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Será que aconteceu? Estou velho demais para super-heróis? Não, não deve ser isso. Homem-Formiga e a Vespa Quantumania deve ser inferior à média do MCU mesmo. Mas até aí, sou conhecido por ter opiniões diferentes da crítica. Cá entre nós, escrevo esta crítica Quantumania enquanto o filme está embargado, e não sei ainda quais serão as opiniões dos meus colegas. Posso apenas falar sobre mim e, para mim, o filme deixou um bocado a dever.

CRÍTICA QUANTUMANIA: HOMEM-FORMIGA E A VESPA

Comecemos pelo começo: a sinopse. Homem-Formiga e a Vespa Quantumania transporta cinco Homens-Formiga para o Reino Quântico. Ou seriam dois Homens-Formigas e três Vespas? Sei lá, os poderes de todos são os mesmos. E agora descobrimos que o Reino Quântico é muito mais complexo do que imaginávamos. Tem até pessoas quânticas ali. E veja só, elas estão com problemas políticos, pois Kang está dominando geral.

Agora as famílias Pym-Lang têm que decidir entre a vontade de voltar para casa ou se envolver na luta do povo quântico por liberdade. Ei, é um filme de Hollywood, então por que não os dois?

Não sei se foi um timing especialmente ruim para mim, que cubro videogames e cinema, mas Homem-Formiga e a Vespa Quantumania chega ao cinema três semanas depois do lançamento de Forspoken. E contando a exata mesma história.

SEMPRE A MESMA HISTÓRIA

Forspoken está longe de ser o primeiro a contar essa história de alguém transportado para um mundo estranho em guerra. E Quantumania com certeza não será o último. Todos nós já vimos muitas interpretações dessa mesma história, mas acho curioso que duas obras cheias da grana contando a mesma história sejam lançadas com um intervalo de poucos dias entre elas. Já vi jogos licenciados de filmes que não saíram tão perto de suas contrapartes cinematográficas. E devo dizer, é uma história que funciona melhor nos videogames, que permitem explorar este mundo estranho, do que nos filmes, que são, por definição, mais passivos. Isso não quer dizer que Forspoken é melhor que Quantumania, no entanto.

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Apesar da história batida, claramente muito mais criatividade e amor foram depositados neste filme. Forspoken se limitou a fazer um mundo medieval, com castelos e figurinos típicos da época. Quantumania realmente traz um mundo único e bacana, com vegetação, animais e pessoas bem diferentes do que estamos acostumados a ver no MCU.

É verdade que os únicos personagens desenvolvidos são humanos e, assim como Star Wars, isso é um desperdício da oportunidade de fazer algo diferente. Mas é o que tem pra hoje.

CRÍTICA QUANTUMANIA E O DELEITE VISUAL

Com seus mundos e criaturas estranhos, Quantumania é o tipo de filme que pede para ser visto no cinema. Apesar do foco ser nos personagens humanos, temos aqui um filme quase totalmente feito em animação. E isso deixa seu visual muito mais interessante, especialmente quando comparado a outros filmes mais urbanos do MCU, como Homem-Aranha.

Por outro lado, Homem-Formiga e a Vespa Quantumania é uma vítima de sua época. Nós nunca tivemos tantas possibilidades no visual dos filmes, mas estes ao mesmo tempo nunca foram tão limitados. Refiro-me àquela tradicional estética moderna, em que tudo é azulado e escuro demaisQuantumania grita por cores vivas e mais humor, mas o diretor Peyton Reed não atende.

Aliás, embora haja algum humor aqui, é bem menos do que o tradicional nos filmes do MCU, e isso fica ainda mais estranho quando lembramos dos filmes anteriores do herói. Ele até começa parecendo que vai explorar o lado cômico de Scott Lang, mas acaba sendo uma aventura bem tradicional, cujo mote é um pai distante salvando a filha em perigo.

CRÍTICA QUANTUMANIA: THOR E O HOMEM-FORMIGA

Homem-Formiga e a Vespa Quantumania tem uma ambição compartilhada por outro filme mediano do MCU: o primeiro Thor. Ambos têm como principal objetivo apresentar um vilão que deve ser muito importante para os vindouros filmes da Marvel. O deus do trovão, você se lembra, apresentou Loki. Em Quantumania temos Kang, o Conquistador, que está sendo construído para ser tão importante quando o irmão adotado do cachinhos dourados. Quiçá até para tomar o lugar de Thanos um dia. Vejamos como a coisa se desenvolve.

