Como o delfonauta bem sabe, eu não sou um profundo conhecedor de mangás e animês, mas já ouvira falar  da série Death Note por nome e sabia que ela é muito popular. Nasceu como um mangá, virou animê, teve quatro filmes live action produzidos no Japão (contando um spin-off e este Iluminando um Novo Mundo) e irá ganhar um longa em adaptação ocidental pelo Netflix em agosto.

Talvez para aproveitar o momento deste vindouro lançamento, ou apenas para fazer a alegria dos fãs, a rede Cinemark irá exibir com exclusividade, e apenas amanhã, dois de agosto, Death Note: Iluminando um Novo Mundo.

Bom, este foi meu primeiro contato com a série e gostei bastante do que assisti. Para quem, assim como eu, não acompanha a história, vale um breve resumo: Death Note conta a história do colegial Light Yagami, que descobre um caderno chamado Death Note, que pode ser usado para matar pessoas, bastando escrever o nome delas em suas páginas e visualizar mentalmente o rosto de quem ele quer apresuntar.

Light usa o caderno para exterminar criminosos, tentando criar um mundo melhor, mas passa a ser perseguido por L, um detetive particular, atuando em conjunto com uma força-tarefa encarregada de prender o garoto e tirar o letal caderno de circulação.

Iluminando um Novo Mundo é uma sequência direta dos eventos dos dois primeiros filmes japoneses e serve também como um potencial novo caminho para a franquia. E não há como falar dele sem dar alguns spoilers para quem não sabe nada da saga.

Considere-se avisado

Ele se passa dez anos após os eventos de Death Note e Death Note: The Last Name, ambos de 2006. Descobre-se que há seis cadernos da morte espalhados pelo mundo. Enquanto a força-tarefa, em conjunto com um novo L, tenta encontrá-los, um novo Kira (o pseudônimo que Light usava) surge com a intenção de juntar todos e dar prosseguimento ao objetivo de Light de criar uma nova ordem mundial, matando quem não mereça fazer parte dela.

Eu achei a história bem intrigante, com uma grande gama de possibilidades, e muitas delas são tratadas no filme. Dá para imaginar o que uma pessoa desequilibrada faria com um caderno desses, por exemplo? Pois é. Fora que há toda uma mitologia própria e um conjunto de regras a ser seguidos que não convém falar aqui, mas que acrescem bastante à trama.

Delfos, Death Note, Iluminando um Novo Mundo, Cartaz

Claro, muitos fatos dos filmes anteriores são citados, mas mesmo não tendo visto nenhum deles, em nenhum momento eu boiei na condução da história ou sobre quem são os personagens. Ponto para o roteiro, bem amarrado para não deixar um neófito de fora, muito embora tenha certeza que os iniciados certamente vão pescar ainda mais detalhes.

Também gostei muito do visual das criaturas, os shinigamis. Seus designs são simplesmente bizarros, entre o cartunesco e o assustador e me pareceram feitas numa mistura entre maquiagem, animatrônicos e CGI. E só o fato de que em vários momentos eu não consegui identificar com quais técnicas foram feitas, prova que elas ficaram muito bem feitas.

Rocambole

Me envolvi bastante com a história e seus desdobramentos, mas infelizmente ele dá uma baita reviravolta rocambolesca lá pelo final que eu achei totalmente forçada. Mas aí também pode ser o caso de isso já ter sido plantado nos filmes anteriores, o que acabou prejudicado por minha ignorância. Mesmo assim, achei uma saída bem boba, prejudicada também por uma esticada desnecessária no terceiro ato, estendendo-se além da conta.

Ainda assim, gostei bastante do que vi. Claro que teria sido melhor se meu primeiro contato com Death Note no cinema fosse na ordem certa dos filmes, mas mesmo começando pelo último exemplar, deu para mergulhar bem na mitologia da série e me envolver com essa continuação que expande o universo de personagens.

Não sei se os fãs de longa data vão curtir as muitas mudanças e o novo direcionamento, mas para um leigo, Death Note: Iluminando um Novo Mundo tem tudo para agradar.

E só para relembrar, quem quiser vê-lo na tela grande do cinema, poderá fazê-lo amanhã, dois de agosto (e apenas neste dia), quando a rede Cinemark o exibirá com exclusividade em suas salas. Para saber em quais salas e horários, basta clicar neste link aqui.

REVER GERAL
Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
death-note-iluminando-um-novo-mundoTítulo: Desu Nôto: Light Up the New World<br> País: Japão<br> Ano: 2016<br> Gênero: Suspense<br> Duração: 135 minutos<br> Diretor: Shinsuke Sato<br> Roteiro: Katsunari Mano<br> Elenco: Tatsuya Fujiwara, Ken'ichi Matsuyama e Masaki Suda.