Na minha cabeça, a história d’O Homem Invisível era mais ou menos a contada em O Homem Sem Sombra. No entanto, a página do IMDB para o filme com Kevin Bacon sequer credita o autor H.G. Wells, enquanto este crédito existe no filme de hoje. Não satisfeito, eu fui atrás, e de fato, segundo a Wikipédia, a história do livro é bem mais parecida com O Homem Sem Sombra. Vai entender.

CRÍTICA O HOMEM INVISÍVEL

Inesperadamente para mim, O Homem Invisível, o filme do qual falaremos hoje, é um filme de terror, bastante semelhante a um tradicional longa de medo sobrenatural. A diferença é que aqui o vilão é mais high tech, mas os sustos são mais ou menos os mesmos.

No caso, a película começa com a moça interpretada pela Elizabeth Moss fugindo de casa. Depois descobrimos que ela era vítima de um relacionamento abusivo, e esta foi a única forma que ela encontrou de dar um pé na bunda do fulano.

Crítica O Homem Invisível, O Homem Invisível, Leigh Whannell, Delfos
Como ela é baixinha, a bunda está em cima.

Ao sair dali, ela passa a viver escondida, com medo de o cara ser um stalker. Mas daí ele morre. Final feliz? Ora pois, o filme está apenas começando, meu amigo.

Crítica O Homem Invisível, O Homem Invisível, Leigh Whannell, DelfosÉ aí que coisas estranhas começam a acontecer. Portas se abrem. Lençóis se movem. Qualquer pessoa saudável colocaria a culpa em fantasmas, mas a moça imediatamente deduz que seu ex-namorado inventou um jeito de ficar invisível e está usando isso para atormentá-la. Perspicaz ela, não?

O QUE VOCÊ FARIA SE PUDESSE FICAR INVISÍVEL?

Convenhamos, só uma pessoa muito honesta e madura não usaria este superpoder para o crime. Não à toa, sempre que temos um Homem Invisível no cinema, o cara é um psicopata. Vá lá, é uma forma de vivermos nossas fantasias sem precisar fazer mal a ninguém.

E Adrian, o invisível da vez, de fato é um psicopata. Ou era, antes de morrer. A questão é que boa parte do filme brinca com a ideia de que é tudo coisa da cabeça da protagonista. E vou dizer, este pedaço é chato pra burro.

No entanto, chega uma hora em que o filme engrena (a partir da cena do restaurante). Ele vai de um terror sobrenatural genérico para algo mais violento e agressivo, e daí sim você passa a torcer para a moça.

DIRIGIDO POR…

Mesmo na parte chata, a direção é bem bacana. Caso você não ligue o nome à pessoa, Leigh Whannell é o criador do conceito e roteirista do primeiro Jogos Mortais (onde ele também interpretou um dos caras presos no banheiro). Em um desses casos de “mundo injusto”, o diretor James Wan ficou com boa parte da fama do projeto, mas o lado bom é que Leigh parece ter aprendido bem com o amigo diretor.

Assim, mesmo quando o filme estava me entediando, tinha várias cenas que eu pensava algo tipo “olha que plano legal”. E rola até uma cena de ação deveras elaborada em plano sequência próxima ao clímax.

Crítica O Homem Invisível, O Homem Invisível, Leigh Whannell, Delfos
Preste atenção quando chegar esta cena!

Esta não é a primeira aventura de Leigh Whannell na direção, no entanto. Antes desse, ele assumiu o manto do amigo James Wan em Sobrenatural: A Origem e dirigiu o divertido, porém esquecível, Upgrade. É bom ver que suas qualidades como diretor estão aumentando. Ele ainda não fez nenhum filme realmente tremendão como Jogos Mortais, mas está escalado para dirigir um novo Fuga de Nova York. Vamos ver o que sai daí.

AGORA VOCÊ ME VÊ…

No fim das contas, fiquei dividido ao pensar se gostei ou não de O Homem Invisível. Eu diria que ele é um terror sobrenatural estiloso porém chatinho durante 70% da sua duração. Porém, os últimos 30% são ótimos, e talvez valham o ingresso. Talvez. Na dúvida, se pá é melhor assistir na TV mesmo.

… AGORA NÃO!