Eu estava muito mais animado do que deveria para escrever esta análise Sonic Origins. Você sabe, esta é uma coletânea com os principais jogos de Mega Drive do Sonic. Temos Sonic The Hedgehog (1991), Sonic 2 (1992), Sonic CD (1993), Sonic 3 (1994) e Sonic & Knuckles (1994). Estes dois últimos são combinados em Sonic 3 & Knuckles, o jogo que você recebia ao grudar um cartucho no outro (o Mega Drive era um videogame estranho). Não é possível jogá-los separadamente.

Como você pode ver, são jogos bem comuns. Excelentes, claro. Históricos, sem dúvida. Mas todos já foram relançados muitas vezes. Individualmente, como parte de coletâneas, ou como brindes em games como Sonic Generations. Além disso, são todos muito fáceis de emular, para quem quiser seguir este caminho. Estes são alguns dos games que eu mais joguei na vida. Tanto na infância quanto depois, em seus muitos relançamentos. Então por que diabos eu estava tão animado para Sonic Origins?

ANÁLISE SONIC ORIGINS

Ao contrário dos relançamentos anteriores, que emulavam os games originais, como eles eram no Mega Drive, este recebeu um bocado de carinho. Em especial, temos o modo Anniversary, que dá vidas infinitas, saves e deixa os gráficos em widescreen real. Pois é, ele não estica a imagem para preencher toda a TV, como é comum nesses relançamentos. Sonic Origins aumenta o campo de visão para que você veja mais cenário em ambos os lados. Exatamente como nos excelentes ports recentes de Doom. Veja só que belezura!

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Vidas infinitas e saves são autoexplicativos, mas melhoram muito a experiência. Por mais que eu ame esses jogos, simplesmente não tenho mais saco nem tempo para ficar sem vida e tomar game over. Assim, quando rejogava esses games, ou ativava algum cheat de vida infinita ou fazia save scum mesmo, o que também diminui a diversão.

Aqui o jogo é salvo automaticamente sempre que passa de fase e mesmo nos checkpoints, possibilitando parar de jogar a qualquer momento (essencial para qualquer adulto gamer). As vidas foram substituídas por coins. Junte 100 argolas e ganhe uma coin. Abra uma caixinha onde originalmente teria uma vida, e ganhe uma coin. As coins servem para destravar coisas no museu (artes conceituais, músicas e até três vídeos com uma orquestra tocando faixas da trilha sonora). No gameplay, elas servem para tentar de novo as fases especiais, aquelas missões pentelhas onde você coleta as esmeraldas.

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Eu só consegui pegar todas no Sonic 2.

LIMITAÇÕES LIMITATIVAS

Podia ser melhor? Podia. Seria bacana que você não precisasse “pagar” para tentar pegar as esmeraldas de novo. E mais bacana ainda se, uma vez coletadas, o Super Sonic ficasse disponível em todas as partidas daquele jogo. Particularmente, eu nem acho o Super Sonic tão legal assim. Porém, uma novidade certeira é que agora você não se transforma nele simplesmente pulando. Você precisa pular e apertar um botão específico no ar (triângulo no Playstation). Isso faz com que você só evolua para o Sonic saiyajin se quiser. Então não seria um problema que ele estivesse sempre ativado. Podia até ser um toggle no menu de opções.

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Eu sou o Super Sonic e eu quero pegar as bolas do dragão!

Isso porque coletar todas as esmeraldas, mesmo com a possibilidade de tentar novamente, é muito difícil. E muito chato. Todas as “fases especiais” eram tecnicamente impressionantes para a época, mas o ato de jogá-las era chato e frustrante. É o tipo de coisa que, uma vez conquistado, você simplesmente não quer mais fazer.

Dá para ativar o Super Sonic e seleção de fases através do menu secreto de cheats (que só não está disponível em Sonic CD). Mas isso desliga os saves, e é um menu secreto. Poderia ser algo que está simplesmente disponível nos menus normais, como nos ports recentes de Doom. Ou que pelo menos fosse ativado uma vez e salvo definitivamente, sem precisar entrar novamente o cheat.

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Acredite, isso era de pirar o cabeção em 1993!

