O Guilherme e o Rock

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O Corrales e o Rock – Quase uma autobiografia.
O Cyrino e o Rock – Saiba como o Rock entrou na vida do Cyrino e não saiu mais.
O jornalismo metálico – Tudo que você sempre quis saber, mas ninguém tinha coragem de contar.

A música sempre foi e sempre será a minha maior paixão. A frase ficou meio cafona, mas é isso mesmo que eu sinto. Mais do que livros, games ou quaisquer outras coisas que sejam. Sinceramente, eu acho que ficaria maluco se ficasse uma semana sem ouvir alguma música que eu goste.

Bom, acho que não é sobre isso que eu tenho que falar agora. O assunto hoje é sobre a iniciação de cada delfiano ao Rock. Então vamos ao que interessa! Deixe-me antes colocar alguma coisa do Therion para me inspirar a escrever. Pronto, agora sim.

Desde que me entendo por gente, ouço música. Quando pequeno, tinha uma vitrolinha branca que sempre estava com alguma coisa tocando enquanto eu brincava. Algum delfonauta se lembra do disquinho Plunct Plact Zum? Era um dos meus preferidos, muito embora eu não me lembre hoje de nenhuma música dele (além da faixa título do Raul Seixas). Aliás, prefiro até não me lembrar para não estragar as boas memórias que tenho dele. 🙂

Meus pais nunca ouviram coisas muito legais. Meu pai é um grande fã do Roberto Carlos (ele sim é o tremendão mor, Corrales!) e minha mãe não tem o hábito de ouvir nada. Felizmente, gostos não são hereditários, certo?

Quando estava com meus oito ou nove anos, resolvi pedir aos meus pais para começar a fazer aulas de piano. Eles acharam uma ótima idéia, e toparam. Aí começou uma paixão mais séria – a música clássica. Eu provavelmente tinha uns gostos meio esquisitos, pois quando, nas festinhas de aniversário dos meus colegas de colégio, as pessoas queriam ouvir, sei lá, lambadas (era a música da época, afinal de contas), eu queria ouvir alguma valsa de Strauss ou algum noturno de Chopin.

Aos doze anos, tinha perdido a vontade de continuar com as aulas de piano e parei. Hoje em dia não me lembro de praticamente mais nada, mas meus ouvidos nunca mais foram os mesmos. Nada me irrita mais do que ser forçado a ouvir gêneros musicais que eu não goste. O Corrales percebeu isso quando, durante uma partida de Final Fight Streetwise eu fiquei irritado com o chatíssimo Hip Hop que tocava durante o jogo. Sério, meus impulsos assassinos (normalmente bem escondidos) ficam a postos para tomar o controle.

Pelo menos para mim, os doze anos de idade foram a época do início do interesse pelo sexo oposto. Até então eu estava mesmo preocupado em brincar com Lego, e não me arrependo de nada disso. Bom, nas festinhas dessa época a gente costumava tirar as garotas para dançar, mesmo estando meio envergonhados. Tears In Heaven, do Eric Clapton, Spending My Time, do Roxette e Pacience dos Guns ‘n Roses eram os hits do momento (hahaha, que expressão manjada!), e eram o que eu gostava de ouvir também. Tenho ótimas lembranças ao ouvir essas músicas hoje em dia.

Naquela época, eu ouvia um bocado de rádio. A (acredito eu) extinta Rádio Cidade, que pegava aqui no estado do RJ tocava coisas como L7, Nirvana e Alice In Chains. Ah, e por um acaso o (também extinto) Hollywood Rock de 1993, que eu assisti na TV, trouxe essas três bandas. Ao contrário da maior parte das pessoas da época (o Cyrino incluído), a minha banda preferida não era o Nirvana nem os Guns ‘n Roses, e sim o Alice In Chains. Dirt foi o disco que mais escutei naquela época. Mal sabia eu o quanto o som deles era inspirado no Black Sabbath.

Dois anos depois do Alice In Chains, foi a vez do Metallica, graças às vááááárias repetições de The Unforgiven e Nothing Else Matters nas rádios. Comecei pegando o Black Album, depois Ride The Lighting, And Justice For All, Kill ‘em All e, finalmente, Master Of Puppets. O som da banda era fabuloso, e eu fiquei impressionado. Master Of Puppets acabou virando meu disco preferido e o meu CD está literalmente gasto de tanto uso. Aí veio o Load com suas baladas Country, e o Metallica perdeu um pouco dos pontos que tinha comigo. Paralelamente a isso, eu escutava um pouco de Aerosmith também. Pena que ainda não tinha acesso aos discos antigos (o Rocks é maravilhoso), pois tenho certeza que teria gostado bastante.

