Uma relação de amor e ódio com os ídolos

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Nota: A coluna Pensamentos Delfonautas é o espaço para o público do DELFOS manifestar suas opiniões e pensamentos sobre os mais variados assuntos. Apesar de os textos passarem pela mesma edição que qualquer texto delfiano, as opiniões apresentadas aqui não precisam necessariamente representar a opinião de ninguém da equipe oficial. Qualquer delfonauta tem total liberdade para usar este espaço para desenvolver sua própria reflexão. Se você quer escrever um ou mais números para essa coluna, basta ler este manual e, se você concordar com os termos e tiver algo interessante a dizer, pode mandar ver. Inclusive, textos fazendo um contraponto a este ou a qualquer outro publicado no site são muito bem-vindos.

Como bem disse o senhor Corrales (num e-mail que o mesmo me mandou), no DELFOS já tem gente suficiente falando de música. Mas não é que meus dedos sentem uma forte atração por essa tecla? Em todo caso, o tema é tão abrangente que dá para escrever um sem fim de coisas.

Em conversa recente com um amigo promoter, perguntei sobre um show do Matanza (que eu não pude ir). O cara, mais que depressa, começou a discorrer sobre a antipatia do vocalista, Jimmy, que ignorava os que tentavam conversar com ele. Isso me lembrou da malograda apresentação que o Ratos de Porão realizou no Roça´n´Roll de 2006. Eram cinco da matina e o João Gordo estava com um humor de cão. Também pudera: tocar naquela hora, fazendo um frio de rachar mamona…

Abandonei o evento hipotérmico, ainda ouvindo uns adolescentes comentando sobre o quão vendido era o João Gordo, que trabalha na terrível MTV. Naquela hora, só tive um pensamento: ainda? Será que o assunto já não foi polemizado o suficiente? Mas é assim mesmo, todo neófito do Punk ou do Heavy Metal é assim. Já chega como uma esponja, absorvendo toda a clicheria típica dos fãs mais velhos.

Confesso que não gosto do João Gordo e muito menos da emissora para a qual ele trabalha. Mas sejamos razoáveis. Eu, por exemplo, achei legal o teatrinho que os Osbournes faziam em seu Reality Show. Era divertido ver o carcomido ex(?)-vocalista de uma das bandas mais tremendonas de todos os tempos – o Black Sabbath – às voltas com sua rotina doméstica. Mas pouco importa se o cara aparece na Globo ou na emissora do homem do baú. Interessa, sim, que ele continue alegrando meus ouvidos (tão castigados pelo mau gosto alheio).

A impressão que dá é que os fãs não amadurecem. Ficam querendo que o artista siga uma “corrente filosófica” imaginária sem pé nem cabeça. Esse fetiche, misturado com vigilância, é uma coisa que deixa de lado o que realmente importa: a bendita da música!

Mas não é só isso, caro delfonauta! Se dermos uma passeada pela Sétima Arte, podemos dar de cara com o famoso episódio do sofá. Enquanto o entusiasmado Tom Cruise armou um espetáculo que culminou com um pé na bunda da Paramount, o bacanudo Missão: Impossível 3 obteve resultados aquém do desejado. O mesmo quase aconteceu na época do lançamento de Batman Begins, pois Katie Holmes tinha começado seu affair com o galã supracitado. Felizmente para a Warner, não houve tanta celeuma assim. Mas passou perto…

Com o advento dos Reality Shows, a idolatria pela fama – e a subseqüente busca desenfreada por ela – atingiu níveis absurdos. Hoje em dia, até participante do Big Brother é considerado artista! Pode?

Ao contrário daqueles que adoram modinhas, nós, headbangers, temos a sorte de contar com uma cultura sólida, que sobrevive por si mesma. Mas falta ao público a habilidade de separar a arte da vida pessoal do artista.

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