CONTEÚDO INCLUÍDO

Essas coisas, como vidas infinitas e widescreen, são exclusividade do modo anniversary. Ou seja, se quiser jogar com a tela 4:3 e com as vidas limitadas de outrora, também está disponível. Outra coisa muito legal é que todos os games permitem jogar com Sonic, Tails ou Knuckles. Até mesmo Sonic 1Sonic CD (neste, por algum motivo, o Knuckles não está disponível), que nunca tiveram esses personagens. A brincadeira tem até divertidas telas título novas, criadas para representar o personagem que você escolheu.

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Legal, né?

O lado ruim é que cada personagem, em cada jogo, tem apenas um save. Ou seja, você pode jogar Sonic 1 com o Knuckles. Mas se quiser fazer a campanha de novo, é obrigado a apagar o que conquistou – inclusive as esmeraldas. Isso costuma ser um problema da Nintendo, e até Sonic 3 trazia múltiplos saves no próprio Mega Drive, então é curioso que este não forneça isso como padrão.

ANÁLISE SONIC ORIGINS, MAIS E MENOS

Também acharia legal que a coletânea incluísse mais jogos. Se a ideia é colocar a série principal, Sonic 4 é uma exclusão bem difícil de explicar. E se a pedida era colocar os games de Mega Drive, não tem aqui Sonic Spinball nem Sonic 3D Blast. Considerando por quanto esta coletânea está sendo vendida (R$214,95 a versão mais simples, com a possibilidade de pagar mais para ter coisas como animações extras e fundos de tela a mais) e a facilidade de obter estes jogos por menos em outros produtos, acredito que ela deveria trazer mais.

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Um dos chefes mais famosos dos games nunca tinha sido derrotado pelo Knuckles antes.

Por fim, tem também algumas missões (desafios do tipo “mate 10 inimigos o mais rápido possível” ou “chegue ao final rapidamente sem matar ninguém”), um modo “espelho” e boss rush. Nada disso acrescenta, em minha opinião. Particularmente, eu só joguei o suficiente desses modospara pegar os troféus e platinar o game, e isso exigiu um tempo que eu preferia ter investido na campanha principal.

ANÁLISE SONIC ORIGINS E O MODO HISTÓRIA

O prato principal para mim, no entanto, foi o modo história. Esta adição deliciosa colocou interlúdios de desenhos animados antes e depois de cada título (também disponíveis no museu e os selecionando individualmente) e combinou todos em uma história que faça sentido. Por que o Knuckles era vilão? Como ele virou amigo da turminha? Agora os games contam isso diretamente!

O modo história permite jogar todos os games na seguinte ordem: SonicSonic CDSonic 2Sonic 3Sonic & Knuckles. Estes últimos são combinados em uma única campanha, o que causa o estranhamento de você ir de uma batalha épica em uma nave voadora para uma fase sossegada chamada Mushroom Hill Zone.

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Outra coisa digna de nota é que Sonic CD vem antes de Sonic 2, mesmo tendo sido lançado um ano depois. Particularmente, faz sentido. Quando eu era criança, não entendia porque Sonic CD era tão mais feio do que Sonic 2 (os gráficos são os mesmos de Sonic 1). Ele também traz mecânicas antigas de volta, como as argolas gigantes nos finais das fases, além de não ter o Tails. Eu até chequei as datas de lançamento para ver se eu que não tinha jogado na ordem errada na infância. Mas não, Sonic 2 é de 1992, e Sonic CD é de 1993, então realmente teve um retrocesso aí. Agora eu quero falar um pouco sobre cada um desses games e como é jogá-los hoje. Me acompanha?

ANÁLISE SONIC ORIGINS: SONIC THE HEDGEHOG (1991)

Sonic the Hedgehog é fantástico. Um dos games que eu mais joguei na vida. Ele me impressionava quando eu tinha 11 anos, e me impressiona ainda mais agora, que eu tenho mais conhecimento em level design. Na minha infância, o Super Mario sempre foi um tanto mais romântico. Como eu não tinha videogames da Nintendo, só jogava Mario na casa dos colegas. Então ele sempre me pareceu melhor que Sonic, naquela linha de “a grama do vizinho é mais verde”.

