Poder Paranormal

0

Rodrigo Cortés, o cineasta que nos presenteou com o minimalista e sensacional Enterrado Vivo, está de volta, dessa vez brincando com forças paranormais.

Aqui, a Sigourney Weaver e o Cillian Murphy fazem uma dupla de caçadores de mitos. Eles saem por aí procurando manifestações paranormais e as explicam cientificamente. Paralelamente, Robert De Niro é um daqueles místicos que fizeram fortuna prometendo curas a doentes e criando shows em torno disso. Ele se aposentou anos atrás, quando um de seus desafetos teve um enfarte que ele foi acusado de causar com seus poderes. Agora ele está de volta de sua aposentadoria para mais alguns shows, e a dupla dinâmica vai fazer de tudo para provar seu charlatanismo.

Temos aqui um filme irregular. Ele começa fraco, melhora bastante, piora absurdamente, melhora um pouquinho e termina com uma viradinha pra lá de forçada. Ele é bom em seus momentos mais realistas, quando mostra as explicações racionais para os fenômenos que a dupla encontra ou quando o personagem de De Niro tem seus poderes testados por uma universidade. E nesses momentos, ele é realmente muito bom.

Infelizmente, quando é ruim, sai de baixo. Tem uma hora que rola uns 15 sustos tipo “bu” (aqueles com coisas aparecendo do nada com aumento de trilha sonora) em poucos minutos. Ele tenta criar medo com isso, mas na verdade gera gargalhadas. E você não ri com o filme, mas ri dele, pois se um susto “bu” pode até funcionar (embora eu seja contra usar isso em filmes de terror), depois de vários seguidos, você começa a rir por ele não perceber que já queimou a fórmula 14 “bus atrás”.

Além disso, tem algumas coisas muito mal explicadas, como o destino final da personagem da Sigourney Weaver, e a viradinha é tão forçada e ao mesmo tempo previsível que parece ser obra do M. Night Shyamalan.

Essa, aliás, é uma boa comparação. Poder Paranormal parece em todos os aspectos com um filme do Shyamalan. Eu espero que a carreira de Rodrigo Cortés não siga pelo mesmo caminho: começando com um filme excelente e piorando consideravelmente a cada lançamento. Não me decepcione, Rodrigão!