Stephen King todo mundo conhece e sabe quem é. O rei (com o perdão do trocadilho) da literatura de terror. Campeão de vendas e também de adaptações de sua obra para o cinema e a TV. E um tanto desprezado pelos críticos, que o consideram um escritor apenas mediano e um tanto picareta, ao usar sempre os mesmos artifícios ad infinitum.

Talvez para se livrar dessa pecha de autor de histórias de terror, talvez para dar algum tipo de resposta aos críticos, ou vai ver porque simplesmente estava a fim de fazer algo diferente, lá no longínquo ano de 1978 ele lançou em uma revista de ficção científica um pequeno conto intitulado O Pistoleiro (The Gunslinger).

Mas e daí, você pergunta? Daí que ele gostou tanto do conto que escreveu mais quatro com os mesmos personagens e ambientados no mesmo universo. E depois estas cinco histórias foram lançadas em um livro, que se tornaria uma das sagas mais ambiciosas do escritor, bem como da literatura fantástica.

O HOMEM DE PRETO FUGIA PELO DESERTO E O PISTOLEIRO IA ATRÁS

Pois era aí que nascia A Torre Negra, tido por muitos, inclusive o próprio autor, como seu trabalho definitivo. Contando uma história épica que mistura diversos elementos e se estende por nada menos que sete livros (oito, se contarmos o mais recente O Vento pela Fechadura) e mais de 3.900 páginas (sim, é uma narrativa de proporções “enciclopédicas”), a série levou mais de 20 anos para ser concluída.

Delfos, A Torre Negra

Além disso, interliga absolutamente toda a obra de Stephen King, desde livros lançados antes, passando por tudo o que fez depois que iniciou a história da tal Torre, conferindo uma unidade à sua obra pouco antes vista no corpo de trabalho de um autor.

Para construir seu épico, King juntou quatro elementos que se tornariam suas grandes influências nesse trabalho: o clássico O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien; o poema épico Childe Roland à Torre Negra Chegou, de Robert Browning; filmes de faroeste (em especial os western spaghetti de Clint Eastwood) e de futuros pós-apocalípticos, como a cinessérie Mad Max.

Confuso com essa mistureba aparentemente inusitada? Talvez um pouco da trama ajude a compreender melhor onde cada elemento se encaixa.

O NEXO DE TODOS OS UNIVERSOS

A Torre Negra trata basicamente da jornada de um homem em busca de um elemento místico que pode restaurar a ordem em seu mundo. É a história de Roland Deschain, ou Roland de Gilead, o último indivíduo da linhagem dos pistoleiros (equivalentes a policiais em nosso planeta), habitante de um mundo que mistura feudalismo e o velho oeste estadunidense, que já possuiu grande tecnologia, mas regrediu a um estado onde ninguém mais sabe operar as poucas máquinas que restaram.

O mundo de Roland, chamado de Mundo-Médio, está se deteriorando rapidamente, e ele acredita que o único modo de salvá-lo é encontrando a Torre Negra, o nexo de toda a existência e o ponto de união entre diversas dimensões paralelas. Segundo sua crença, a Torre é um local de poder infinito, capaz de restaurar seu mundo moribundo e quem sabe trazer de volta a glória do passado.

Delfos, A Torre Negra
Uma interpretação do Rei Rubro.

Mas para chegar lá, terá de andar muito e contar com a ajuda de pessoas trazidas de mundos paralelos que compõem o seu Ka-tet (grupo de pessoas ligadas por um objetivo em comum) e terá de enfrentar muitos perigos na forma dos agentes do Rei Rubro (uma espécie de demônio supremo, responsável pelo estado atual do Mundo-Médio) que,  segundo as lendas, está trancado em uma sacada da Torre Negra.

De uma forma bem (e bota bem nisso) resumida, essa é a premissa básica de toda a saga. É a tradicional jornada do herói, com todos os percalços e dificuldades possíveis, em busca de um objetivo maior que sua própria vida e, por isso mesmo, nobre.

AS INFLUÊNCIAS

Agora, voltando às influências e referências utilizadas por King, acho que só pela sinopse já deu para perceber onde elas se encaixam. Mas, em todo o caso, vale detalhar um pouco mais.

Childe Roland à Torre Negra Chegou: Do poema de Robert Browning, Stephen tirou o nome do protagonista e de outros personagens secundários, bem como a própria Torre Negra como objeto de desejo a ser alcançado pelo protagonista em uma longa e árdua jornada que pode acabar custando sua vida. Como curiosidade, o poema na íntegra foi incluso no posfácio do sétimo e último volume da saga, A Torre Negra.Delfos, A Torre Negra

O Senhor dos Anéis: Da obra de Tolkien, King tirou a ideia de uma longa jornada (até Mordor para destruir o Um Anel vs. até a Torre para restaurar o Mundo-Médio), além de como J.R.R. fez, construir uma linguagem própria (os personagens têm alguns termos próprios, como o já citado “Ka-tet”). O próprio nome do planeta de Roland, Mundo-Médio, é uma homenagem descarada à Terra Média de Tolkien.

– Faroestes: o próprio Roland é um pistoleiro e, com a descrição de King, não é muito difícil imaginá-lo sendo interpretado por Clint Eastwood. O mundo de Roland possui saloons, duelos de revólveres e cavalos são o principal meio de transporte.