Olha, eu joguei recentemente Super Mario 3Super Mario World, então ambos estão bem frescos na minha memória. E vou dizer aqui com todas as letras: em 2022, Sonic The Hedgehog me divertiu muito mais do que os clássicos do encanador bigodudo. Eu costumo dizer aqui que “fases de jogos de plataforma são parques de diversão para o jogador brincar”. E Sonic foi o jogo que me fez pensar isso pela primeira vez, décadas atrás.

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Vitória para o Sonic!

A velocidade e o level design são mais atraentes para alguém hiperativo e com pouca paciência como eu. Super Mario incentiva exploração, colecionismo e encontrar segredos. E eu amo essas coisas. Mas Sonic tem algo muito mágico: toda fase tem dezenas de caminhos. E todos são certos! Você pode literalmente sair andando em qualquer direção e progredir. Isso é uma delícia, meu camarada! Aqui você não fica um tempo parado pensando em “como chegar até lugar X”. Você simplesmente sai correndo para onde der na telha. Some isso a um visual que até hoje é lindão e um gameplay preciso e Sonic The Hedgehog justifica estar no topo entre os melhores jogos de plataforma já lançados.

ANÁLISE SONIC ORIGINS: SONIC CD (1993)

Sonic CD é, ao mesmo tempo, o patinho feio da série e o lindo cisne. É o Sonic clássico menos Sonic, sabe? Talvez em uma tentativa de ser mais como o Mario, Sonic CD incentiva explorar as fases lentamente. Isso graças à mecânica de viagem no tempo. Funciona assim: há placas de pastfuture espalhadas pela fase. Você precisa encostar em uma delas, e então conseguir correr sem interrupção por alguns segundos para viajar no tempo para a época escolhida.

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Sonic CD.

O objetivo é voltar para o passado em todos os atos, encontrar uma máquina que parece um cachorro quente, e destruí-la. Isso fará um “bom futuro” naquele ato. Portanto, cada ato de Sonic CD é composto de quatro fases diferentes: passado, presente, futuro ruim e futuro bom. Deve ter sido um tremendo trabalho para os devs fazerem tudo isso, e sinceramente, pouco acrescenta ao resultado final.

Dá para passar pelas fases sem interagir com essa mecânica, mas este simplesmente não é o objetivo do jogo. Em Sonic CD, Sonic deve criar um bom futuro em todas as fases, o que é MUITO difícil. Especialmente se você combinar isso com pegar todas as esmeraldas. Os chefes também são os mais diferentes de todos, com batalhas em que você precisa sobreviver por determinado tempo e, claro, a famosa corrida contra o Metal Sonic.

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Na imagem: o Metal Sonic é tão marrento que fez o Sonic se encolher em posição fetal.

Sonic CD também é a primeira aparição da personagem Amy. Tanto Sonic quanto Sonic CD rodam bem nesta coletânea, mas encontrei alguns momentos de slowdown em ambos. Nada muito importante, mas espero que seja corrigido no futuro.

ANÁLISE SONIC ORIGINS: SONIC 2 (1992)

Sonic 2 é, de longe, o melhor game da série. Aqui temos Tails, um monte de fases clássicas, músicas famosas, chefes criativos. E a origem do Super Sonic. E os gráficos deram um enorme salto de qualidade do primeiro jogo para este (o que deixou o visual de Sonic CD decepcionante um ano depois).

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Todo mundo lembra dessa fase, mesmo quem nunca a jogou antes.

E mais legal ainda, Sonic 2 aqui traz uma fase extra, que eu nunca tinha jogado. Chamada Hidden Palace Zone, ela deve ser encontrada em uma passagem secreta na Mystic Cave. Podia simplesmente ter sido incorporada na história. Mas, ei, é uma fase nova em Sonic 2! Apesar de ela ter apenas um ato, traz novos inimigos que não estavam no game original e até um novo chefe.

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A Hidden Palace Zone.

