Uncharted The Lost Legacy talvez seja o último Uncharted que veremos por um bom tempo. Afinal, em Uncharted 4, a história de Nathan Drake foi muito bem encerrada. O único caminho para continuar é com outros personagens. E é isso que The Lost Legacy fez. As estrelas aqui são a Chloe, que você deve conhecer dos Uncharteds 2 e 3, e Nadine, uma das antagonistas de Uncharted 4.

Uncharted brilha na força de seus personagens, e aqui Chloe e Nadine ficam ainda mais tridimensionais do que já eram. Nadine era antagonista no outro jogo incluído na Legacy of Thieves Collection, mas ela não era especialmente má. Ela era uma rival, outra interessada no tesouro de Henry Avery. O vilão real era Rafe, seu parceiro. Já Chloe nunca foi antagonista, mas aqui ela ganha um desenvolvimento que simplesmente não é possível para um personagem secundário.

UNCHARTED THE LOST LEGACY

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Amizade sob uma chuva de balas.

Uncharted The Lost Legacy originalmente seria um DLC de Uncharted 4, mas a Naughty Dog e a Sony resolveram lançá-lo como um jogo à parte. Assim, é uma aventura mais contida, e isso a deixa ainda mais intensa do que os já absurdamente intensos jogos da série.

The Lost Legacy é quase um greatest hits de Uncharted. Sua história é rápida, suas cenas de ação são intensas e constantes, mas isso não significa que não haja tempo para respirar. A verdade é que The Lost Legacy talvez tenha o melhor timing da série, justamente por ser o mais contido. Em especial em comparação com o bastante longo Uncharted 4, The Lost Legacy parece ir direto ao ponto, sem encher linguiça. Ou quase.

O MUNDO ABERTO DE UNCHARTED THE LOST LEGACY

A partir de Uncharted 4, a Naughty Dog passou a flertar fortemente com mundo aberto, e The Lost Legacy é o primeiro jogo que a desenvolvedora lançou que tem uma parte cujo objetivo é literalmente limpar um mapa.

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Flamingos! Minha filha adora flamingos só porque são rosas.

Pois é, pela primeira vez em Uncharted, The Lost Legacy tem um mapa e sidemissions. No capítulo em questão, você é solto em uma área aberta e deve visitar três pontos em qualquer ordem para progredir. Porém, há também mais de 10 áreas marcadas no mapa, onde você pode cumprir desafios opcionais. Cumpra todos e você libera um item que ajuda a encontrar tesouros.

Eu não gosto disso. Um tempo atrás até gostava, mas mundo aberto se tornou tão comum em games AAA que estou empapuçado. Eu já limpei o mapa quando joguei no PS4, então em 2022, jogando no PS5, fiz pouco mais do que o necessário para progredir.

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Essa parte aberta vem logo no comecinho da campanha, e me lembrou as bandas de metal dos anos 80, que colocavam a balada logo no começo de seus álbuns, meio que pra se livrar da parte burocrática logo. E é exatamente isso que sinto em The Lost Legacy. O jogo começa realmente depois dessa parte. O que vem antes é introdução/tutorial. Daí vem isso. Depois que você se livra dessa burocracia é que vem a parte realmente boa. E, meu amigo, como é boa!

A ADRENALINA DE THE LOST LEGACY

Tirando o capítulo aberto, o único defeito que posso colocar em The Lost Legacy é que ele tem menos variação de cenário que os outros (com exceção do primeiro). Mas isso é por causa de sua curta duração. Afinal, não faltam momentos épicos de adrenalina por aqui, nem desenvolvimento de personagens. Apesar do começo meio pentelho, na parte aberta, o que vem depois está ali com os melhores exemplares da série.

E o que dizer do capítulo final, no trem? Talvez o mais exagerado – no bom sentido – de toda a série. É o tipo de cena que faz qualquer fã de histórias de ação gargalhar em empolgação.

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O obrigatório momento Assassin’s Creed.

Aliás, por só ter uma única parte aberta, pela sua duração mais curta e maior intensidade, eu diria que The Lost Legacy é ainda mais legal do que Uncharted 4. Até o fato de ter um mapa no capítulo aberto deixa essa parte mais palatável do que no quarto. Ele tem menos sustância, verdade. É mais um lanche do que uma refeição completa. Mas eu gosto muito mais de um bom X-salada do que de um pratão de arroz com feijão.

Eu sinto falta de Nathan Drake, um dos personagens mais carismáticos dos games. Mas eu também gosto de Chloe e Nadine. Além disso, a temática “mitologia indiana” de The Lost Legacy é mais interessante do que o “tesouro de piratas” de Uncharted 4.

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Essa imagem parece tirada de Control, né? Será que a Chloe manda bem na telecinese?

Por outro lado, o fato de ser uma aventura independente das outras também torna Uncharted The Lost Legacy mais acessível para aqueles que não acompanharam a história do Nathan. É um bom ponto de entrada na série, onde você pode ver tudo que ela faz bem de forma mais editadaÉ como comprar uma coletânea de uma banda antes de mergulhar fundo em seus álbuns. E como já diria o Dead Kennedys, give me convenience or give me death!

A série “… de cabeça fria” envolve voltarmos a vivenciar algo antigo e que às vezes até já resenhamos aqui no DELFOS com a cabeça fria e com nossas experiências atuais. Se você gostou, mostre pra gente fazendo comentários e compartilhando, pois nos esforçaremos para fazer muitas outras.

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