Mortal Blitz

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Taí. Temos aqui a maior diversão que eu já tive com o PS VR. Mortal Blitz é um shooter estiloso que bebe da fonte de alguns dos melhores do gênero, mais especificamente Vanquish e Bulletstorm. E o melhor, coloca estas influências em VR.

De Vanquish, tem muito da estética. Aquele visual futurista e brilhante, tão comum nos arcades dos anos 90, sabe? Mas tem mais. As armas se materializam nas suas mãos com efeitos bacanas, o que deixa impossível não se lembrar do jogo da Platinum.

Mortal Blitz não é bem um on-rails shooter, mas é quase isso. Você assume o papel de Yuhei, um soldado que não aparece e não fala. Do Yuhei você verá apenas as mãos, que são controladas pelos dois Moves que você vai utilizar para jogar. É possível jogar apenas com o Dualshock, claro, mas acredito que quase todo mundo que tem VR tem também dois Moves, e é assim que o jogo fica mais interessante.

Você pode apertar qualquer um dos quatro botões tradicionais para materializar ou desintegrar as armas nas suas mãos. A pegada é que você tem habilidades diferentes se estiver com um trabuco equipado ou não. Obviamente, com uma arma, você atira (duh!). Sem a arma, você pode usar telecinese, o que é bem útil. Você pode, por exemplo, pegar um pedaço do cenário para se proteger de dano ou até mesmo jogá-lo em cima dos desafetos. Isso também pode ser usado em itens como granadas e barris explosivos que ficam espalhados pelos cenários.

O mais legal, no entanto, é o que o jogo chama de “groggy kill”, e aqui está a influência de Bulletstorm. Isso é basicamente uma forma estilosa de despachar os meliantes. Quando um deles ficar grogue (sacou? Hein? Hein?), use a telecinese nele. Isso faz com que o carinha venha voando na sua direção em câmera lenta. Encha o desgraçado de pipocos e você ganha uma classificação. Quanto melhor a classificação, mais pontos de bônus você leva no final da fase.

Mas você se engana se acha que matar com estilo só recompensa com pontos. A câmera lenta que isso ativa ajuda bastante nos momentos caóticos e se você atira no carinha que está voando, ele solta itens que recuperam sua saúde. Em outras palavras, estilo é essencial para ficar vivo nas dificuldades mais altas.

Quando você terminar de matar todo mundo, aparece um destaque no cenário e você deve clicar nele para se teleportar para aquela localização, mais ou menos como no Batman: Arkham VR. Quando você estiver tomando muito dano, deve se esconder fisicamente atrás das coberturas para recuperar a energia.

Isso tudo deixa a ação estilosa, rápida e empolgante. Eu logo me habituei a ficar com a mão esquerda sem armas, o que possibilitava que eu atirasse nos vilões com a direita, quando um deles ficasse grogue, eu começava a atirar em outro enquanto usava a telecinese no tonto com a mão esquerda. Aí quando ele começasse a voar na minha direção, o outro que estava na minha mira já ficou tonto, daí eu cruzava as mãos e atirava no que estava voando enquanto usava a telecinese no segundo. Pode parecer confuso, mas é bem intuitivo e, principalmente, muito divertido, especialmente porque a voz falando sua classificação dá um tremendo jeitão de fliperama old-school.

Infelizmente, outra coisa que Mortal Blitz pega dos fliperamas antigos é sua duração. São apenas cinco fases, e elas não passam de dez minutos cada uma. Na minha primeira jogada, eu demorei duas horas para acabar, mas passei um bom tempo no modo de treinamento.

O treinamento é basicamente um minigame onde você tem que acertar os alvos no limite de tempo. Há 50 fases nele, e a cada 10 você ganha uma recompensa, como uma nova skin para suas armas ou uma cor diferente para a mira. No momento em que eu escrevo isso, estou empacado na 30ª fase, mas pretendo jogar mais. De qualquer forma, o treinamento é divertido, mas não é tão legal quanto as fases principais.

Quando você completa a quinta fase, não há um final na história nem nada do tipo. Rola apenas uma mensagem dizendo que você completou o episódio um e que mais fases serão adicionadas no futuro. Entrei em contato com a turminha da Skonec para saber se estes novos conteúdos serão pago e quando sairão, mas aparentemente eles ainda não sabem, mas acreditam que sairá logo.

Terminar todas as missões libera a possibilidade de jogá-las em uma dificuldade mais alta. Há duas dificuldades extras, o que significa que dá para você jogar pelo menos três vezes. Os troféus são todos ligados a terminar as fases em dificuldades específicas e com boa mira, além de alguns no treinamento. Não há colecionáveis, nem nenhuma dessas coisas pentelhas, então platinar Mortal Blitz depende apenas da sua habilidade. Eu até diria que pretendo platiná-lo, mas admito que não tenho certeza se vou conseguir vencer as vinte fases do treinamento que ainda me esperam.

Meu único porém com Mortal Blitz, e o que o impediu de ganhar o Selo Delfiano Supremo é a sensação de que ele foi lançado incompleto por não encerrar sua história e por ser possível ver tudo que ele oferece em pouco mais de uma hora. Ainda assim, pelo tempo que dura, é uma diversão absurda. Se você espera diversão pura dos seus videogames, não há nada melhor no PS VR do que Mortal Blitz.”