Poucos filmes têm um pedigree nerd tão forte quanto Alita: Anjo de Combate. Baseado em um mangá, dirigido por Robert Rodriguez e roteirizado por James Cameron. Como você provavelmente sabe, pedigree é um produto de incesto visando priorizar determinadas características. Pois agora é hora de ler nossa crítica Alita: Anjo de Combate e descobrir se isso deu em algo über nerd ou num bichinho deformado.

CRÍTICA ALITA: ANJO DE COMBATE

Pois deixa eu responder logo a esta dúvida antes que você corte um braço em ansiedade. Assistindo ao filme final, ele nem parece algo incestuoso. Parece, sim, um novo filme do James Cameron. Talvez isso não seja legal para fãs do Robert Rodriguez que esperavam uma adaptação com cara de gibi, como Sin City. Mas, ei, eu também sou fã de James Cameron e, considerando como ele faz poucos filmes, diria que até prefiro isso.

Alita, que dá nome ao longa, é um androide, restaurado pelo cybermédico Dyson Ido (Christoph Waltz). Ao ganhar sua nova vida, no entanto, a rapariga não lembra de nada. Através de seus grandes olhos de animê, somos apresentados ao mundo da película, com Rodriguez utilizando seu modo Cameron-cover.

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Quem sou eu? Uma pergunta feita pela Alita, mas também pelo Robert Rodriguez.

O filme inteiro se passa na Cidade de Ferro, onde mora a ralé. Todo mundo, de uma forma ou de outra, trabalha para Zalem, uma cidade suspensa utópica bem parecida em espírito com Columbia.

O INÍCIO DE UMA FRANQUIA

Logo que o filme apresentou Zalem, imaginei que no mínimo o terceiro ato se passaria lá. Não é o caso. Apesar de ser um filme criado por cineastas com décadas de experiência, Alita: Anjo de Combate é 100% um produto de 2019. Assim, trata-se de uma película composta basicamente por sementes que serão desenvolvidas em filmes futuros.

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Doutor Octopus? Você por aqui?

Por isso, não dá para dizer que o que temos aqui é uma história completa, apenas um primeiro capítulo. E por causa disso, tive bastante dificuldade em escrever a sinopse acima. Afinal, este é um filme que consiste em duas horas de sinopse.

Isso, felizmente, não significa que as sementes que estão aqui não sejam saborosas. Fazia um bom tempo que eu não via algo em Imax 3D. Ultimamente, até mesmo sessões em 3D normal são raras.

IMAX 3D

E, se Alita: Anjo de Combate  vai ser minha última experiência com este combo “tela enorme + óculos”, será uma despedida digna. A coisa não chega ao nível de GravidadePrometheus ou do próprio Avatar, mas ainda assim trata-se de uma obra que você vai querer ver na maior tela possível.

O filme é cheio de planos abertos impressionantes, grandes cenas de ação e efeitos especiais de tirar o fôlego. A coisa é tão perfeita que você nem perceberia que a Alita é um personagem feito em CG se não fossem seus enormes olhos de animê.

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A Alita manteve os grande olhos em sua versão hollywoodiana.

Os efeitos 3D também são muito bem utilizados, na intenção de deixar este mundo ainda mais impressionante, e não para jogar coisas na sua cara. Desta forma, ele se junta ao trio de dois parágrafos atrás como um dos melhores usos desta tecnologia que se encontra em seu crepúsculo.

Eu me diverti bastante na sessão e recomendo o filme sem medo para quem gosta do estilo James Cameron de fazer blockbusters. Porém, é de fato uma pena que sua narrativa mantenha o pé no freio o tempo todo na esperança de que a marca gere mais filmes no futuro. Torço para que isso aconteça, pois a ambientação promete bem mais do que é mostrado aqui. Por enquanto, Zalem ficará apenas na imaginação daqueles que assistirem a Alita: Anjo de Combate.