: alguns chefes precisam de tanto tiro que deixam o dedo literalmente doendo.

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Imagem meramente ilustrativa, tá?

Esta versão até dá algumas colheres de chá de qualidade de vida, como recarregar automaticamente. Isso literalmente torna The House of the Dead Remake um game de um botão só, e ele fica melhor por isso. Mas o sinal desse botão vai ficar eternamente tatuado em seus dedos.

ANÁLISE THE HOUSE OF THE DEAD REMAKE: RELOAD!

Eu gosto muito de The House of the Dead, caso não tenha ficado claro até agora. Porém, considerando a duração dos arcades, este é o tipo de projeto que não tem sustância suficiente para os consoles modernos. Talvez fosse um investimento mais inteligente uma coletânea com todos os arcades de The House of the Dead em um único pacote. Isso seria preferível a este mesmo que fossem apenas ports, não remakes. Ou, mais legal ainda, se o primeiro jogo viesse nas versões original e remake e os outros apenas incluídos, mesmo que não refeitos. Pois é, mais ou menos como a 343 fez com Halo: The Master Chief Collection.

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Pontos extras se incluíssem o The House of the Dead: Overkill que é, até onde sei, o único jogo da série lançado originalmente para consoles. E, por isso, tem mais sustância do que todas as versões arcade. Aliás, está mais do que na hora de relançarem esse. Em uma coletânea completa seria melhor, mas admito que eu compraria mesmo em um lançamento independente.

The House of the Dead Remake é o tipo de jogo que eu gosto de ter instalado nos meus videogames. É uma diversão rápida e simples, perfeita para ser jogada do início ao fim com uma visita. E é assim que ele funciona bem, como uma diversão casual ocasional, não como um intensivão em que você joga várias vezes em uma manhã, como eu fiz para este review. No final das contas, The House of the Dead Remake é exatamente o que eu esperava. E provavelmente é o que você espera também.