Amigos Para Sempre representa a terceira vez que a história de amizade originalmente mostrada no recente clássico francês Intocáveis chega aos cinemas brasileiros. A segunda, você sabe, foi o argentino Inseparáveis. Duas coisas me chamam a atenção nisso: a quantidade de remakes internacionais lançados em um intervalo tão curto e o fato de que cada versão tem um título diferente. Esta é nossa crítica Amigos Para Sempre.

CRÍTICA AMIGOS PARA SEMPRE

Amigos Para Sempre, Intocáveis, DelfosAté demorou para os EUA fazerem sua versão de Intocáveis, considerando a enorme popularidade do longa francês. Poxa, até a Argentina foi mais rápida. E mais, um tempinho atrás, tinha uma versão brasileira em cartaz nos teatros de São Paulo (não sei se ainda está em exibição). Pô, seu Trump, assim você decepciona a gente. Fica se preocupando em construir muros e não em refilmar filmes para o seu povo que não sabe ler legendas (em um país que aparentemente ainda não inventou a dublagem). Assim não dá!

Se você ainda não sabe do que se trata Intocáveis e seus remakes, é a história de amizade entre um ricaço tetraplégico e seu cuidador, um sujeito que conseguiu o trabalho por motivos que nenhuma das três versões elabora. Arrisco dizer que foi uma tentativa de suicídio do ricaço (convenhamos, esta história acabaria muito mal na vida real, afinal, cuidar de um tetraplégico não é algo que qualquer um consiga fazer).

Todas as três versões cinematográficas que conhecemos aqui são filmes com orçamentos consideráveis e que trazem em seus elencos atores populares de seus países de origem. Aqui, temos Kevin Hart no papel de cuidador, e o eterno Walter WhiteBryan Cranston, como o ricaço.

UMA HISTÓRIA DE AMIZADE

Esta história só dá liga se os dois atores principais tiverem uma química muito boa e, felizmente, CranstonHart funcionam muito bem como os protagonistas, rivalizando até com os franceses originais. Inclusive a relação entre os dois funciona melhor do que sua versão argentina.

Dito isso, é a mesma história e as mesmas (boas) piadas. Apesar de eu ter assistido ao original algumas vezes e uma vez ao remake dos hermanosAmigos Para Sempre ainda conseguiu arrancar algumas gostosas gargalhadas. O material original, afinal, é muito bom, e uma adaptação teria que se esforçar para diminuir consideravelmente sua qualidade.

Esta versão, felizmente, é tão boa quanto a francesa. A principal diferença, claro, é o idioma falado pelos personagens. As referências culturais trazidas pelo cuidador ficaram mais “cultura negra mainstream estadunidense” do que nas versões anteriores, que eram mais cult. Mas isso só será percebido por quem for tão apaixonado por trilhas sonoras quanto eu. O básico, a diferença entre o erudito e o pop, está presente nas três histórias.

Amigos Para Sempre, Intocáveis, Delfos

Amigos Para Sempre faz sentido para o mercado estadunidense, mas ao escrever uma crítica a ser lida por brasileiros, deparo-me com a pergunta: por que assistir a Amigos Para Sempre na tela grande se Intocáveis passa com frequência na televisão?

Não é como se fosse um filme cheio de explosões, que merece ser visto na tela grande. Trata-se de uma singela história de amizade onde absolutamente nada explode. Pois é, e eu também não sabia que dava para fazer filmes bons sem explosões.

Assim, eu recomendaria que, se você for assistir a apenas uma das versões, vá no original. O apelo de Amigos Para Sempre para brasileiros só deve ser realmente forte para fãs dos atores ou quem realmente quiser ver esta história de novo.

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Esta é uma pergunta feita pelo personagem de Bryan Cranston no longa. A resposta dele é “você paga para mostrar que aquilo tem valor para você”. Se você gosta do DELFOS e lê nossos textos com frequência, considere se tornar nosso assinante. Você vai ter prêmios, jogos de videogame de graça e, o mais importante, saber que você nos ajudou a continuar nosso trabalho. Qualquer valor ajuda, mas os prêmios ficam muito mais legais acima dos 15 reais.

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