Tem horas que eu odeio meu trabalho. Mas tem horas que eu adoro. Hoje é um desses dias, pois minha labuta delfiana possibilitou que eu conhecesse esta delicinha de jogo e, através da minha análise Pumpkin Jack, potencialmente colocá-lo no seu radar e, quem sabe, até convencê-lo a experimentá-lo.

ANÁLISE PUMPKIN JACK

Pumpkin Jack é um jogo de plataforma 3D feito quase totalmente por uma única pessoa, um sujeito chamado Nicolas Meyssonnier. Nicolau fez quase todo o trabalho, mas contou com a ajuda de um colega para fazer a trilha sonora e outro para criar a interface e portar para os consoles.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
Pumpkin Jack tem a força!

Normalmente, em casos como esse, é comum ficar com a impressão que o cara tem talento, mas que dificilmente alcançou a sua visão. Felizmente, não é o que acontece com Pumpkin Jack. Ele certamente não tem os valores de produção e polimento de Crash 4 mas, ouso dizer, é muito melhor do que o jogo do marsupial. Digo mais, Pumpkin Jack é o que eu esperava, por exemplo, de Tamarin que, se você lê o DELFOS, sabe que me decepcionou bastante.

DIVERSÃO ACIMA DE TUDO

Pumpkin Jack, aliás, gosta de se comparar a MedievilJak & Daxter, mas eu sinceramente achei também superior a esses dois. Claramente há uma influência em temática e visual de Medievil, mas este simplesmente não é um jogo tão legal. Já Jak & Daxter é um coletaton e, no meu coração, um plataforma 3D em fases sempre será superior a um coletaton.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
Eu não via este tipo de gameplay desde os primeiros God of War!

No jogo você controla Jack, um presunto revivido pelo diabo para impedir que o herói escolhido pelos humanos, um feiticeiro, evite o fim do mundo. E aí está mais um charme do jogo. Tem muito game por aí que permite jogar com o vilão, mas ou o cara vira a casaca no meio da campanha, ou acaba inadvertidamente fazendo o bem. Aqui, apesar da pegada cômica da história, você é simplesmente mau. E continua mau durante toda a campanha.

Não que isso afete o gameplay, que é praticamente um greatest hits dos jogos de plataforma. Isso significa que a campanha, embora curta (são apenas seis fases, que duram de 40 a 50 minutos cada uma), tem uma variação enorme. Cada fase apresenta uma ou duas mecânicas totalmente novas. Em um momento, você está se equilibrando em um carrinho de mina (Donkey Kong Country manda lembranças) e em outro está apostando uma corrida de karts.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
Eu realmente gostei dos carrinhos de mina.

Não tem nada que seja realmente novo, ou que eleve o gênero a novas alturas. Porém, é quase tudo muito prazeroso, fazendo com que o saco nunca fique cheio.

TRADICIONAL

Dito isso, o grosso de cada fase é bem tradicional. Você vai explorar, coletar bagulhetes, pular de uma plataforma a outra e se envolver em combates. O combate talvez seja o aspecto mais fraco do jogo. Isso porque os inimigos exigem muitos golpes para caírem, e não reagem quando atingidos. Assim, lutar exige basicamente ficar martelando o X (no Xbox One) e torcendo para a vida dos meliantes acabar antes da sua.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
Soc! Tum! Pow!

Isso vai melhorando conforme você avança na campanha, no entanto. Cada fase libera uma nova arma. Embora você possa alterar entre as armas desbloqueadas livremente, na prática as anteriores sempre se tornam obsoletas. Eventualmente, os inimigos passam a morrer com um ou dois golpes. Pode-se argumentar que deveria ser assim desde o começo, mas a verdade é que combate não é tão frequente e é bem fácil. Portanto, embora não seja o melhor aspecto de Pumpkin Jack, também não chega a incomodar tanto.

AUDIOVISUAL

Tecnicamente, o jogo não impressiona. Ele definitivamente não dá uma canseira no Xbox One X e, pelo que consta no site oficial do jogo, roda em computadores pouco poderosos. Porém, esse estilo de arte e temática que, na falta de uma definição melhor, eu chamaria de “gótico fofo”, me agrada muito. Também gostei do humor e dos personagens, que deixam a aventura ainda mais divertida. Uma conquista, em especial (a do Papai Noel), me fez rir alto quando popou.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
Póim!

Já a música é um grande destaque. Ela é bem redundante – no sentido de que combina com a temática – e é excelente. Pense em como seriam as músicas em um longa animado da Turma do Penadinho e você vai ter uma boa ideia de como é a trilha de Pumpkin Jack. Além disso, ele faz uso pontual e muito bom de algumas músicas clássicas muito famosas, e que combinam bem com o que está acontecendo naquele momento.

A PRIMEIRA IMPRESSÃO NÃO É A QUE FICA

Devo dizer que Pumpkin Jack não me passou uma impressão tão boa logo de cara. A animação não é tão legal, e a primeira fase não empolga. Porém, acredite que ele melhora MUITO a partir da segunda, a ponto de que daí em diante, eu o joguei com um sorrisão no rosto.

Análise Pumpkin Jack, Pumpkin Jack, Headup Games, Plataforma 3D, Delfos
It’s a Monster Mash!

Trata-se de uma aventura bem humorada, com uma trilha sonora incrível e um level design cheio de variação que é uma delícia de explorar. Pumpkin Jack é um jogo descompromissado e divertido, conseguindo ser melhor do que jogos do gênero muito mais endinheirados – como Crash 4. É o tipo de coisa que vale realmente a pena ser comprado, até para incentivar o criador a alçar voos maiores em seus próximos jogos. Mandou bem, Nicolas!