Análise Infliction: Extended Cut – terror indie

Depois de alguns anos no PC, chegou a hora do game de terror Infliction chegar aos consoles em sua Extended Cut, que inclui uma história expandida e um New Game Plus que modifica puzzles, e até o final da história. Esta é nossa análise Infliction: Extended Cut.

ANÁLISE INFLICTION: EXTENDED CUT

Uma boa forma de definir Infliction é dizendo que ele pega a proposta do clássico extinto P.T., e a transforma em um jogo completo.

Quase o jogo inteiro acontece em uma casa. No prólogo, você terá a oportunidade de explorar a casa inteira sem nenhum perigo ou susto. Isso é importante para conhecer seus arredores antes do medo começar.

Seu objetivo é banir um espírito que está assombrando a casa. Primeiro, você precisa descobrir como fazer isso e, depois, deve explorar a residência em busca dos itens necessários para o ritual.

Ao longo de sua aventura, vai visitar a casa em vários períodos de tempo, e isso é refletido na decoração e às vezes, até no layout do lugar. A casa é a mesma, mas ela muda de acordo com o ponto da história em que você se encontra.

ASSASSINATO

Aos poucos, você vai descobrindo o que aconteceu na casa antes do assassinato que abre a história. Tragédia, relacionamento abusivo, a história realmente aborda temas pesados.

Eventualmente, alguns trechos do jogo acontecem fora da casa, em locais que foram importantes nos acontecimentos da família, como uma delegacia.

Ao longo da sua exploração, você será caçado pela fantasma. Se ela te pegar, você não perde progresso, mas acorda em outro lugar da casa (normalmente onde o capítulo começou). O ritmo da caçada é bem mais agradável do que o de Outlast, ou para falar de um mais recente, Remothered.

Ou seja, você pode ser encontrado a qualquer momento, mas não passa o tempo todo fugindo. Dá para explorar numa boa, e quando a fantasma estiver próxima, rola um glitch na imagem. Daí você pode se esconder, mas era comum logo depois do glitch, ela entrar correndo onde eu estava e me pegar. Ainda assim, a coisa não é tão frustrante.

A exceção foi no manicômio, quando eu precisava atravessar um corredor onde ela estava. Foi a única parte do jogo em que eu morri sucessivas vezes sem conseguir progredir. E você sabe, nada destrói o clima de medo tão eficientemente quanto repetição.

INDIE

Infliction é um jogo muito mais independente do que Outlast ou seus congêneres. Na verdade, ele foi quase todo feito por uma única pessoa. Então é realmente impressionante o quanto a Caustic Reality conseguiu fazer com tão pouco. Infelizmente, o jogo tem alguns problemas técnicos bastante graves.

O principal problema é que, sempre que você muda de capítulo, o som some completamente. Isso aconteceu em absolutamente todos os capítulos, mas em geral voltando para a tela título e recarregando o save, o som voltava. A exceção foi no penúltimo capítulo, onde você deve queimar os itens. Este capítulo eu tive que jogar no silêncio mais absoluto, pois o som simplesmente não funcionava, nem reiniciando o Xbox. E você já experimentou um jogo de terror sem som? Fica deveras entediante.

Também há um sério problema com saves. O jogo diz que salva sempre que um objetivo é cumprido, mas eu parei de jogar depois de cumprir um objetivo e, quando voltei, descobri que tinha perdido todo o progresso do capítulo. Me parece que o jogo só salva mesmo quando você muda de capítulo, ou seja, quando tem uma tela de carregamento. E bastante  tempo pode passar entre uma e outra.

TRUMP

Infliction, mesmo nesta versão Extended Cut, não é um jogo longo. É uma história que dá para jogar do início ao fim em uma tarde. Também não é especialmente marcante. Ainda assim, é suficientemente divertido e intrigante.

É o equivalente gamer a um filme que normalmente recomendamos que você veja na TV. Em outras palavras, vale a pena, mas não vai mudar sua vida.