Nostalgia é um sentimento poderoso, que gera muito dinheiro para várias empresas. Porém, para cada história de sucesso de jogo retrô como Shovel Knight, há dezenas de outros que passam despercebidos. Hoje é dia da nossa análise Krut The Mythic Wings.

ANÁLISE KRUT THE MYTHIC WINGS

Krut The Mythic Wings é retrô, sim. Mas se Shovel Knight emula a sensação de jogar grandes clássicos, Krut The Mythic Wings coloca os dois pés com força no território do genérico. Em especial, ele lembra muito os games que eu costumava alugar na infância e adolescência.

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Às vezes, eu tirava a sorte grande ao pegar um game desconhecido, e tinha diversão garantida para o final de semana. Em outras, vinha um jogo que não agradava, e eu ficava chateado de ter escolhido errado e não ter nada para jogar. Na imensa maioria dos casos, no entanto, o joguinho em questão era totalmente inofensivo, e eu acabava jogando até o fim de forma comfortably numb. E este é o caso de Krut.

COMFORTABLY NUMB

Krut é um jogo 2.5D de ação e plataforma. Pense em algo como Castlevania antigo, porém sem a mesma qualidade e bem mais simples. Simples até demais. Em geral, você anda para a direita, luta contra alguns inimigos genéricos e difíceis, daí tem um sub-chefe. Depois de vencê-lo, anda mais um pedaço, e daí vem o chefão de verdade. Em algumas fases, você precisa escalar alguns andares. Em outros, basta pular entre as plataformas enquanto vai para a direita. Mas a fórmula é a mesma. Ande, vença um chefe, ande mais um pouco, vença outro chefe e passe de fase.

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Há dois checkpoints em cada um dos seis estágios, e eles aparecem sempre antes de um dos chefes. Então viu checkpoint, já sabe que vem chefe. Para aumentar a duração de um jogo muito curto, é necessário “comprar” os checkpoints para poder voltar dali ao morrer. Essa compra é feita com XP e só dá para fazer upgrades depois de comprar o checkpoint. Então a ideia é pular alguns checkpoints para acumular XP suficiente para vários upgrades, daí fazendo valer a pena gastar o preço da destravada. É uma mecânica meio de celular (pague para continuar daqui), mas não há nada comprável com dinheiro de verdade. De qualquer forma, incomoda você ter que gastar um valioso potencial upgrade só para abrir um checkpoint e poder comprar outros.

QUASE UM BOSS RUSH

A questão é que as fases são curtas, e dá para passar correndo por elas inteiras, simplesmente pulando os inimigos. Você só precisa mesmo vencer os chefes para avançar. Os minions só existem para dar XP, que permite salvar o jogo e fazer upgrades. E é muito curto. Morrendo bastante, e matando praticamente todo mundo, terminei a história em menos de 90 minutos.

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Minhas estatísticas de fim de jogo.

Ao terminar, não libera uma seleção de fases nem nada do tipo. Ele simplesmente deleta o seu save e convida a começar de novo, talvez em uma dificuldade mais alta. E não me entenda mal, jogos curtos têm seu valor. Porém, Krut The Mythic Wings simplesmente não empolga nem enquanto dura.

GAMEPLAY

Seu combate é bem básico, mas é também bastante difícil. Leva um tempo para aprender, então eu morri mais nas duas primeiras fases do que nas quatro seguintes. Mas basicamente, você precisa sempre atacar os inimigos pelas costas. Dê uns sopapos e, quando ele virar, role para o outro lado. Repita isso com todo mundo, e o game fica bem mais fácil. E daí vêm os chefes.

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Seus ataques são duplamente mais poderosos se forem feitos no ar. Mas no ar só é possível dar dois ataques antes de precisar pular de novo. Porém, como os ataques são mais eficientes e todos os chefes têm barras de vida enormes, você acaba atacando sempre no pulo. Basicamente pule, ataque duas vezes e role pra longe. Repita 100 vezes. Depois que descobri a força do ataque aéreo, usei a mesma tática em quase todos os chefes. A exceção foram alguns poucos baixinhos demais para conseguir acertar no meio de um pulo. Para esses, usei a mesma tática dos inimigos padrão: ataque pelas costas e muita paciência.

ANÁLISE KRUT THE MYTHIC WINGS: CARECE DE EMPOLGAÇÃO

Absolutamente nada aqui empolga. A história é fraca e contada naquele combo “texto + imagens estáticas”. O gameplay é básico e repetitivo. Audiovisual não marca em absolutamente nada. Até tem alguns cenários bonitinhos e tal, mas embora Krut The Mythic Wings tenha versão nativa para PS5/Xbox Series, seu visual 2.5D poderia estar facilmente em um PS3.

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Esta imagem poderia ser de quase literalmente qualquer jogo, não acha?

Por outro lado, ele também não foi especialmente ruim de jogar. Não me deixou com raiva ou contemplando suicídio. Entreteve moderadamente durante pouco mais de uma hora. Porém, pelo menos em metade desse tempo eu sentia que já tinha visto o suficiente e queria fazer outra coisa.

Mas continuei firmemente. Porque este, querido leitor, é meu compromisso com você. Eu termino estes jogos para você não precisar perder tempo com eles. Sinta-se à vontade para agradecer o DELFOS pelo trabalho duro assinando nossa campanha no Padrim.