Hidden Palace Zone já tinha aparecido antes em um port de Sonic 2 para celulares, mas esta foi minha primeira interação com ela. Infelizmente, em Sonic 2 começamos a encontrar alguns problemas técnicos graves e que surgiram nesta coletânea, o que bate com as informações que temos de que os jogos em Sonic Origins foram desenvolvidos por times diferentes para projetos separados e combinados posteriormente.

SONIC 2 E OS PROBLEMAS TÉCNICOS

Eu sempre gostei de jogar Sonic 2Sonic 3 com a dupla Sonic & Tails. Porém, há um problema técnico em Sonic 2 que deixa isso um suplício. É batata, Tails vai eventualmente ficar para trás em várias fases. Isso nunca foi um problema. Normalmente quando os dois heróis se separavam, Tails voltava voando para onde o Sonic estava em alguns segundos. Isso não acontece aqui.

O que me parece é que Tails fica preso “fora da tela”. E daí ele fica tentando escapar furiosamente. Basicamente fazendo o que seu irmãozinho mais novo faria: fica martelando o botão de pulo. Parece que isso não incomoda muito, né? Pois eu fiz um vídeo.

Que tal? Já pensou passar literalmente o jogo inteiro assim? Pois foi assim que eu joguei meu Sonic 2 nesta coletânea. Tails se separava de mim nos primeiros segundos de cada fase, e a partir daí ficava ouvindo o barulho do pulo dele infinitamente. Ele só reaparecia depois de uma fase especial ou quando eu morria, apenas para se separar de novo segundos depois.

Isso não acontecia na versão de Mega Drive, e nem nos outros ports de Sonic 2 que eu joguei antes, e afetou consideravelmente minha diversão aqui. Especialmente porque acho que Sonic 2 tem uma das melhores trilhas sonoras dos games e ficar com esse “ruído” de pulo rolando o tempo todo em cima da música impede que você curta as deliciosas composições. Isso precisa ser resolvido, nem que coloquem uma opção para silenciar o pulo do Tails. Infelizmente, não é apenas Sonic 2 que tem problemas técnicos com o som.

ANÁLISE SONIC ORIGINS: SONIC 3 (1994)

Este problema com o Tails não rola aqui. Aqui ele funciona como no Mega Drive. Te acompanha durante a aventura e, caso se separe, volta voando segundos depois. E, embora eu goste mais de Sonic 2Sonic 3 é também uma excelente continuação.

Parece impossível, mas os gráficos ficaram ainda melhores. Sem exagero, tem mais diferença no visual entre Sonic Sonic 3 do que entre The Last of UsThe Last of Us Part II. E eles estavam originalmente no mesmo console. E, mais surpreendente é quando lembramos que o primeiro Sonic já era muito mais bonito do que quase qualquer outro game da época.

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Também acho muito legal outros acréscimos como o fato de que as fases são contínuas. A nova começa onde a anterior termina. E mesmo o fato de que a gente encontra o Robotnik e o Knuckles várias vezes durante a campanha acrescenta muito à sensação de que estamos correndo atrás deles a história inteira. Sonic 3 é um jogão. O segundo melhor jogo dessa coletânea, em minha opinião.

SONIC 3 E OS PROBLEMAS TÉCNICOS

Infelizmente, aqui também tem problemas graves com o som. E eu não me refiro ao fato de algumas músicas famosas terem sido substituídas, teoricamente por causa do envolvimento de Michael Jackson em suas composições. E sim, aquele tema tribal que tocava sempre que aparecia o Knuckles faz uma tremenda falta. Mas o que digo é um problema de qualidade mesmo.

Sonic Origins em geral soa muito bem. Menos em Sonic 3. Aqui o som parece abafado. Como se você juntasse todas suas caixas de som e as cobrisse com um lençol, sabe? É difícil explicar, mas é algo que você percebe imediatamente quando o jogo começa. Até pensei que as músicas estavam em mono, mas não é o caso. Ao colocar fones de ouvido, constatei que elas estão pelo menos em estéreo. Mas não estão boas o suficiente.

Outro exemplo que pode te ajudar a entender como o jogo soa é se você pegasse um MP3 em 320kbps das músicas originais, e os transformasse em algo tipo 96kbps. Enfim, Sonic 3 (& Knuckles) soa muito pior do que todo o resto incluído nesta coletânea. E isso incomoda!

