Quando Tetris Effect saiu para PS4, eu decidi não cobri-lo. Afinal, Tetris é Tetris. É um jogo sensacional, um dos mais populares já feitos. Mas, justamente por isso, todo mundo conhece. Um review não seria tão útil ao meu estimado público. Porém, depois que ele saiu, começou a aparecer em tudo que é lista de melhores jogos do console. E isso me deu um caso agudo de FOMO. O que diabos Tetris Effect tem que o torna tão especial? Pois com o lançamento do jogo para Xbox Series e Xbox One, chegou a hora de jogar e escrever a análise Tetris Effect: Connected.
ANÁLISE TETRIS EFFECT: CONNECTED
Tetris Effect é um Tetris extremamente customizado e com uma quantidade enorme de modos de jogo, tanto para um só jogador quanto para a galera, sofá ou online. Eu já joguei muitas versões de Tetris na minha vida, mas acredito que essa é sem dúvida uma das mais parrudas. E mais ainda com a expansão Connected. Aliás, a expansão Connected sairá de graça para quem já tem o Tetris Effect baunilha no inverno de 2021.
Provavelmente a principal pegada de Tetris Effect é sua sincronização com a trilha sonora, o que o torna próximo a um jogo de ritmo.
MÚSICA ELETRÔNICA
Cada fase da campanha é customizada com um visual e músicas diferentes. Conforme você avança na fase, a música vai ficando mais encorpada, e no clímax muitas vezes têm vocais. Provavelmente o mais bacana é que a vibração do controle é sincronizada com as canções. O cenário também se movimenta e muda de acordo com o som. O efeito disso é que você provavelmente vai jogar acompanhando o ritmo da música com os pés ou com a cabeça.
O curioso é justamente a opção por músicas eletrônicas. Tetris normalmente era musicado por músicas clássicas e tradicionais. A própria canção conhecida como “Tema de Tetris” é Korobeiniki, uma composição folk russa do século 19.
E acho que você concorda comigo que eletrônica é o gênero mais distante possível de música clássica. Mas talvez esse distanciamento seja proposital. Afinal, Tetris Effect não quer ser apenas mais um bom Tetris. Ele visa apresentar algo diferente. Mas aí que tá…
ELE AINDA É TETRIS
Apesar dos gimmicks, novos modos de jogo e foco musical, Tetris Effect ainda é Tetris. E Tetris, como falei antes, é um jogaço. Mas admito que não vi nada que o tenha separado tanto de outras versões a ponto de ele ser tão hypado e ser vendido a 40 dólares.
Talvez o mais criativo seja justamente o modo de jogo Connected, novo nesta versão. Trata-se da primeira modalidade cooperativa que eu vi em um Tetris. Funciona assim: você e dois de seus amigos, ou na falta destes, genéricos online ou CPU, se juntam para vencer um chefe mais poderoso, controlado pelo computador.
Cada um tem sua tela e, como é tradicional nas batalhas de Tetris, o objetivo é eliminar linhas. A pegada é que aqui eliminar linhas aumenta uma barra de super. E, quando ela se enche, rola isso aqui:
Com os três jogadores na mesma tela, há a possibilidade de um colocar peças na área dos outros. O tempo é limitado, e a maior quantidade de linhas deve ser eliminada neste limite. Ao acabar o tempo, um grande ataque é feito ao chefe.
CONNECTED
Após o ataque, as telas se dividem novamente, e é hora de voltar a eliminar linhas para encher a barra. E neste período, o chefe ataca você e seus miguxos, mandando linhas e outros debuffs. Há uma campanha nesse modo, em que cada “fase” é representada por três chefes, que devem ser vencidos um após o outro.
Octotris! Toma, perro!Como você sabe, eu gosto mais de jogar coop do que competitivo. E eu gostei muito deste modo Connected. Gostaria até que essa ideia fosse aplicada a outras modalidades. Por exemplo, seria legal fazer a campanha com três jogadores. Infelizmente, embora haja muitos modos competitivos, cooperativo é só esse.
CONNECTED VS.
E daí tem o Connected Vs. É a mesma coisa que eu descrevi acima, mas um quarto jogador assume o papel do chefe, e tem vários buffs que o tornam mais poderoso do que os três jogadores que estão coopando.
O curioso é que essa modalidade é limitada. Só é possível jogar Connected Vs no sábado. Por quê? Sinceramente não sei. Tenho a mesma dificuldade em entender porque limitar uma parte do seu jogo dessa forma quanto tenho para entender porque os devs gostam de fazer jogos sem pausa. A única coisa que consigo pensar que faz algum sentido é que quem faz games são ETs tentando invadir a Terra se passando por seres humanos, mas não conseguem pensar como nós. Isso também explicaria coisas como a Nintendo resolvendo parar de vender uma coletânea super esperada em seis meses. Mas se você tiver uma explicação mais racional, sou todo olhos.
FOMO FTW!
Assim, depois de passar várias horas com Tetris Effect e ter experimentado todos os seus modos de jogo, formei uma opinião bem semelhante à que tinha antes de jogar. Ele é ótimo. É parrudo. Tem conteúdo a rodo. Mas é Tetris. E, como tal, não tem nada tão novo que justificasse o terrível caso de FOMO que sofri.
É um dos melhores jogos disponíveis atualmente? Ora, certamente é a melhor versão de Tetris. E, a essa altura você já deve ter uma boa ideia do quanto você gosta de Tetris. Se o jogo nunca te apeteceu antes, não é esse que vai te convencer. Dito isso, se você já é um fã, pode ter aqui a melhor versão disponível de um dos jogos mais clássicos já feitos.
