Os principais anúncios da E3 2018 já foram feitos, e agora é a hora da gente falar deles. A esta altura você já deve saber de tudo, então aqui o objetivo não é fazer um apanhado completo de tudo que rolou. Isso tem de monte internet afora. Aqui, na melhor tradição DELFOS, a ideia é compartilhar a empolgação e a decepção do que rolou de melhor e de pior nas apresentações da feira.
UMA E3 2018 DE TRAILERS CINEMÁTICOS
Eu assisti a quatro apresentações. As três grandes (Sony, Microsoft e Nintendo) e a Ubisoft. E uma coisa me chamou a atenção: a falta de gameplay ao vivo.
Na minha memória, a E3 era marcada pelas desenvolvedoras jogando demos de seus jogos no palco. Isso dava às apresentações um ar mais real, e também gerava erros engraçados.
A E3 2018 foi marcada não por gameplay ao vivo, mas por vídeos pré-gravados. A maioria deles era basicamente uma cutscene, ou às vezes nem isso, apenas um curta inspirado pelo universo do jogo, o que é decepcionante.
Ocasionalmente, algum vídeo trazia gameplay, mas por ser pré-gravado, a coisa ficava perfeita demais. É o caso, por exemplo, de The Last of Us 2, que tinha a câmera sempre focando a ação de forma altamente cinemática. Nenhum jogador vai conseguir jogar o jogo daquela forma, e aquilo com certeza foi feito como um curta propriamente dito, não simplesmente gravando alguém jogando.
FROM SOFTWARE NA E3 2018
Faz um tempo que eu tenho vontade de jogar algo novo da From Software que não seja Soulsborne, e a E3 2018 anunciou três jogos dela. Um deles é um remaster de Metal Wolf Chaos, jogo de 2004 sobre combate de mechs que parece tão absurdo quanto divertido.
Outro é uma experiência em VR para PS4 chamada Déraciné. O trailer lança pouquíssima luz na obra, mas parece ser algo mais artístico e menos masoquista do que a obra máxima da From.
O que parece mais elaborado é Sekiro: Shadows Die Twice, que vem sendo apresentado por aí como um Dark Souls com ninjas e samurais. Ou seja, basicamente Nioh, mas agora feito pela própria From.
Por mais que eu seja fã da série Soulsborne, eu gostaria de ver o talento da From em um jogo com novas mecânicas. Será que Sekiro é este jogo, ou apenas passa as mecânicas de Dark Souls para uma nova ambientação, como fez Bloodborne? Saberemos em 2019, mas não tenho dúvidas que vai ser um jogaço.
Agora vamos falar um pouco das apresentações em si. A primeira que eu assisti foi a da…
MICROSOFT NA E3 2018
Um novo Halo foi anunciado, mas apesar de todo mundo esperar Halo 6, o que tivemos foi um spin-off praticamente sem informações, chamado Halo Infinite. Não me animou.
O que realmente me animou, curiosamente, foi The Awesome Adventures of Captain Spirit, uma história interativa criada pela DontNod que se passa no universo de Life is Strange. Eu gostei muito do trailer. Sua proposta de “todos já fomos super-heróis, porque todos já fomos crianças” tem muito charme.
A maior surpresa, no entanto, é que o jogo estará disponível de graça, e já no final do mês. Sacrifico meus bodes para que ele seja tão bonitinho quanto o trailer.
Forza Horizon 4 não foi exatamente uma surpresa, mas parece muito legal. Não me animou muito agora o jogo se passar na Bretanha, que é um cenário super comum em videogames. Porém, eu sou um grande fã da série, gosto bem mais do seu approach fanfarrão às corridas do que do jeitão profissional de Forza Motorsport. Agora o mundo aberto vai ser dividido com outros jogadores. Em geral, isso não faz muita diferença para mim, mas a gente vai saber logo mais, pois ele sai em dois de outubro.
https://youtu.be/VmQNo8xtcAg?list=PL0il2l-B_WwbTe69xZZrgvYCGD6exyTji
WTF!? A MICROSOFT COMPROU A NINJA THEORY!
Este foi o único momento da apresentação que me fez soltar um “Caray!”. A Microsoft estava apresentando novos estúdios que agora fazem parte do seu line-up de first-parties. A maioria deles já fazia jogos exclusivos, como a Playground Games, de Forza Horizon, e a Undead Labs, de State of Decay.
