X-men: Reign of the Apocalypse

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No final dos anos 80 e início dos anos 90 um gênero de jogos começou a chamar muito a atenção e fazer sucesso nas casas de fliperama. Eram os beat-‘em-up, ou seja, jogos de luta com movimentação horizontal onde você passava uma fase andando e enfrentando vários capangas até chegar no chefe. Esse procedimento se repetia por algumas fases até você enfrentar o chefão final. As maiores produtoras da época lançaram jogos do gênero: Da Capcom tivemos muitos, entre eles Final Fight, The Punisher e Captain Commando. A Sega nos trouxe a série Streets of Rage (Nota do Carlos: não se esqueça do fantástico Golden Axe e do jogo do Homem-Aranha) e a Konami nos brindou com os excelentes jogos das Tartarugas Ninjas, Simpsons, Vendetta e, claro, não poderia faltar um dos X-Men lançado em 1992. Esse novo X-men: Reign of the Apocalypse não foi produzido pela Konami, e sim pela Activision (das séries Pitfall e River Raid na época do Atari), mas teve uma inspiração óbvia no jogo de 12 anos atrás.

A estória é a seguinte: Um belo dia, voltando para a Mansão X; Ciclope, Wolverine, Vampira e Tempestade a encontram totalmente destruída e no chão do salão principal está o cadáver de….Ciclope. Não entendeu? Bom, nem os X-men! Mas jogando a primeira fase você acaba descobrindo que estão em uma dimensão paralela dominada pelo Apocalipse e seus arautos e agora precisam arranjar alguma forma de voltar para ao seu mundo. Ok, tenho que concordar que a estória é bem bobinha, mas serve como pretexto para a pancadaria, não serve?

Falando da parte técnica, os gráficos são bem legais. Você pode escolher um dos quatro X-men presos nessa outra dimensão, e todos estão muito bem caracterizados, com vários quadros de movimento gerando uma animação suave e constante. Os chefes de fase também são bem feitos e bem caracterizados, apesar de não possuírem tantos movimentos. Infelizmente os inimigos mais comuns são meio travadões e não aproveitam os bons recursos do portátil.

Os cenários são todos digitalizados a partir dos gibis dos mutantes o que garante panos de fundo bem familiares, como o laboratório em que Wolverine foi “criado” no Canadá, a mansão dos X-men ou a Terra Selvagem.

A jogabilidade é excelente. O controle dos personagens usa todos os botões do Gameboy Advance, mas são bem simples: O botão “A” dá o ataque fraco que possibilita os combos, o “B” é o ataque forte que joga o oponente longe, o “L” é o Especial e o “R” pula. Simples assim, nada daqueles comandos complicados e impossíveis de se executar no meio do quebra pau. Todas as respostas são rápidas e precisas.

O jogo é bem fácil e agradável, mas é do tipo descartável, já que uma vez que você acaba provavelmente não vai ter vontade de jogá-lo novamente. Para chegar ao final, basta saber combinar o uso do botão “A” e guardar o especial para os chefes. Conectando um segundo Gameboy Advance você pode jogar um modo versus (1 contra 1) ou em um modo cooperativo com um amigo lembrando bastante os jogos de arcade do início dos anos 90, o problema é que aí o jogo se torna muito mais fácil ainda. São no total 12 fases curtas e lotadas de inimigos que, infelizmente, não variam muito. Você vai enfrentar soldados da Tropa Alpha e Sentinelas durante todo o jogo até chegar no chefe e é meio frustrante essa falta de variedade, eles apenas usam o manjado truque de alterar as cores dos inimigos. Tosco, especialmente se compararmos que jogos bem mais antigos do estilo, como Final Fight e Captain Commando, apresentam uma melhor diversificação.

Se você é um possuidor de um Gameboy Advance e fã dos mutantes da Marvel tente alugar o jogo antes de comprá-lo e você não corre o risco de se arrepender.

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