Finalmente, após um mês de jogatina, joguei todo o Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition.

Nas últimas semanas, publicamos quatro textos sobre a aventura. Hoje, você confere as impressões finais sobre o jogo inteiro. É como um resumão sobre a parte final e o jogo, no geral – sem spoilers. O primeiro tópico é muito importante se você deseja ter essa experiência também. Vamos lá?

Dragon Quest XI S – parte 5: esse jogo é na verdade 3 em 1!

Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age tem três atos, cada um grande o suficiente para ser seu próprio jogo. Para você ter uma ideia do quanto de conteúdo temos aqui, todas as capturas e temas da história que comentei nos textos anteriores estão dentro do ato 1.

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
E quem jogou, sabe que os personagens são bem religiosos – você salva o jogo em igrejas, inclusive!

Para quem jogou algum Dragon Quest antes, isso não deve ser exatamente uma surpresa. Porém, o mais importante a dizer é que eles não têm o mesmo ritmo e qualidade, o que torna a experiência completa algo bem irregular.

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Mas não se preocupe, os puff-puffs estão presentes até o final.

O ato 1 é maravilhoso, como você deve ter percebido pela minha empolgação nos primeiros textos. O 2 oferece motivações muito boas para continuar jogando. Também gostei bastante dele. Já o 3… bem, eu preciso de pelo menos um tópico para falar do ato 3!

Dragon Quest XI S – parte 5: o ato 3!

O ato 3 é uma tremenda de uma enrolação e perda de tempo. É triste, mas é a verdade, pelo menos para mim. Agora, como você deve imaginar, falar dele sem dar spoilers é meio difícil, mas descobri uma forma, com o uso de metáfora – veja só.

Sabe aquela criança que passeou o dia inteiro no parquinho, brincou em todos os brinquedos e, aí, quando você está prestes a ir embora, ela pede para ficar mais?

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Repetição me deixa furioso, assim como o Erik neste pep power super legal.

E aí, ela fica falando o quanto o parquinho é legal, que o escorregador é incrível, mas você brincou nele duas vezes. A criança, em seu mecanismo traiçoeiro de defesa, fica nostálgica, e começa a dizer que não haverá outros parquinhos iguais a esse. Por Odin, ela pode estar certa – mas, agora, você precisa ir embora. Por sua sanidade mental.

Dragon Quest XI S é a criança nessa metáfora. Você? Adivinha?! Você é o pai dela!

Dragon Quest XI S – parte 5: Sim, o ato 3 é mais do mesmo

As horas mais avançadas do jogo tem reskins dos mesmos monstros que você enfrentou antes, quests e trials em dungeons dos atos 1 e 2. As trials, inclusive, devem ser completadas duas vezes cada para você conseguir alguns dos itens mais legais do jogo.

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Este é o caminho para uma dessas trials.

Se você quiser ver o final verdadeiro, será obrigatório completar essas sequências várias vezes. O último chefe é tão apelão que, mesmo terminando o ato 2 e jogando mais de 20 horas do ato 3, não consegui nem fazer um arranhão nele!

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Os inimigos no ato 3 são os mesmos, mas eles têm olhinhos verdes e são mais fortes.

No final, Dragon Quest XI S cai nas velhas armadilhas do gênero de RPG. Ele permanece por muito mais tempo do que o necessário, sem conteúdo novo. O que já foi visto e vivido, bem, já foi visto e vivido. Não é necessário repetir.

Os desenvolvedores, na esperança de entregarem a melhor experiência possível, acabam entregando apenas mais. Ao final do jogo, somei quase 90 horas. Estimo que 30 delas, a maioria do ato 3, são pura gordura.

Pelo que li das impressões de quem jogou a versão do PS4, um ano atrás, o ato 3 é opcional. Mas eu discordo, uma vez que a história ao final do ato 2 fica incompleta.

Dragon Quest XI S – parte 5: Busywork ou guilty pleasure?

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Yeah, guilty pleasure!

Mesmo assim, confesso que gostei bastante da experiência. Apesar de pecar pelo excesso, estamos diante de uma legítima história de aventura, companheirismo e heróis, do jeito mais puro que existe. É um jogo para você se debruçar e sair feliz, deixando todos no caminho felizes também.

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Aqui, você escolhe em um menu com quem casar. Nada de cortejar a garota por diversas horas. Sobre escolha, aliás, eu não escolhi essa imagem pelo duplo sentido…

Dragon Quest XI S é totalmente player-centric – ele entende, quase sempre, o que o jogador está pensando e sentindo, tanto em relação ao gameplay, quanto ao desenrolar da história.

É muito, muito difícil antecipar as vontades de quem irá jogar. Aqui, isso se torna lugar comum, pois os desenvolvedores sabem o que estão fazendo. Pela maior parte do tempo, pelo menos!

A principal força de Dragon Quest é que ele não quis reinventar a roda. Não tem nada que você não tenha visto antes em JRPGs ou jogos de aventura. Porém, a história é tão bem amarrada, o combate, tão prático e clássico – juntos, eles têm um charme. E você sabe o que acontece quando alguma coisa tem muito charm.

Dragon Quest XI S, Switch, Delfos
Não é possível permanecer irritado com um jogo que tem tanto puff-puff!

Dragon Quest XI S – parte 5: o saldo da Definitive Edition

Uma coisa que está clara é que esta edição definitiva é, definitivamente, a versão para escolher do jogo, caso você queira jogá-lo. Além do conteúdo novo, as funcionalidades e novas opções (em especial, sobre a velocidade das ações nas batalhas) tornam a experiência muito mais agradável.

Após jogar esta versão, entendi por que a Nintendo escolheu Hero, o personagem principal, como convidado para a DLC de Super Smash Bros. Ultimate. Também entendi por que os desenvolvedores do jogo disseram que apostaram nele para ter sucesso no Ocidente. Ou por que o jogo estar no Switch foi um pedido do grande Satoru Iwata. A experiência é, realmente, especial.

Com isso, encerramos esta série de artigos sobre Dragon Quest XI S: Echoes of an Elusive Age – Definitive Edition. Espero que você tenha gostado.

Agora, preciso ir e ficar um tempo sem JRPGs. Até a próxima!