Jogar Josh Journey: Darkness Totems é um daqueles prazeres que vêm com o trabalho no DELFOS. Afinal, a primeira vez que ouvi falar dele foi quando os colegas da QUByte Interactive entraram em contato. E daí acaba sendo minha função levá-lo ao seu conhecimento.

JOSH JOURNEY É UM BEAT’EM UP MULTIPLAYER

Josh Journey traz quatro personagens jogáveis. E eles são bem diferentes. Tem dois com ataques corpo a corpo, e dois à distância. A pegada é que você não escolhe um e sai distribuindo sopapos. A não ser que jogue em quatro pessoas. Se jogar em duas, por exemplo, cada um escolhe dois. Sozinho, você controla os quatro. Claro, um de cada vez. Dá para alternar entre eles a qualquer momento com L e R.

Josh Journey, Darkness Totens, Provincia Studio, QUByte Interactive

A ideia é ser como um River City Girls Zero mais amigável. Quando um personagem perde toda sua vida, uma máscara fica onde ele bateu as botas, e dá para trazê-lo de volta segurando o X por alguns segundos.

A questão é que a dificuldade (única, sem opções) é claramente tunada para vários jogadores ao mesmo tempo. Em especial os chefes. Os inimigos têm uma IA simples, mas muito agressiva. Eles se mantém sempre fora do alcance dos seus ataques e tentam te pegar por trás. Como sempre tem mó galera querendo bolachas, a toda hora tem alguém vindo por trás e outro atirando de longe.

IA EXTREMAMENTE AGRESSIVA

É comum em jogos de porradinha você ter tempo para se movimentar, pensar em estratégias e tal. Aqui não. Os inimigos simplesmente não param de atacar em nenhum momento. Isso faz com que arenas mais longas, em que você precisa vencer algumas ondas, se tornem muito difíceis se estiver sozinho.

Josh Journey, Darkness Totens, Provincia Studio, QUByte Interactive

Isso porque você não tem nem dois segundos entre a vitória e um novo caboclo te batendo. E demora muitos segundos para reviver um coleguinha. Eu fiquei com a sensação de que o jogo era simplesmente muito mal tunado, mas daí me ocorreu: ele é feito para jogar em quatro pessoas. Enquanto um revive, os outros dois atraem e distraem os meliantes.

Ele poderia, sim, dar mais opções de dificuldade. Coisas como reviver mais rápido ou tornar a IA menos agressiva deixariam possível jogar sozinho. Também não há multiplayer online, então a única forma de jogar “de quatro” é tendo quatro controles. Mas da forma que está, se você joga sozinho, como eu, simplesmente não dá para recomendar Josh Journey.

JOSH JOURNEY É LINDO E IMPRESSIONANTE

É uma pena, porque a primeira impressão que ele causa é ótima. Josh Journey é simplesmente um dos beat’em ups mais bonitinhos que já vi. Em um gênero em que até as maiores superproduções são pixeladas, é muito bom ver outro estilo de arte. E este jeitão “desenho animado” me agrada muito. Ora, veja que coisa mais linda!

Josh Journey, Darkness Totens, Provincia Studio, QUByte Interactive
Né?

O combate em si não é perfeito. Basicamente você fica martelando quadrado tomando cuidado para não vir alguém por trás. Há alguns upgrades, mas mesmo com vários comprados, a coisa é bem button mashing.

Ainda assim, o visual é tão bonito que eu certamente o jogaria até o fim. No começo, ele me lembrou a sensação daqueles lindos fliperamas dos anos 90, cheios de cores vivas e chamativas. Infelizmente, logo começou a mostrar que também puxou o design “papa-fichas” daqueles jogos. Aqui, porém, você volta do início da fase se todos os heróis forem derrotados, o que acaba tornando jogar sozinho um exercício de frustração.

O CHEFE ME VENCEU

Josh Journey, Darkness Totens, Provincia Studio, QUByte Interactive

E daí já sabe. Quando eu fico mais de dez minutos lentamente tirando a vida de um chefe, morro e tenho que voltar do início, é hora de desistir. E eu ainda morri em um chefe de “fase inteira”. Tem alguns que vêm no meio ou no início de uma fase normal. Felizmente, nesses casos, ao vencer o chefe, ele não reaparece de novo caso morra e tente a fase de novo. Mas é um consolo pequeno quando o jogo tem tantos chefes com tanta vida. Pelo menos para tirar sozinho.

Então é exatamente isso. Se você tem um grupo de amigos que moram perto e que conseguem juntar quatro controles na mesma sala, Josh Journey pode ser uma experiência tão marcante quanto uma tarde no fliperama. Mas se for jogar sozinho, é melhor ficar com um dos outros excelentes beat’em ups lançados nos últimos anos e melhor tunados para o single player. Pelo menos até os desenvolvedores colocarem opções de dificuldade.