Velozes e Furiosos é fascinante. O que começou como uma franquia descompromissada, se tornou extremamente popular, e ganhou várias continuações. Porém, na época o Vin Diesel não topava fazer continuações, que eram considerados sempre filmes inferiores. Outros personagens surgiram, o elenco original mudou de ideia e, depois de algumas dores de crescimento, escrevo hoje a crítica de Velozes e Furiosos 10 com uma mentalidade bem diferente da que tinha ao escrever a do terceiro. Hoje temos aqui uma das mais populares séries de ação absurdas da atualidade. E a gente ama o gênero no DELFOS.

Estava pensando hoje quando Velozes e Furiosos ficou realmente legal. Lembro bem de não ter gostado do quinto. Então acredito que foi lá pelo sexto filme que a série de fato se encontrou. A maioria das marcas não tem tanto tempo para se encontrar, mas falando aqui como um grande admirador dos mais absurdos filmes de ação, fico feliz que esta teve este tempo.

CRÍTICA VELOZES E FURIOSOS 10

Embora eu tenha assistido a todos os filmes, e escrito críticas para quase todos, admito que não conseguiria te contar a história geral da série. Mesmo pormenores, como o John Cena ser irmão do Vin Diesel ou a Helen Mirren ser mãe do Jason Statham, sumiram da minha memória até serem citados no filme de hoje. Mesmo assim, hoje em dia vejo Velozes e Furiosos como sinônimo de diversão no cinema. Humor, cenas de ação absurdas e estilosas, explosões e helicópteros explodindo em cenas de ação absurdas e estilosas. Tudo que eu gosto no cinema está aqui. A história é literalmente o de menos. Mas vamos à obrigatória sinopse mesmo assim.

Agora a coisa é pessoal! O AquamanJason Momoa, é filho do vilão de Velozes & Furiosos 5. Ele quer vingança. Mas não quer simplesmente matar a família do Toretto (Vin Diesel). Ele quer fazê-los sofrer. Taí, essa é a história. Divirta-se com helicópteros explodindo.

FILME DE DIRETOR

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Normalmente quando falamos que uma obra é um filme de diretor, pensamos em algo mais pessoal, focado em personagens. Uma coisa meio, sei lá, A Lista de Schindler. Mas hoje arrisco uma nova definição. Filmar pessoas conversando com estilo e em cima de um bom roteiro sem dúvida tem seu valor. Mas filmar cenas de ação é bem mais trabalhoso, e exige uma visão muito clara do diretor.

Veja bem, boa parte do que vemos em uma sessão de Velozes e Furiosos 10 não foi filmado, mas adicionado durante a pós-produção. Isso exige que o diretor planeje bem cada plano, mesmo sem nada acontecendo nele, para depois orientar um outro grupo diferente de pessoas (no caso, a turma do CGI), para colocar naquela tela sua visão de como dois helicópteros devem explodir ao colidirem.

Simplesmente filmar porrada e tiroteio, coisas que normalmente envolvem mais o trabalho dos atores e da produção, já é difícil. Combinar isso a uma pós-produção extensa e trabalhosa é genial. Eu sinceramente acho que diretores de filmes de ação, como o Louis Leterrier do filme de hoje, não são valorizados o suficiente. Como um arquiteto que precisa guiar os construtores, um diretor como este precisa saber muito bem onde quer chegar. E acho incrível que realmente seja possível saírem filmes realmente bons diante desse imbróglio que envolve tantas mentes diferentes trabalhando por uma única visão.

CRÍTICA VELOZES E FURIOSOS 10: TEM DE TUDO

Velozes e Furiosos 10 tem de tudo. Lutas corpo a corpo. Tiroteios. Perseguição de carros. Aviões e helicópteros. Helicópteros explodindo em meio a uma perseguição de carros envolvendo tiroteios. A coisa aqui é praticamente uma coletânea de money shots. O roteiro vai de set pieceset piece como Corra que a Polícia Vem Aí manda piadas. E isso é difícil de filmar. Mas também é difícil de roteirizar! Você já tentou roteirizar uma cena de ação? Eu já, e é bem difícil. É muito mais fácil escrever diálogos, pelo menos para mim.

Velozes e Furiosos 10 parece um videogame como Uncharted, e digo isso como o maior dos elogios. O que temos aqui é basicamente uma coleção de cenas de ação de alto orçamento, em lugares bonitos ao redor do mundo. E, particularmente, eu acho muito legal essa sinergia. Uncharted surgiu influenciado por filmes como Indiana Jones. Hoje, Velozes e Furiosos abraça a fórmula de Uncharted de forma que nem o próprio filme Uncharted abraçou. E mesmo assim, cada um tem sua personalidade distinta. A arte, assim como qualquer obra intrinsecamente humana, é construída nos ombros dos que vieram antes.

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Ei, o Corrales gostou de mim!

Inclusive, falando de humor, o vilão Dante, feito por Jason Momoa, é uma delícia de assistir. Flamboiante e exagerado, o ator apresenta o mesmo tipo de performance que eu gostaria de fazer se um dia fosse chamado para fazer o vilão de um filme de ação. E parece estar se divertindo tanto ou mais no papel do que o público que o está assistindo.

THE END

Velozes e Furiosos 10 vem para iniciar o fim da série. Em outras palavras, é o primeiro de uma bilogia ou trilogia (aparentemente isso está em aberto no momento que fecho este texto) que visa ser o fim da história. É uma coisa meio esquizofrênica, tipo R-Type Final 3. Assim, não é um filme completo, como os anteriores. Na verdade, ele termina bem no meio de uma cena de ação, daquelas em que tudo parece perdido. Decerto o próximo filme vai começar daí. E eu já vou ter esquecido todo o contexto, como esqueci o de todos os que vieram antes.

Ainda assim, estarei lá. Quero ver como vai ser o fim dessa história, mesmo não me lembrando como ela começou ou como foi o meio. Afinal, sei que vai ser uma jornada divertida, com muito humor, helicópteros explodindo e tudo de mais legal que o cinemão de ação hollywoodiano é capaz de proporcionar.

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