ANÁLISE SONIC ORIGINS: SONIC & KNUCKLES (1994)

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Este é o mais curioso. E o único jogo da série principal que eu nunca tinha terminado. Ele foi combinado com Sonic 3 aqui, o que significa que não dá para começar a jogar da Mushroom Hill Zone, que era a primeira fase do game original. Sem usar cheats, só dá para brincar nela depois de terminar Sonic 3. Isso já não é muito legal. Especialmente porque faz com que Sonic 3 & Knuckles seja longo demais, com quase o dobro das fases dos outros games. Além disso, aqui tem 14 esmeraldas para você coletar (originalmente eram 7 em cada). Tem até um chefe extra pros doidos que pegarem todas as esmeraldas, que admito que só joguei através do cheat de seleção de fases.

Sonic & Knuckles também é curioso porque é a casa dos melhores e dos piores momentos da série principal. Sabe aquilo que falei lá em cima, de as fases serem parques de diversão para você brincar? Pois é! Aqui tem um monte de mecânicas novas que servem só para deixar tudo mais lúdico. Mas também tem algumas das fases mais chatinhas, com mecânicas um tanto pentelhas e momentos em que você não vai saber o que fazer (eu precisei até usar um guia para terminar, veja a blasfêmia). Sonic & Knuckles representa o ápice do level design lúdico de Sonic, ao mesmo tempo em que demonstra o que pode dar errado quando algumas dessas adições não descem bem.

É também, de longe, o jogo mais difícil incluído aqui. Fica muito difícil muito rápido, o que talvez explique porque eu nunca o terminei no passado, com as vidas limitadas do Mega Drive.

MAIS SOBRE SONIC & KNUCKLES

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Uma coisa que eu odeio, e que tanto Sonic 2Sonic 3Sonic & Knuckles fazem, é colocar vários chefes seguidos sem checkpoint. O chefe final de Sonic & Knuckles é especialmente pentelho. Acontece que ele te ataca com um laser gigante que eu simplesmente não consegui descobrir como desviar. Eu procurei vídeos para ver o que tinha que fazer, mas todos os que encontrei os caras usavam o Super Sonic ou o escudo que dá pulo duplo para escapar. E meu save não tinha nenhum dos dois. O que eu tinha era uma única argola que, ao morrer, perdia. Curiosamente, se voltava para a tela título e restaurava o save, começava com uma argola, mas se morria, tinha que vencer sem margem para erro.

E o que eu fiz para terminar foi isso. Fiquei restaurando meu save a cada nova tentativa, tentando vencer na força bruta. Ele me acertava com o laser gigante, eu pegava a argola de novo e repetia até morrer. Demorou, mas venci. Mas acabou que isso me fez terminar a história com um gosto amargo na boca. Deve ter algum jeito de escapar desse ataque com o Sonic normal, mas eu não consegui descobrir como (se você souber, me conta nos comentários!). E o fato de eu ter que esperar uma animação dramática e matar um chefe antes desse a cada nova tentativa fez com que eu terminasse o game bem de saco cheio. O que é um final triste para uma coletânea com alguns dos meus jogos preferidos de todos os tempos.

O FIM DA ANÁLISE SONIC ORIGINS

Sonic Origins tem alguns problemas. O som de Sonic 23 (& Knuckles) precisa ser resolvido. A quantidade de games não deve aumentar, mas o preço fatalmente vai abaixar com o tempo. Mas tirando essas pequenas coisas, jogar os Sonics da minha infância em um único pacote, em widescreen e com vidas infinitas é a forma mais próxima que eu cheguei de recriar na minha vida adulta a mágica que esses games trouxeram à minha pequenez. E digo isso mesmo tendo jogado todos esses jogos em várias outras versões disponibilizadas anteriormente.

Podia ser melhor? Sim. Podia ser mais barato? Deveria! Mas isso não muda o fato de que esta é a melhor e mais agradável forma de vivenciar esses games hoje, em 2022. E eu certamente os reviverei muitas vezes.

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