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Quantumania também traz de volta uma reclamação antiga minha com o MCU: a contradição entre atores famosos e heróis que usam máscaras. E se já me incomodava o Homem-Aranha ou o Capitão América tirando a máscara a toda hora, aqui a coisa é ainda mais grave. Isso porque o capacete do Homem-Formiga (e dos seus amigos) some automaticamente a todo momento. Tipo, ele está lutando, toma um soco e cai no chão. Quando a câmera mostra ele caído, mostra também o capacete sumindo. Está na hora de os atores que fazem filmes de super-heróis perceberem que não podem mostrar a cara o filme inteiro. Ei, até o vampiro fosforescente já percebeu isso.

IGUAL AO GIBI, MAS NEM TANTO

O curioso é que alguns personagens usam das características dos gibis quase como easter egg. É o caso do próprio Kang, que muito de vez em quando, pinta a pele de azul. Isso só acontece para o fã falar “olha lá como ele parece o Kang do gibi”, mas como narrativa, funcionaria bem melhor se tivessem escolhido uma cor definitiva para a pele dele. Como qualquer outro personagem, aliás.

Também é curioso – e este de forma positiva – ver o Modok realista, mantendo suas proporções cômicas e absurdas do gibi. Mas o jogo Marvel’s Avengers já tinha apresentado isso. Inclusive não posso deixar de apontar a ironia, de que o jogo imitava o visual do MCU sem poder usar os rostos dos atores, e agora o filme provavelmente usou o jogo como base para apresentar seu Modok.

Homem-Formiga e a Vespa Quantumania não é um filme ruim. Ele até diverte, e ganha pontos por não se estender mais do que o necessário. Mas, pelo menos para o meu gosto pessoal, será eternamente lembrado como um filme mais fraco do MCU. Mais até do que os Homens-Formiga anteriores.

Nossas críticas do Marvel Cinematic Universe:

Homem de Ferro – Genial, playboy, filantrópico, mas não o melhor.

Homem de Ferro 2 – Sejam bem-vindos, Viúva Negra e Máquina de Combate!

O Incrível Hulk – O Edward Norton faz falta?

Thor – Até que é bom, mas falta alguma coisa.

Capitão América: O Primeiro Vingador – Se eu perdesse uma dança com a Peggy também nunca iria me perdoar.

Os Vingadores – The Avengers – O primeiro, mas não o único.

Homem de Ferro 3 – É sensacional, todavia, as armaduras do Tony parecem de papel.

Thor: O Mundo Sombrio – Hum, meh.

Capitão América 2: O Soldado InvernalWho the hell is Bucky?

Guardiões da Galáxia – A aventura mais pipoca de todas.

Vingadores: Era de Ultron – Agora, sim, isso aqui é um time de responsa.

Homem-Formiga – Sério, o vilão é sem sal.

Capitão América: Guerra Civil – O Steve tem razão.

Doutor Estranho – Os poderes mais incríveis são do Mago Supremo.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar – É assim que se faz, tá, Sony?

Thor: Ragnarok – Quero meu martelo de volta.

Pantera Negra – Um tapa na cara da sociedade.

Vingadores: Guerra Infinita – Tanto esforço por uma gota de sangue…

O Homem-Formiga e a Vespa – Meio genérico. Também, veio depois de Guerra Infinita!

Capitã Marvel – A herói mais porreta da Terra. É, Thanos, agora pegou pro teu lado.

– Nota sobre nossa crítica de Vingadores: Ultimato – Nossa crítica do filme demorou para sair. E este é o motivo.

Vingadores: Ultimato – E esta é a crítica que demorou para sair.

Vamos falar sobre Vingadores: Ultimato COM SPOILERS: só clique aqui se já assistiu.

Homem-Aranha: Longe de casa: É o macaco noturno!

Shang-Chi e os Dez Anéis: É o mano do busão!

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa: O lado bom do fanservice.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura: Mais um da série “não teve espaço para dar um título para a crítica”.

Crítica Thor Amor e Trovão: uma farofa deliciosa: Quem diria que logo o Thor viraria a maior farofa do MCU?