Sabe uma coisa que é curiosa? Liam Neeson fez o extremamente premiado e cult A Lista de Schindler. Porém, seu filme com maior presença na mente dos apaixonados por cultura pop não é esse oscarizável, mas Busca Implacável. Aliás, Busca Implacável se tornou tão famoso que qualquer pessoa que está lendo isso já deve ter feito referências diretas a frases dele. Desde então, nosso amigo Neeson vem tentando recapturar o relâmpago na garrafa, fazendo dúzias de filmes de ação ininterruptamente. Todos meio genéricos, meio mé. Essa é nossa crítica Agente das Sombras, que se encaixa perfeitamente na carreira pós-Busca Implacável de Neeson.

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Do nome brasileiro à temática, Agente das Sombras grita genérico a plenos pulmões. Mas até aí, dá para a gente dizer a mesma coisa de Busca Implacável, né? Então vamos dar uma chance.

Neeson é um “agente das sombras” do FBI. Um sujeito que segue ordens e faz o trabalho sujo por baixo dos panos. Ele não é de questionar o chefe. Porém, um agente com quem ele trabalha decide que eles cruzaram a linha, e quer botar a boca no trombone, fornecendo provas dos crimes a uma repórter.

Quando o filme começa, nem você nem nosso herói sabem a extensão desses crimes. E o trabalho de Nesson envolve, claro, impedir que o amigo abra a boca. Ele faz isso tentando convencer racionalmente o cara ou mesmo intimidando a repórter em questão. E esse início me animou por um motivo simples.

O PROTAGONISTA NA VERDADE É O ANTAGONISTA

É óbvio que o protagonista do filme é o Liam Neeson. Ora pois, olha o pôster ou as fotos dessa matéria. Só dá o nariz glorioso do sujeito nelas. E mesmo assim, fica claro desde o início que quem está com a razão é o outro agente. Isso poderia dar um jogo de gato e rato e uma narrativa interessante, contando a história do ponto de vista de alguém que normalmente seria o antagonista. Legal, né? Mas não é por aí. E eu sabia que não seria.

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Oi, eu sou o Liam Neeson e eu tenho um conjunto de habilidades altamente específicas.

O curioso é que eu tinha certeza qual seria o caminho que o filme seguiria para ficar mais “comum”. Porém, se eu coloco isso na crítica depois de assistir ao longa, estaria dando spoilers. Então o jeito é não falar. Mas acredito que você deve ter uma boa ideia de como essa história continua – e até termina.

Assim, Agente das Sombras não se destaca em nada. É um filme absurdamente comum, como quase todos esses filmes de ação estrelados pelo Qui-Gonn. Como tal, entretém com parcimônia. Ou seja, não é ruim de assistir. Mas provavelmente vai ficar misturado na sua memória com vários outros longas parecidos e estrelados pelo mesmo sujeito.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-agente-das-sombras-herois-de-acao-tambem-tem-crises-moraisDireção: Mark Williams<br> Roteiro: Nick May & Mark Williams<br> Produção: Mark Williams, Paul Currie, Myles Nestel Alevé Loh, Coco Ma<br> Elenco: Liam Neeson, Aidan Quinn, Taylor John Smith, Emmy Raver-Lampman, Claire van der Boom<br> Direção de Fotografia: Shelly Johnson<br> Desenho de Produção: Michelle McGahey<br> Trilha Sonora: Mark Isham<br> Montagem: Michael P. Shawver<br> Gênero: ação, drama<br> Título original: Blacklight<br> País: China, Austrália, EUA<br> Ano: 2022<br> Duração: 108 min<br> Distribuidora: Califórnia Filmes<br>