A grande surpresa, no entanto, veio de uma dessas aquisições ter sido a indie mainstream Ninja Theory, que delfonautas dedicados devem lembrar como um dos estúdios dos quais eu sou mais fã.
Andy Serkis e Ninja Theory: uma parceria que deu MUITO certo
Isso significa que os próximos jogos da Ninja Theory serão publicados pela Microsoft, e que provavelmente ela vai receber fundos consideráveis para criar novas superproduções. A Ninja Theory já trabalhou antes para grandes editoras. DMC: Devil May Cry, é dela, por exemplo. Em troca, ela vai perder boa parte da sua independência. Curioso, uma vez que eles pareciam tão empolgados com o fato de que, com Hellblade, pela primeira vez seriam donos de uma IP. Seja como for, esta foi a novidade mais bombástica da E3 2018 para mim.
ENTRE SAPOS E DEMÔNIOS
Falando em DMC, aí veio um anúncio também já esperado, e que acabou confirmando tudo que especulamos ao final deste texto aí embaixo, até mesmo a data de lançamento.
Pois é, Devil May Cry 5 vem aí, e parece que será protagonizado novamente por Nero, agora com o cabelinho emo que Dante ostentou em DMC. O cenário também parece consideravelmente mais urbano, o que não me anima muito.
Segundo release enviado pela própria Capcom após a apresentação, Devil May Cry 5 terá três personagens jogáveis. O trailer mostra Dante e Nero, e o terceiro não foi revelado, mas especula-se que será Vergil. Vamos torcer para que eles não usem daquela tática usada em Devil May Cry 4 de fazer você repetir o jogo inteiro com cada um deles.
O próximo anúncio que me empolgou foi de um novo Battletoads. Faz tempo que a Microsoft tem a marca, então este é um anúncio esperado há anos, mas até agora os sapos se relegaram a pontas em jogos como Killer Instinct e Shovel Knight.
A única informação relevante do anúncio, além de que o jogo está sendo feito e sai em 2019, é que será em 2.5D. Eu torcia por um jogo 3D totalmente realizado, mas ei, só a musiquinha no trailer já me emocionou.
GEARS OF WAR
Além de Halo 6, outro anúncio que todos esperavam é Gears of War 5. E poucas vezes eu me decepcionei tanto. Afinal, o logo da série apareceu, apenas para revelar um spin-off fofinho para celulares. “Mas isso não é só”, falou o apresentador, antes de mostrar Gears Tactics, uma espécie de Xcom no universo de Gears. Mais decepção. Felizmente, depois destes dois banhos de água fria, eles finalmente revelaram o que todo mundo queria: Gears of War 5.
O trailer foi um daqueles casos de um curta que pode ou não ser uma cutscene. Um tanto decepcionante para algo que todos esperavam que saísse ainda este ano, mas pelo menos o jogo existe.
UBISOFT NA E3 2018
Normalmente eu não costumo assistir às apresentações das editoras, mas dessa vez resolvi investir um tempinho na da Ubisoft. Eu tinha segundas intenções. Esperava um novo Prince of Persia. Não ouvi nenhum boato a respeito, nem nada do tipo. Era só coisa da minha cabeça. Não me conformo que a Ubi tenha uma marca tão querida e famosa quanto Prince of Persia e a deixe pausada por quase 10 anos (o último jogo, o tremendão The Forgotten Sands, saiu em 2010). Bom, nada de Prince of Persia.
Na apresentação da Ubi fiquei empolgado pelo anúncio de um novo Trials, chamado Trials Rising.
Gosto muito desta série.
Uma surpresa foi Starlink: Battle for Atlas, que terá Fox McCloud, de Star Fox, como uma participação especial na versão de Switch.
ASSASSIN’S CREED ODYSSEY
Claro, o foco da apresentação da Ubi foi o novo Assassin’s Creed, um spin-off de Super Mario Odyssey. Finalmente a franquia vai à Grécia, uma ambientação que eu esperava há anos. E a julgar pela sua passagem pelo Egito, podemos esperar coisa boa por aí.
O jogo está lindão, mas o que de fato foi falado sobre ele não me animou. Parece haver um grande foco em RPG, e o apresentador falou que haverá exploração no mar. Ora, já temos o Skull & Bones, Ubisoft, vamos deixar Assassin’s Creed ser Assassin’s Creed.
Amanhã voltamos a falar sobre a E3 2018, com comentários sobre as apresentações da Sony e da Nintendo.