Hoje é dia de tirinho no PS VR2, moleque! Bangue-bangue! Pipoco! Vapt-vupt! Sim, a essa altura só estou inventando onomatopeias. Então bora, porque hoje a gente vai falar de Pistol WhipZombieland Headshot Fever Reloaded.

ZOMBIELAND HEADSHOT FEVER RELOADED

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Quem diria que um joguinho feito a toque de caixa para ganhar uns tostões em cima de um filme seria tão legal? Esta, porém, é a realidade em que vivemos. Zombieland Headshot Fever Reloaded é uma versão turbinada de Zombieland Headshot Fever lançada em 2021. E é absurdamente divertido, chegando inclusive a constranger o House of the Dead mais recente.

O game é um on-rails shooter no mesmo estilo do clássico da Sega. Porém, o fato de ser em VR torna jogá-lo uma experiência tão bacana quanto seria em um arcade de verdade. O jogo simplesmente funciona muito bem no PS VR2.

Você tem caminhos pré-estabelecidos. Entre numa sala, mate todos os zumbis, e então olhe para o ícone de saída para avançar. O jogo é bastante focado em speedruns. É aquele tipo em que as fases são curtas, e a ideia é repetir para fazer mais pontos ou passar mais rápido por elas. E é uma delícia.

ATIRE DUAS VEZES

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Isso funciona simplesmente porque o gunplay é muito agradável. A pistola, que tem munição infinita, fica sempre na mão que você escolher. Daí você pode segurar uma arma secundária mais poderosa e com munição limitada na outra mão. A ideia é se manter em bullet time o maior tempo possível.

Para fazer isso, você deve fazer dois headshots seguidos no mesmo caboclo (Double Tap, ou Atire Duas Vezes, como diz o nome do segundo filme). Armas especiais têm outras ativações. A escopeta ativa esse superpoder em qualquer tiro, enquanto a metralhadora ativa cada vez que mata um zumbi. A chave para o sucesso é fazer altos combos, de preferência sem nunca perder o timing.

Os gráficos são legais, com uma direção de arte em desenho animado que é bastante atraente e combina com o estilo score chaser do game. Tenho dois probleminhas com ele, no entanto.

DIFICULDADE

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As fases duram cerca de dois minutos cada uma. Elas são todas diferentes e divertidas, mas isso não muda o fato de que são apenas 12. Depois disso, a novidade acaba. Se quiser, pode jogar remixes ou ir atrás de melhorar sua pontuação. Tem também um modo roguelike, que embaralha as fases e dá recompensas aleatórias. Mas a partir daí tudo fica bem repetitivo. Talvez para quem realmente se engage em speedruns, a coisa dure mais tempo, mas eu não sou muito de ficar repetindo para melhorar minha pontuação.

Como as fases são curtas, não há checkpoints. Morreu, volta do início. E o jogo é impiedoso. Qualquer falha te mata. Particularmente, seria bacana que você pudesse continuar a fase com penalidade de placar ou algo assim. O que me leva ao segundo motivo que me incomoda aqui.

DURAÇÃO

Para tentar terminar o game, você precisa pagar, com a mesma moeda que usa para upgrades (papel higiênico). Trocando em miúdos, cada nova tentativa na última fase poderia ser um novo upgrade em suas armas. Isso deixa morrer nela extremamente frustrante, pois você não está apenas perdendo o tempo da fase. Para ganhar a quantidade de papel para poder tentar de novo, é necessário repetir duas ou três das fases anteriores, o que aumenta ainda mais um jogo que já perigava ser repetitivo além da conta.

Ainda assim, Zombieland Headshot Fever Reloaded é muito divertido, e uma recomendação fácil para quem tiver acesso ao PS VR2.

PISTOL WHIP

Pistol Whip é um daqueles games altamente recomendados. Do tipo “se você tem acesso a VR, precisa jogar”. Curiosamente, eu não cheguei a analisá-lo quando saiu para PS4, então agora é hora de corrigir isso.

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Ao contrário de ZombielandPistol Whip não tem um visual particularmente agradável. Felizmente, ele compensa isso com diversão em espadas! Ele é, ao mesmo tempo, um jogo de tiro “sinta-se como John Wick” quanto um game de ritmo. O legal é que ele é bem permissivo em ambos os aspectos. A assistência de mira é suficiente amigável para parecer que sua mira é fantástica. Da mesma forma, não é necessário seguir o ritmo, mas ele dá mais pontos para quem atirar na batida.

