E temos aqui mais uma prova que 2020 é o ano dos bons beat’em ups, em especial aqueles influenciados por Streets of Rage. O delfonauta fã de games independentes deve se lembrar do indie famoso Gunman Clive e até do Mechstermination Force. Pois nesta análise Super Punch Patrol vamos falar sobre o mais novo jogo da Hörberg Productions, e é um excelente beat’em up cheio de estilo.

ANÁLISE SUPER PUNCH PATROL

Não dá para evitar. A primeira coisa que você vai reparar ao rodar Super Punch Patrol é seu visual. Goste ou não, é muito marcante. E eu, particularmente, gostei muito.

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Diz aí se não é marcante.

O jogo consegue ser bonito usando básicamente três cores, graças ao estilo rafe dos desenhos. Ou seja, não é uma animação totalmente polida e acabada, como Cuphead. Os personagens e cenários parecem desenhos a lápis que você encontraria no caderno de um talentoso colega de escola.

O uso de cores também é marcante. Cenários são cinzas, coisas que te matam, vermelhas. Por fim, você e o que te ajuda é azul.

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Algo me diz que essa estátua vai me atacar. Por que será?

Outra coisa que me chamou a atenção é como os personagens parecem ter sido inspirados pela cultura de boates gays. As mulheres são totalmente tampadas, mas os homens usam pouca roupa para exibir os tanquinhos. Inclusive, todos os protagonistas homens têm uma skin destravável que os deixa apenas de cueca.

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Essa imagem me dá vontade de cantar YMCA.

Eu sei que isso pode incomodar algumas pessoas, mas, ei, eu gosto de Manowar. E, por que não, gosto de Village People também. Só me chamou a atenção por complementar o visual inusitado do jogo – mas em geral colocaria Super Punch Patrol entre os beat’em ups mais estilosos que já joguei.

Na verdade, eu diria que o jeitão minimalista de Super Punch Patrol é uma aula de como fazer um jogo muito bonito com um orçamento baixo – e sem apelar para a pixel art.

GAMEPLAY SIMPLES

Super Punch Patrol não se afasta muito do gameplay de clássicos do gênero, como Final FightStreets of Rage. Ele também não cria nada, e talvez esse seja seu principal problema.

Você tem um botão de ataque que gera combos, tem um especial que tira sua vida quando utilizado e pode agarrar os inimigos para dar joelhadas ou arremessá-los. Também dá para correr e atacar enquanto corre. Tirando o visual, o gameplay é bem básico e reconhecível. É, porém, eficiente. É o bom e velho feijão com arroz bem temperadinho.

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Ele é também bem difícil, mesmo na dificuldade practice. Aliás, pelo que pude perceber, as dificuldades alteram apenas a quantidade de vidas e continues. Além disso, jogar abaixo do Normal não te coloca nas leaderboards.

Alguns inimigos têm ataques bem difíceis de escapar, e o jogo tem também várias armadilhas, como bandidos que já entram na tela com um ataque indefensável (tipo caindo em cima de você). Esse tipo de design o aproxima dos fliperamas tradicionais do gênero, em especial os clássicos da Konami, como Tartarugas Ninja.

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Não por acaso, tem até uma fase de skate.

Sua duração também reflete os clássicos de fliperamas, podendo ser terminado em menos de uma hora. Com só três personagens, e com apenas coop de sofá, Super Punch Patrol é um pacote bem mais enxuto do que Streets of Rage 4The Takeover.

Isso não significa que ele é ruim, e eu certamente vou jogá-lo mais algumas vezes do início ao fim. Mas é claramente uma opção mais humilde, especialmente em comparação com as duas superproduções supracitadas. Porém, se você já jogou os anteriores, e está no mercado para mais ação beat’em up, Super Punch Patrol é uma ótima pedida.