Dimmu Borgir

0

Decepção. Muita Decepção. Eu simplesmente não consigo me expressar através de qualquer outra palavra que não essa. Mas vamos começar do começo.

Eu nunca tinha ido em um show de Black Metal antes. Para falar a verdade, eu nem sou muito adepto do estilo, já que sempre me identifiquei mais com a filosofia paz e amor do que com o individualismo perpetrado pelo satanismo moderno, do qual a maior parte das bandas de Black Metal faz parte. Uma coisa, no entanto, é fato: os músicos desse que é o mais extremo estilo de Metal, estão entre os melhores já criados pelo gênero, podendo ser rivalizados, se tanto, apenas pelas bandas de Heavy Melódico. Podemos, inclusive, dizer que isso acontece pelo de ambos os gêneros serem muito influenciados pela música clássica.

Eu, como fã da boa música, não poderia deixar de curtir as músicas trabalhadas e muito bem compostas do Dimmu Borgir e de seus congêneres, apesar de não partilhar da filosofia dos caras. E sabendo de sua extrema qualidade musical, nada mais normal do que esperar algo mais do que boa música no show deles. Admito que só tenho um álbum da banda, o Puritanical Euphoric Misanthropia e, como as fotos do encarte contam com um tremendo apelo visual, esperava por um show bem teatral. Não foi o que aconteceu.

Quando cheguei no Credicard Hall, era pouco depois das 9:30 (o show estava marcado para as 10:00) e a banda Torture Squad já estava no final de sua apresentação. Mais uma prova do desrespeito com as bandas de abertura, o que está tornando as resenhas de shows no Delfos um pouco repetitivo, então, quem quiser saber minha opinião sobre isso, leia as minhas primeiras resenhas de shows. Acho que assisti umas duas músicas da banda, que mandou muito bem, com um Metal bem pesado e muito empolgante. O show encerrou com a conhecida Pandemonium e saem do palco. Era chegada a hora dos noruegueses invadirem São Paulo pela primeira vez.

Depois do intervalo, uma longa introdução começa a ser tocada e um belíssimo e imenso pano de fundo é iluminado, anunciando que vinha coisa boa por aí. Alguns minutos depois, os músicos sobem no palco e o vocalista Shagrath anuncia a primeira música Spellbound (By The Devil).

A banda tem uma ótima presença de palco e tocam absurdamente bem. O som da casa também ajudou. Aliás, o Credicard Hall, que era a pior casa de shows (de grande porte) de São Paulo, não está mais tão ruim pois, além do som exemplar, haviam cadeiras no fundo da pista para aqueles que, como eu, preferem assistir ao show do que ficar pulando.

Com pouca conversa entre as músicas e muita cara de mau, a banda seguia tocando suas músicas. E vieram Vredesbyrd, Cataclysm Children, Kings Of Carnival Creation e Mourning Palace, entre algumas (poucas) outras. Todas no mesmo esquema, intercaladas apenas por alguns “Thank You So Much” de Shagrath e recheadas por muita técnica.

E foi isso. O show foi uma hora e quinze minutos (curtíssimo, por sinal, como o de todas as bandas escandinavas que já assisti) dos caras tocando (muito bem) e o belo pano de fundo. Sem conversa, sem platéia cantando junto e sem pirotecnias nem nada do show teatral que eu esperava. Me lembrou até os piores shows de Heavy Melódico, como foi o do Sonata Arctica em sua primeira passagem pelo Brasil, ou seja, um show extremamente profissional levado realmente a sério e se esquecendo de que o Rock foi um estilo criado para nos divertirmos. Parece que não é apenas na alta qualidade sonora que o estilo mais pesado e o mais comercial de Metal se assemelham.

Galeria

Galeria