E se Fosse Verdade

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A comédia romântica é um dos gêneros mais sub-aproveitados do cinema hollywoodiano. Considerado “filme de mulher”, geralmente são obras que não se arriscam, feitas sob medida para agradar ao maior público possível. Críticos estão fora dessa lista, por isso o gênero é constantemente achincalhado por estes respeitáveis profissionais.

A culpa não é deles, mas do próprio sistema de produção que faz uma tonelada de filmes genéricos a fim de tirar sua preciosa grana com um mínimo (e bota mínimo nisso) de qualidade. Para cada exemplar bom que surge, como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembrança (que também pode ser considerado um romance ou até um drama), chegam em sua cola mais uns dez como este E se Fosse Verdade, contentes em ficar na parte carnuda dos filmes medíocres (não no sentido pejorativo) do gênero.

Bom, esta nova produção é tipo um Ghost sem toda aquela pretensão. Desta vez acompanhamos a história de Elizabeth (Reese Witherspoon), uma médica que só tem tempo para o trabalho. Resultado: nada de vida pessoal. Um dia, ela sofre um acidente e desencarna. Mas ela não percebe que virou um espírito e assim passa a encher o saco de David (Mark Ruffalo, de Colateral) um sujeito deprê que alugou o apartamento da fantasminha.

Como é de praxe nesses filmes, os dois não vão se dar bem no começo, mas aí, David, já conformado em dividir o apê com uma fantasma (isso até que seria legal), passa a ajudá-la a descobrir o que aconteceu (a moça está meio sem memória) e dessa convivência forçada os dois vão acabar… Preciso mesmo completar a frase ou você já adivinhou o que acontecerá?

Enfim, a história não é nenhuma novidade, você adivinha tudo o que vai acontecer, e mesmo assim o filme é legalzinho. Tem umas cenas engraçadinhas, David tem alguns diálogos espertos, Elizabeth é simpática e há até uma referência bacana a Os Caça-Fantasmas quando David ainda está na fase de tentar se livrar da assombração.

Para aqueles que perceberam que o título em inglês do filme é também o nome de uma das músicas mais famosas do The Cure e estão se perguntando se ela toca no filme, eu respondo. Sim, ela toca logo no começo, numa cover melosa de uma tal de Katie Melua e no final, em sua versão original.

E se Fosse Verdade é um filme que veio para somar, e não para acrescentar nada ao gênero. Mas tem o mínimo de qualidade necessário para ser um bom programa para namorados num domingo. Mas só para eles.

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Alfredo De la Mancha
Alfredo é um dragão nerd que sonha em mostrar para todos que dragões vermelhos também podem ser gente boa. Tentou entrar no DELFOS como colunista, mas quando tinha um de seus textos rejeitados, soltava fogo no escritório inteiro, causando grandes prejuízos. Resolveu, então, aproveitar sua aparência fofinha para se tornar o mascote oficial do site.
e-se-fosse-verdadePaís: EUA<br> Ano: 2005<br> Gênero: Comédia romântica<br> Duração: 95 minutos<br> Roteiro: Peter Tolan e Leslie Dixon<br> Diretor: Mark Waters<br>