Andy Serkis é um ator diferente. O sujeito ficou famoso sem mostrar a cara nos filmes, se especializando em atuação por captura de movimentos. Além de seu papel como Gollum em O Senhor dos Anéis, e o atualmente em voga Caesar, na trilogia Planeta dos Macacos, ele participou dos jogos Heavenly SwordEnslaved: Odyssey to the West.

Andy Serkis, Delfos
Andy Serkis no Brasil. Foto: Carlos Eduardo Corrales

Ambos são excelentes e são os principais responsáveis por eu ter virado fã da Ninja Theory, que posteriormente levaria o cobiçado Selo Delfiano Supremo pelo seu trabalho em DMC: Devil May Cry, e que também criou o bom jogo em VR Dexed.

Pois o ator Andy Serkis está no cinema com Planeta dos Macacos: A Guerra, e a Ninja Theory lança semana que vem o promissor Hellblade: Senua’s Sacrifice. O timing parece ótimo para relembrarmos os dois ótimos jogos que saíram da parceria entre o ator a desenvolvedora.

HEAVENLY SWORD

Heavenly Sword saiu em 2007, como um dos exclusivos de lançamento do PS3. Trata-se de um jogo de ação cinematográfico que bebe bastante em God of War.

A espada que dá nome ao jogo é também o que diferencia seu gameplay, pois há três posturas diferentes para atacar com ela, o que possibilita muitas combinações e combos estilosos. Este estilo de gameplay, aliás, foi bastante influente no posterior DMC: Devil May Cry.

E se você pensa que Andy Serkis se limitou a fazer a voz de um personagem e descontar seu cheque, está muito enganado. Ele realmente se envolveu em vários aspectos da criação do jogo.

Andy foi o diretor dramático e é um dos escritores da história do jogo, que bebe bastante na mitologia oriental. Como ator, ele emprestou a voz e fez a captura de movimentos para o vilão, King Bohan.

Heavenly Sword, Delfos
King Bohan. Consegue ver o Andy aí?

Uma coisa que eu acho incrível nos papéis do senhor Serkis é como é possível ver o ator, mesmo ele aparecendo com as mais diversas caras, de macaco a humano, passando por um hobbit deformado. Isso não é exceção por aqui.

Falando do jogo em si, ele é espetacular, tendo como único aspecto negativo sua curtíssima duração. Curtíssima mesmo, do tipo que você provavelmente vai terminar em uma tacada só.

Além do gameplay e da história bacanas, o jogo se destaca pela beleza dos seus cenários. Tem muito jogo que se contenta em fazer uma cidade destruída com tonalidades marrons ou apelar para um visual escuro e sombrio.

Heavenly Sword, Delfos
Boniteza e porrada. Combinação perfeita.

Heavenly Sword tem o objetivo de ser um dos jogos mais bonitos que você já viu, e consegue esta proeza fazendo com que toda a aventura aconteça em cenários idílicos e caprichados. Prepare-se para encontrar muitas cachoeiras, pôr-do-sol e todas as demais belezas da natureza durante sua jornada.

ENSLAVED: ODYSSEY TO THE WEST

Enslaved: Odyssey to the West foi o jogo seguinte da Ninja Theory. Livre das amarras da exclusividade, ele saiu em 2010 para PS3 e Xbox 360, e apresenta novamente as qualidades que a desenvolvedora mostrou em seu título anterior: visual idílico, história bacana e colaboração com Andy Serkis.

A história, aliás, é realmente legal. Ela é baseada no clássico chinês Journey to the West, de Wu Cheng’en, a mesma que serviu de base para outro clássico nerd que você deve conhecer: Dragon Ball. Assim, qualquer semelhança entre a história do Goku e de Enslaved não é coincidência, apesar de ambas seguirem por caminhos e estilos bem diferentes.

Assim como em jogos como The Last of Us, o foco aqui é na relação entre os dois protagonistas, e o envolvimento de Serkis parece ter sido mais tradicional. Ele interpretou em voz e captura de movimentos o protagonista Monkey e Trip, a outra parte da dupla, ficou a cargo da atriz Lindsey Shaw.

Enslaved, Delfos
Trip e Monkey.

A história coloca ambos inicialmente como antagonistas. Eles foram capturados por uma nave escravocrata e conseguem escapar. Na fuga, Monkey perde a consciência e Trip coloca uma tiara nele que o obriga a obedecê-la. Daí o nome Enslaved, escravizado. Obviamente, a relação não para por aí e acompanhar como tudo se desenvolve é parte da graça do jogo.

gameplay apresenta um combate mais simples que o de Heavenly Sword, mas acrescenta variações como stealth e plataforma. Aliás, boa parte dos melhores momentos envolvem escaladas na melhor tradição Uncharted.

Uma coisa bem curiosa são os colecionáveis. Ao pegar um deles, você vê fotos do próprio Andy Serkis no que parecem ser férias com a sua família. É impossível não estranhar. No final do jogo, no entanto, o motivo para isso fica claro, e é uma revelação bem interessante, que eu não vou estragar aqui.

É um jogo bem diferente de Heavenly Sword, e mesmo de DMC: Devil May Cry. É mais uma aventura do que um jogo de ação, e quem não curte uma boa aventura nos games? Turismo Virtual e tal.

HELLBLADE: SENUA’S SACRIFICE

Este será o lançamento da Ninja Theory na semana que vem. Ele não conta com envolvimento do Andy Serkis, mas dado o currículo da desenvolvedora, eu apostaria que vem coisa boa por aí. Particularmente, estou bem animado. Ele sai no dia 8 de agosto de 2017, para PC e PS4. Bora jogar?