Nocaute

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Conheça um boxeador em sua melhor fase. Ele tem o título. Ele ganha luta após luta. Ele tem uma mulher linda e muito dinheiro. Mas daí aparece um novato e começa a provocá-lo, tentando conseguir uma luta, que os empresários do nosso amigo querem evitar.

Durante uns 30 minutos de Nocaute, eu achei que estava assistindo a um remake de Rocky III, amigo delfonauta. Ou vai dizer que você não lembrou do filme de 1982 ao ler o parágrafo acima? Se bem que sei lá, recentemente me falaram que ainda estava nascendo gente depois dos anos 90, então é bem provável que para você, 1982 seja como a idade média é para mim. Nesse caso, boas notícias, meu amigo: Nocaute será totalmente novo para você!

Mas vamos ser justos, depois desses minutos iniciais, o filme muda bastante. O boxe vai para segundo plano, e o que temos aqui é a história de superação de Billy Hope (Jake Gyllenhaal – eu ODEIO escrever este nome) que, apesar de começar o longa com tudo zip-a-dee-doo-dah, acaba se enfiando numa maré de azar nada invejável e que eu não vou spoilarar por aqui.

Neste ponto, Nocaute segue a cartilha dos oscarizáveis. Temos um sujeitinho em busca de redenção que vai perder tudo e sofrer horrores para no final – olha o spoiler – conseguir vencer seus demônios interiores e passar uma mensagem positiva. Tudo tintim por tintim como a academia gosta, e como a gente aqui no DELFOS costuma abominar.

Neste ponto, ele é um filme correto, com boas atuações. Jake Sobrenome Difícil percebeu que se tratava de um papel com altas chances de indicação ao Oscar e o abraçou com unhas e dentes. Rachel McAdams, por outro lado, continua linda, mas eu percebi que ela tem um monte de perebas. Que puxa.

O que fez com que eu me interessasse por este filme na real foi o diretor Antoine Fuqua, responsável pelo legalzudo Dia de Treinamento. E ele até mandou bem na direção em si. Tem vários planos bastante interessantes e as poucas lutas são muito legais, com alguns momentos em primeira pessoa que fazem você sentir cada soco. E o melhor, sem dor!

O problema acaba sendo da própria proposta do filme. É uma história que todos nós já vimos centenas de vezes (a não ser que você tenha nascido recentemente – me falaram que ainda nasce gente depois do ano 2000) e que não traz absolutamente nenhuma novidade.

Pense em qualquer outra história de superação (o primeiro Rocky vem à mente) e você terá uma boa ideia do que vai encontrar por aqui. Todos sabemos que isso agrada a academia, mas a questão é: isso agrada você? Se for o caso, já para o cinema, delfonauta!