O bacana é que, ao contrário de praticamente todos os games de ritmo que joguei antes, ele não exige que você acerte APENAS nas batidas da música. Dá para criar sua batida, dando vários tiros seguidos no que, na prática, equivale sonoramente a uma virada de bateria. No final das contas, soa bem e você é recompensado pela criatividade.

PISTOL WHIP TEM MUITO CONTEÚDO

Comparando com Zombieland, aqui é surpreendente a quantidade de conteúdo. Aparentemente, Pistol Whip foi sendo aumentado com alguma constância desde que saiu. Mas para quem chegou agora, como eu, há várias cenas separadas por temática e duas campanhas. Não é um game em que você vai demorar vários dias para ver tudo, mas rende bem mais do que os 90 minutos do Zombieland.

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Parece que eu estou deslizando de forma muito “herói de ação”, mas a visão real da minha sala era bem mais pateta.

Funciona assim: no modo arcade você tem algumas seções, com várias cenas independentes. Cada cena tem um pequeno contexto descrito em uma ou duas frases (tipo “assalto ao banco deu errado”) e uma música. As músicas são consideravelmente diferentes, mas quase todas são eletrônicas, o que não me agrada muito. O visual também não muda tanto, sempre beirando o quase abstrato.

PISTOL WHIP ARCADE

arcade é um modo livre. As cenas têm estilos de gameplay pré-determinados, tipo revólver em uma única mão. Porém, você pode alterar tudo o que quiser, deixando cada fase muito mais fácil ou muito mais difícil.

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Particularmente, eu gostei de jogar com uma barra de vida mais parruda e balas inimigas mais lentas. Isso ajuda a realizar aquela fantasia de ser o Neo desviando de balas em câmera lenta (o que me faz pensar que o Keanu Reeves realmente teve o privilégio de realizar as fantasias masculinas envolvendo tiroteios no cinema) sem mudar muito a experiência. Porém, dá para escolher invulnerabilidade, inimigos que não atiram, eliminar obstáculos e várias outras opções.

PISTOL WHIP CAMPANHA

As duas campanhas são a atividade mais pré-definida do game. Nelas, as armas e opções de estilo são totalmente pré-determinadas. A única coisa que dá para mudar é desligar os obstáculos. Mas isso não afeta tanto a dificuldade. Para mim, particularmente, as campanhas estavam em um nível de dificuldade mais alto do que gostaria. Consegui terminá-las, mas me diverti bem mais podendo customizar a experiência como no arcade.

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Uma das campanhas é no velho oeste.

As campanhas trazem cutscenes narradas bem bacanas. O legal é que elas acontecem em uma tela de cinema na sua frente, porém a imagem é 3D, o que dá um impacto visual muito maior do que o estilo 2D das cutscenes do Resident Evil Village. Pareceu-me um bom comprometimento entre cutscenes totalmente em VR e as mais tradicionais em 2D, mas ainda fazendo uso da tecnologia.

Eu achei que as campanhas trariam maior variação nas músicas. A primeira canção do velho oeste, por exemplo, não é eletrônica, mas algo que você espera de um faroeste. Porém depois disso e durante todo o restante da campanha, ela volta ao eletrônico, o que pareceu uma oportunidade perdida.

PISTOL WHIP É ESSENCIAL

Mas eu sinceramente não tenho muito o que reclamar de Pistol Whip. É um jogaço, absurdamente divertido e apresenta um excelente caminho para passar games de ação mais tradicionais para VR. É um shoot’em up, com muito do que tornava games como Lethal EnforcersVirtua Cop bacana, com o enorme adendo de que roda direitinho em VR, e demonstra quão boa é a tecnologia do PS VR2. Bem melhor, até, do que os antigos fliperamas de Lethal Enforcers, que permitiam usar uma arma de brinquedo física.

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Get your groove on!

E assim encerro este capítulo do especial PS VR2, com dois games de tiro excelentões, que estão entre as diversões mais altas que já tive no PS VR2. Se você comprou o headset, realmente recomendo com força estes dois jogos.