Seraph

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Dizem que anjos não têm sexo. Porém, em Seraph, você joga com uma anja. Ou seria angélica? Enfim, seja como for, é um anjo mulher. Ou melhor, é um anjo que assumiu o corpo de uma mulher humana.

Após anos presa, ela é acordada em meio a uma invasão de demônios que aparentemente ela mesma causou. Agora, ela tem que exterminar a infestação, em nome do Todo-Poderoso, e voltar para o céu, de onde nunca deveria ter saído.

MANDANDO BALA

Seraph é um shoot’em up bem simples. A mina mira automaticamente no inimigo mais próximo, o que significa que você deve se concentrar em desviar dos perigos enquanto segura o botão de tiro até o perigo ser destruído. Este é o grande diferencial do jogo: um shooter em que você não precisa mirar. E isso funciona bem.

Em cada uma das muitas fases, você deve achar um demônio mais poderoso, mata-lo, e então se dirigir para a saída. Em algumas, ao invés de um chefinho, antes de sair você tem que destruir uns cristais e, atirar nos cristais faz com que um monte de demônios apareça. O jogo sempre te mostra a direção do seu próximo objetivo, seja o cristal/chefe ou a saída, o que deixa tudo bem focado na ação, bem do jeito que eu gosto.

O visual, no entanto, é bem simples, com cores lavadas e cenários não muito inspirados. A animação da protagonista é muito bacana, mas tirando isso, Seraph parece um daqueles jogos menos inspirados da época dos 16-bit.

Curiosamente, considerando quão simples são os gráficos e o gameplay, os loadings são bem longos, chegando a passar de um minuto. Não chega a atrapalhar tanto, uma vez que eles aparecem apenas entre as fases e, quando você morre, a ressuscitação é imediata. Ainda assim, é difícil entender porque são tão longos para carregar tão pouco.

A história é contada através de diálogos escritos que acontecem no início e no fim de cada uma das fases. Ela até é bacaninha, mas por ser um jogo mais focado no gameplay, é um pouco chato parar com o tiroteio para ficar lendo.

UPGRADES

Seraph tem uma quantidade absurda de upgrades, e eles são bem confusos. Funciona assim: ao longo do jogo, você vai coletando uns cristais. Junte três cristais e destrua-os para fazer um mais poderoso. Junte três desses e faça um ainda mais poderoso, e assim por diante.

Aí você tem uma grande quantidade de habilidades e pode colocar um cristal em cada uma delas. Quanto mais poderoso for o cristal, melhores serão os benefícios, e você pode tirar e trocar os cristais já colocados sempre que quiser. Só que você só pode habilitar as mais avançadas quando tiver uma certa pontuação de cristais colocados nas mais fracas. Assim, você pode querer colocar aquele seu cristal “supremo” no upgrade final, mas quando você tira ele de sua localização atual, o upgrade final volta a ser travado. Deu para entender? É, eu também tenho dúvidas se eu entendi.

Mas não acaba aí. Há também um sistema de crafting, onde você pode criar itens, que então vão começar a aparecer ao longo do jogo. Só dá para pegar o que você já criou, então se você quer uma arminha mais potente, não só você precisa criá-la, como também torcer para que ela apareça na próxima fase.

SERAFINA

Seraph é um jogo que é até divertido, mas precisava de cenários mais elaborados, e uma maior variação de ambientes e de inimigos para de fato brilhar. Tem boas ideias e é capaz de render umas horas de diversão focada no seu gameplay, mas acaba sendo um jogo que me sinto melhor recomendando para ser pego em uma promoção.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
seraphAno: 1 de novembro de 2016<br> Gênero: Shoot’em up / Plataforma<br> Plataforma: PC e PS4<br> Fabricante: Dreadbit<br> Versao: PS4<br>