Thor: A fase Straczynski

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Straczynski, ou “duvido você digitar meu nome sem copiar de algum lugar”, é um sujeito engraçado. O autor que escreveu a melhor história de super-heróis da ultima década, Poder Supremo, também foi o responsável por tirar o sono de muito aracnofã. Joe Quesada então lhe deu a missão de tirar o Thor do limbo, literalmente. O resultado? Continue lendo, e logo descobrirá.

Após o evento conhecido como Ragnarok, que aconteceu de forma simultânea com Vingadores: A Queda, Thor se encontrava, ou melhor, não se encontrava Thor. Já que este não era visto desde este evento. Asgard não mais existia, e Midgard, lê-se Estados Unidos, passava por grandes mudanças, lê-se crossovers anuais. É então que, no Novo México, um estranho Martelo cai em pleno deserto. Suspeitando de que se tratava do famoso Mjolnir, o Quarteto Fantástico vai investigar tal acontecimento, onde acaba enfrentando o Doutor Destino. No final ninguém acaba com o Mjolnir. Vários curiosos vão ao local para tentar pegá-lo, mas ninguém ali é digno o suficiente para empunhar tal arma. Ninguém a não ser um caboclo metido a brasileiro que sai cortando fila e retira o martelo.

E, dessa forma, não começa a fase Straczynski. Essa história foi publicada na revista do Quarteto Fantástico. Eu sei, a Marvel tem mania de fazer esse tipo de coisa.

Na verdade, Straczynski, junto ao excelente Olivier Coipel, fazem uma abordagem um tanto filosófica, no que talvez seja a melhor ressurreição de um personagem do mainstream americano. A primeira parte é irretocável, a batalha para voltar à vida; as discussões com Donald Blake; a reestruturação de Asgard. Os heróis têm uma nova roupagem (Loki é uma mulher agora). Tudo digno do Selo Supremo Delfiano. A partir daí a coisa decai.

Sem duvida, Loki nunca esteve tão assustador, ao ponto de se igualar ao Coringa em seus melhores momentos. O alivio cômico funcionava bem. O argumento mantinha o leitor interessado. Entretanto, o casal Kelda (hum… Kelda com hidromel) e William roubavam a cena. Não seria um lado negativo, se o roteirista se contivesse.

A cada edição, a história de amor que antes era um dos motivos para que eu fosse às bancas comprar Os Novos Vingadores vai se tornando quase uma novela mexicana. Sacou? Novo México, mexicana?

Apesar de boas sacadas, como a revelação do que realmente aconteceu no dia que Odin adotou o Deus da trapaça, o nível das histórias já não era o mesmo. Não que fossem ruins, aliás, estava acima da média. Entretanto, ainda longe da honraria máxima que um artista pode ganhar, aka aquele selo que estampa um dragão vermelho e fofo.

O saldo é positivo, mas podia ser melhor se o senhor “Sopa de letrinhas” mantivesse o foco. Sua desculpa, e que ocasionou sua saída precoce do título antes de concluir toda a trama, é que o mega evento Cerco limitava as histórias. Compreensível, mas creio que ele terá que se contentar com quatro Alfredos e meio.

Obs: A imagem que ilustra a matéria é a capa da edição em que o Thor da uma merecida surra no Homem de Ferro, por tê-lo clonado durante a Guerra Civil.