Immortality está para mim naquela categoria de HadesTetris Effect. Claro, os três são absolutamente diferentes. Mas todos são jogos que saíram e eu intencionalmente ignorei por achar que não era para mim. Daí, depois de muitos elogios e prêmios e afins, fiquei com vontade de jogar. Aí aproveitei o lançamento de uma versão atrasada para ver qual é que é. No caso de Immortality, joguei a versão de PS5 (o game também está disponível para Windows, Mac, Android e Xbox Series).

IMMORTALITY E A VIDA DO EDITOR DE VÍDEO

Immortality, Sam Barlow, Half Mermaid, Delfos, FMV

Immortality é um jogo que literalmente não segura sua mão. Ele começa com uma quantidade enorme de tutoriais, e depois disso você fica totalmente solto. O game envolve algumas centenas de clipes em live-action, que são destravados conforme você clica em parte deles. A ideia é solucionar o mistério envolvendo três filmes nunca lançados. Os vídeos com que você vai interagir são dos bastidores deles.

Funciona assim: a qualquer momento, você pode avançar, rebobinar ou pausar um vídeo. Se pausar, pode usar o cursor para clicar em algo que chame sua atenção. Podem ser os atores, a equipe, ou até props e detalhes, como maçãs, cruzes ou mamilos (sério mesmo!).

A POLÊMICA DOS MAMILOS

Immortality, Sam Barlow, Half Mermaid, Delfos, FMV
Clique em um mamilo e você será levado a outro.

Clicar em algo leva a outro clipe aleatório em que aquela pessoa ou objeto aparece. Assim você vai destravando outros vídeos e pode montar a solução do mistério na sua cabeça. Meu problema com ele é que o sistema não é user friendly.

Depois que você libera uma certa quantidade de vídeos, os cliques passam a levar a outros já liberados com frequência. Não há nenhum sinal para avisar quando algo novo foi encontrado, e como são muitos vídeos, você dificilmente sente que está avançando.

SEGREDOS SOBRE SEGREDOS

Immortality, Sam Barlow, Half Mermaid, Delfos, FMV

O sinal que o jogo dá é a vibração do controle, que avisa quando você deve rebobinar. Fazer isso pode mostrar um outro vídeo sobreposto no principal, como na imagem acima. Em raros casos, leva até a cenas totalmente diferentes, que são as principais para solucionar o mistério.

Mesmo assim são literalmente centenas de vídeos, desbloqueados aleatoriamente e, embora o mistério principal até seja interessante, a maioria dos vídeos é muito chato. São bem coisas de bastidores do cinema, com trechos da cena dos filmes interrompidos para alguém da equipe mexer no cenário ou para o diretor dar instruções.

IMMORTALITY E O PODER DA DIREÇÃO

Immortality, Sam Barlow, Half Mermaid, Delfos, FMV
Não demora para você ter muito mais opções do que gostaria.

Além disso, não demora muito para você ter muito mais vídeos destravados do que tem vontade ou tempo para assistir. Seria bom se o jogo tivesse a opção de destacar clipes mais importantes ou desse qualquer tipo de sinal para progresso além da vibração. Sem isso, você fica simplesmente escolhendo vídeos aleatórios e clicando em tudo que dá enquanto troféus ficam popando, mesmo sem você ter ideia do que está fazendo.

Tecnicamente, é legal pensar que cada pequeno trecho de cada quadro é programado para levar para uma quantidade específica porém aleatória de outros vídeos. E também quão rápido o game alterna de um clipe para outro. Mas a verdade é que como jogo simplesmente não é muito legal.

Eu costumo defender aqui os games mais dirigidos e lineares. Você pensa que Immortality seria um desses, por ser literalmente filmado. Mas na verdade ele é totalmente aleatório. Você pode ver uma cena super importante antes de ter o repertório para perceber que ela é importante. E também pode passar cinco horas ou mais clicando aleatoriamente sem ter nenhuma sensação de progresso. Immortality definitivamente não é para mim, mas tem qualidades, e se sua proposta lhe apetece, agora você pode jogá-lo também no PS5.