Eu me formei no final de 1997, e logo comecei a trabalhar. Um colega de trabalho estava passando alguns discos do Iron Maiden para frente, e eu acabei pegando Fear Of The Dark (que tinha a única música da banda que eu conhecia na época, Wasting Love). Gostei do som, e mais tarde comprei o clássico The Number Of The Beast, que, contrariando as tendências, não correspondeu às minhas expectativas. Por alguma razão bizarra, minha música preferida dele é Total Eclipse (que na verdade é uma faixa bônus).

Por não comprar nenhuma revista, estava limitado a conhecer as porcarias que tocam na MTV. Resolvi achar que essa cena do Rock e do Metal estavam mortas e larguei. Calhou desse meu desgosto ter coincidido com a época em que comecei a namorar uma menina que curtia música clássica, e voltei a escutar mais o gênero. Espere só um pouquinho porque o CD do Therion acabou, e agora vou colocar Dimmu Borgir.

Ok, onde eu estava? Bom, em 2000, um colega de trabalho, que hoje inclusive é um grande amigo, me emprestou um disco chamado The Visit, da cantora canadense Loreena McKennitt. Cara, foi amor à primeira vista. Sem Internet e morando numa cidade pequena foi muito, muito difícil achar mais CDs dela, mas fiz o que pude e acabei com uns três. Foi basicamente o que eu ouvi durante uns três anos, e hoje em dia vejo até mais claramente o porquê – a riqueza musical aliada ao feeling (tão importante e muitas vezes deixado de lado). É meio difícil explicar o tipo de música que ela compõe, mas é mais ou menos uma mistura de música celta com elementos de World Music no geral.

De Metal, eu só escutava Therion que, por um acaso, ouvi falar numa lista de discussão sobre Ocultismo. Comprei o disco Deggial e gostei bastante, mas não consegui encontrar mais nada.

Bom, em setembro de 2003, entrei em uma loja e vi o novo disco do Iron, o Dance of Death. Comprei, ouvi, gostei mais ou menos e resolvi comprar uma Rock Brigade, sei lá o porquê. Achei um bocado de coisas que quis ouvir para experimentar. Comecei com o tal do Nightwish (que parecia moda na época), mas não gostei. Ouvi outras coisas de Gothic Metal, mas achei tudo meio parecido demais. Faltava energia!

Graças à Galeria do Rock, consegui comprar tudo do Therion, que se tornou uma das minhas bandas preferidas, não apenas pelo som genial, mas também pela temática lírica. Para quem não sabe, o primeiro e o segundo disco são de Death Metal, e acabaram servindo para que eu tomasse contato com o gênero. No começo, achei meio barulhento demais, mas dei chance, e acabei gostando bastante.

Acabou sendo do Therion o primeiro show de Metal que fui. Ah, sim, e aqui está a resenha dele. Nela, o Corrales fala de um doidão que gritou “Theli” quando o Christofer Johnsson (guitarrista e líder da banda) perguntou qual o disco que a banda lançou em 1996. Bom, o doidão era eu, me esgoelando lá de cima do camarote. Mundo pequeno, este. 🙂

Uma banda que conheci nessa época foi o Death, e foi outra que acabei comprando a discografia compulsivamente, inclusive os DVDs. O vocalista, guitarrista e compositor dessa banda, Chuck Schuldiner, morreu vítima de um raro tumor no cérebro em 2001, mas deixou um bocado de coisas boas antes disso. Foi graças ao Death e aos primeiros discos do Therion que eu achei minha “casa” no Metal extremo. Os três primeiros discos do Metallica sempre foram meus preferidos, e conhecer Exodus, Kreator e Slayer, ótimas bandas de Thrash, foi muito bacana.

Depois que perdi o preconceito contra os vocais guturais (que hoje até prefiro em comparação aos vocais limpos), conheci bastante coisa legal de Death Metal: Cannibal Corpse, Nile, The Crown, a fantástica banda brasileira Krisiun, etc. Daí para o Black Metal, desde o de boutique (Dimmu Borgir) até o true, (Darkthrone), foi um pulo. Claro que sem deixar de lado o bom e velho Hard Rock do AC/DC (que eu também fui conhecer depois de “velho”).

Hoje tenho uma coleção de uns 550 CDs, e acho que estou muito longe de conhecer tudo o que eu queria. Nada mau para alguém que, há menos de três anos, achava que a cena já tinha dado tudo o que tinha que dar. Ah, e se alguém conhecer algo ainda mais extremo que o Black Metal, pelamordedeus mande um e-mail para mim.

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