Chrome Division – Doomsday Rock ‘n Roll

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O Black Metal não é o gênero mais acessível que existe e, por isso, muita gente não gosta. Felizmente, um fato costuma ser reconhecido mesmo entre quem não ouve: na sua maioria, as bandas são compostas por excelentes músicos, pois o Black Metal é um gênero que não precisa apenas de velocidade, mas de técnica e feeling também. Ora pipocas, geralmente bons músicos não se prendem apenas a um estilo, certo? E, a não ser que o “dono” da banda seja o Lars Ulrich ou outro cara igualmente chato, nada impede que esses músicos tenham projetos paralelos.

O Chrome Division é justamente uma dessas bandas “paralelas”. Na guitarra, Shagrath do Dimmu Borgir e Ricky Doom. Luna do Ashes To Ashes no baixo, Tony White na bateria e, finalmente, Eddie Guz nos vocais. A banda é da Noruega. Ignorando o nome Rock ‘n’ Roll da banda, o que é que alguém acharia que eles tocam? Black Metal, certo? Bem, não é exatamente isso – Doomsday Rock n’ Roll é um disco de Hard Rock bem sujão que poderia perfeitamente ter sido o novo do Motörhead. Até o timbre do vocalista lembra aquela voz de cano de descarga entupido com uma banana tão característica do Lemmy.

O negócio aqui é legal à beça. Depois da aberturinha Doomsday Overture, temos a porrada Serial Killer que tem toda aquela cara de primeira música de disco do Motörhead e é seguida por Hate, minha favorita do álbum. Putz, que riffs legais! É daquelas músicas que você de cara já gosta, sem precisar ouvir uma segunda vez. Já faz valer o disco, sério.

Enquanto escrevo a resenha de um disco, gosto de sempre fazer isso escutando o CD em questão. Bem, estou fazendo isso agora, e começa Trouble In The Law. Mais riffs legais, letra mandando tudo se ferrar (para não usar um verbo mais bacana e apropriado que infelizmente não é usado aqui no DELFOS), solo curto e eficiente… Pô, num mundo infestado por músicas indies, emocore, “alternativas” e outras coisas igualmente dispensáveis, traz até lágrimas nos olhos ouvir um negócio desses.

Aí vem Chrome Division e Here Comes Another One, e verdade seja dita, as músicas têm tempos variados e riffs diferentes, mas o “espírito” delas é sempre parecido. Veja bem, isso é um elogio ao disco. Ele não é repetitivo, mas as músicas não têm características muito diferentes umas das outras. First Regiment, por exemplo, começa mais lenta e depois cai na “sujeira” de novo. Assim sendo, deixe-me escolher mais alguns pontos altos. Hum… Breath Easy é outra das minhas favoritas, e When The Shit Hits The Fan (nome bacana) é bem rápida, quase um Heavy Metal. Aliás, Motörhead é Hard Rock ou Heavy Metal? Opiniões nos comentários abaixo, por favor.

Ah, e juro que não estou ganhando nada para falar isso, mas o álbum Between Two Worlds do I é mais ou menos o equivalente do Chrome Division com caras do Immortal, só que o vocal é mais puxado pro gutural e tem um temperinho extra de Black Metal. Tenho alguma dificuldade para dizer qual dos dois eu gostei mais.

Sobre esse Doomsday Rock ‘n Roll, o disco é todo bom nos seus 46 minutos. Sério, nenhuma faixa é pulável. O delfonauta gosta de Rock ‘n’ Roll sujo e tem bolas? Pode comprar sem medo. Não gosta? Bom, devia gostar! Caras legais sempre gostam!

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