Que época maravilhosa que estamos vivendo, amigo delfonauta. Quando eu comecei a ler gibis, ver um daqueles personagens no cinema era um sonho distante. E agora, no tempo desde que criei o DELFOS, tive a oportunidade de escrever críticas não para uma, mas para duas adaptações cinematográficas da clássica história da Fênix Negra. A outra, claro, é X-Men: O Confronto Final. Crítica X-Men: Fênix Negra

CRÍTICA X-MEN: FÊNIX NEGRA

Como costumamos fazer nas críticas delfianas de filmes altamente nerds, vou evitar me aprofundar em detalhes da história. Para este texto, basta dizer que a outrora heroína Jean Grey (Sophie Turner) se tornou um perigo para os X-Men e para o mundo. Isso divide os personagens em dois grupos: aqueles que querem pará-la a qualquer custo e os que acreditam ser possível salvá-la.

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Pode vir quente que eu tô criando fogo atrás de mim. E tal.

O Confronto Final, a transposição anterior desta história para o cinema, falhou por querer contar muita coisa em uma metragem curta. Você deve se lembrar que, além da Fênix Negra, ainda tínhamos toda a questão da cura mutante que, convenhamos, era bem mais interessante.

Crítica X-Men: Fênix Negra, Fênix Negra, Marvel, X-Men, DelfosX-Men: Fênix Negra acerta em focar apenas nesta história, sem se desviar dela. Também acerta em optar por não apresentar novos personagens clássicos dos gibis. Afinal, já tem gente pra caramba lutando por tempo de tela neste filme. Veja o Mercúrio, por exemplo, que some totalmente após o primeiro ato e só volta a dar as caras no final.

Para não dizer que não tem nenhum herói clássico novo, há uma pequena cena onde podemos ver a Cristal exibindo seus poderes, mas é do tipo “piscou, perdeu”.

MEDO LEVA À RAIVA

Mais dez anos se passaram desde X-Men: Apocalipse, e mais uma vez essa turminha não envelheceu nada. Em quinze anos de DELFOS eu me tornei um barbudo grisalho, mas o Mercúrio em 20 não mudou nada. Pois é, agora estamos nos anos 90, exatamente cinco anos antes do lançamento do primeiro X-Filme.

Porém, qualquer tentativa de fazer as duas séries se encaixarem é coisa do passado. Acontecem coisas em X-Men: Fênix Negra que contradizem totalmente a simples existência destes personagens nos outros filmes, então oficialmente estamos agora com duas linhas do tempo paralelas.

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Imagem meramente ilustrativa, sem nenhuma relação com o parágrafo anterior.

Como uma adaptação do clássico Fênix Negra, o filme funciona bem, e é até surpreendentemente fiel. Quem leu a HQ, deve se lembrar que é uma história cósmica, enquanto este longa acontece prioritariamente na Terra. Ainda assim, há um lado relativamente forte de ficção científica, incluindo uma rápida viagem ao espaço e a primeira aparição de alienígenas nos X-filmes.

RAIVA LEVA AO ÓDIO

Há concessões, claro, que obviamente tornam o filme muito mais simples do que sua contraparte quadrinística, mas em geral é, sim, uma boa adaptação. Gosto também de como ele desenvolve erros e falhas de personagens que costumam ser perfeitinhos até demais, em especial Charles Xavier (James McAvoy).

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Magneto (Michael Fassbender) também está de volta naquele papel de vácuo moral no qual sempre se encontra, embora esta seja sua aparição mais próxima de herói desde o Primeira Classe.

Personagens mais secundários, como o Noturno ou a Tempestade, ganham mais tempo de tela do que no anterior, mas continuam bem… secundários. É incrível como uma personagem tão legal quanto a Tempestade tenha sido tão pouco utilizada em duas séries do cinema. O Noturno, embora agora apareça pela primeira vez em dois filmes seguidos, está longe do destaque que teve no ótimo X2, onde estrelou a cena que considero uma das melhores do cinema (você sabe qual!).

Fênix Negra também é o filme dos mutantes mais independente desde o primeirão. Ele conta uma história basicamente auto-contida, sem deixar pontas soltas (não há cena pós-créditos) nem tenta amarrar nada que foi semeado antes. Mercúrio ser filho de Magneto, por exemplo, algo sem conclusão em Apocalipse, aqui sequer é citado.

ÓDIO LEVA À FÊNIX NEGRA

Eu gostei de Fênix Negra, mas diria que, dos quatro filmes da nova série, este é o que menos gostei. E, se incluirmos a série antiga, este fica apenas na frente de O Confronto Final. Curioso, aliás, que os dois X-filmes dos quais menos gosto são justamente os que adaptam a Fênix Negra.

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Talvez seja pelo fato de esta história da decadência rumo ao lado negro ser bastante abordada na cultura pop, tornando difícil se destacar contando a mesma coisa pela enésima vez. Até a tagline de Fênix Negra, “todo herói tem um lado sombrio”, parece tirada diretamente de Star Wars Episódio III.

Este tem a seu favor algo que nem todo filme consegue, no entanto: cenas de ação elaboradas e claramente caríssimas, daquelas de encher os olhos. Some isso ao fato de ser estrelado por alguns dos personagens mais queridos dos quadrinhos e é claro que você deve conferí-lo no cinema. De preferência numa tela bem grande. X-Men: Fênix Negra pode não ser o melhor X-filme, mas certamente é uma conclusão satisfatória para a segunda série dos X-Men, encerrando a era dos personagens na Fox. Agora é ver o que a Disney vai fazer com essa galera. E as desculpas que a empresa do Mickey vai dar para impedir que a imprensa cubra os próximos filmes.

CURIOSIDADE:

– O diretor Bryan Singer dirigiu os dois primeiros X-Men, preparou o terreno para contar a história da Fênix Negra, e pulou do barco na hora H, no terceiro filme. Daí, nesta nova série, ele voltou para dirigir o segundo e o terceiro, e novamente preparou o terreno para esta história. Só que, desta vez, ele não pulou do barco por vontade própria.

LEIA MAIS SOBRE OS X-FILMES NO DELFOS:

X-Men: O Confronto Final – Muitos mutantes e muita história para pouco filme.

X-Men Origens: Wolverine – Tudo errado no primeiro filme solo do carcaju.

X-Men: Primeira Classe – Um novo começo.

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido – O encontro de gerações.

Coletiva X-Men: Dias de um Futuro Esquecido: Patrick Stewart e James McAvoy – Os Professores Xavier passaram pelo Brasil.

Logan – O carcaju ganha seu filme mais adulto.

Coletiva Logan – Conversamos com Hugh Jackman em sua passagem pelo Brasil.

Deadpool, o game – o jogo é tão engraçado quanto os filmes.

Deadpool – O mercenário falastrão ganha o filme que merecia.

X-Men: Apocalipse – Ninguém envelhece em 10 anos.

Deadpool 2 – A versão original.

Era uma Vez um Deadpool – Deadpool 2 para pimpolhos.