– Ficções pós-apocalípticas: há traços de uma tecnologia avançadíssima há muito esquecida. Em sua jornada, Roland encontra ciborgues, carcaças de veículos e computadores e, especialmente no terceiro volume, As Terras Devastadas, essa tecnologia ganha grande importância, quando Roland e seu Ka-tet precisam andar em um monotrilho dotado de inteligência artificial. E durante toda a obra há menções de que pode ter ocorrido um desastre nuclear no mundo de Roland, o que seria a causa de sua sociedade ter regredido à uma organização de Idade Média.

OS PONTOS FORTES E FRACOS

Talvez o grande mérito deste trabalho descomunal seja justamente fazer todos esses elementos, à primeira vista tão díspares, funcionarem em harmonia, sem cair no ridículo. King torna tudo crível, natural e não força as situações nem peca por querer explicar demais. As pistas estão espalhadas, cabe ao leitor juntá-las e formular sua própria explicação para o porquê do atual estado do Mundo-Médio.

Outro ponto forte é que, em um trabalho gigantesco como esse, de inúmeras páginas e com anos de separação entre cada volume, seria muito fácil o autor se perder em sua própria história, cometer erros cronológicos ou simplesmente enrolar demais. Felizmente, não é isso o que ocorre, embora haja sim, alguns problemas.

Para quem já leu pelo menos uns 10 livros do autor, fica fácil reconhecer alguns de seus vícios de escrita. Por exemplo, é muito comum algum personagem repetir sempre uma mesma frase, quase como se fosse um bordão. E essas repetições demasiadas às vezes irritam.

Roland e o Homem de Preto.

Em alguns casos, ele também não dosa bem a escalada das situações que vão sendo apresentadas. Às vezes gasta páginas e mais páginas para construir um conflito de forma meticulosa, em outras apresenta personagens e situações de sopetão, meio do nada e muito rápido, o que vai contra esse desenvolvimento natural proposto na maior parte da trama. Fica parecendo que ele estava meio sem paciência e fez o negócio meio nas coxas para acabar rápido, manja? Esse problema em específico afeta muito o último volume, A Torre Negra.

Outra coisa que é um problema específico da saga A Torre Negra é que é muito comum o autor terminar um volume no meio do clímax, deixando um cliffhanger para o próximo livro. O problema é que nos EUA os livros foram publicados numa média de três a quatro anos entre um e outro.

Ou seja, o sujeito tinha de esperar pê da vida até que Stephen King ficasse a fim de escrever um novo capítulo. No Brasil, como a série só começou a ser publicada depois de concluída, o tempo foi menor. Os volumes foram lançados com seis meses de diferença entre eles. Mas, mesmo assim, custava terminar a história de um livro sem ter de deixar para o começo do seguinte?

No entanto, se não é essa história que vai fazer os críticos esquecerem seus maneirismos típicos e o fato de sua escrita ser comum, sem nada muito rebuscado (o que não é necessariamente ruim, afinal, quem disse que é preciso ser difícil para ser bom?), eles têm de dar o braço a torcer por King conseguir manter a narrativa em um bom nível em um trabalho tão grande. Mesmo em seus piores momentos, ele ainda consegue prender a atenção do leitor e, num saldo geral, os sete livros (talvez menos o último) estão num nível bem superior ao resto de sua obra.

TUDO ESTÁ INTERLIGADO

E por falar em obra, talvez este seja um bom momento para falar das ligações entre A Torre Negra e seus outros livros.

Quando começou a escrever a série, Stephen percebeu que este seria o trabalho de sua vida, a história que, segundo ele, fora destinado a contar. Também percebeu que havia alguns elementos em comum com seus outros livros já publicados.

Delfos, A Torre Negra, Mapa
Um mapa do Mundo-Médio.

Aí, começou a incluir, tanto na Torre Negra, como nos seus outros livros posteriores, elementos de ligação, como personagens em comum, a ideia de que há outros universos sustentados por um nexo, e elementos importantes, se não para a história do livro em questão, para alguma outra coisa que seria a própria Torre.

Desta forma, absolutamente todo o seu trabalho forma um mosaico interligado, que seria um monte de pequenas histórias que formariam apenas uma enorme narrativa principal. Megalomaníaco o sujeito, não?

Alguns livros, como Insônia, têm referências bem claras (e este em particular é quase um volume não oficial da série), outros apenas pequenos indícios que só os fãs mais hardcore são capazes de pescar. Seja como for, há inúmeros sites na internet dedicados a enumerar e discutir essas ligações. De toda forma, outros exemplos disso aparecerão quando falar dos livros em si. E, por sinal, vai ser agora.

O Pistoleiro (The Gunslinger – 1982)

Delfos, A Torre Negra, O Pistoleiro

O começo de tudo. O Pistoleiro reúne os cinco contos (agora transformados em capítulos) originalmente publicados em revistas de ficção científica. Até por ter nascido dessa forma meio despretensiosa (só depois ele percebeu que a trama renderia uma megassaga), esse primeiro livro tem um ritmo mais arrastado e um tanto desconexo com os outros volumes.

Nele, Roland persegue Marten, o Homem de Preto, um dos principais agentes do Rei Rubro, e responsável pela derrocada de Gilead, o reino de Roland (equivalente a um país). O pistoleiro o persegue pelo deserto com o intuito de arrancar dele informações sobre a localização da Torre Negra. Durante a perseguição, Roland conhece o primeiro membro de seu Ka-tet (o grupo que o ajudará em sua jornada), o garoto Jake Chambers.

É o livro mais curto e também o mais chato de ler. Paradão e com um estilo diferente do qual King geralmente escreve, pretensamente mais empolado. Mas serve para apresentar alguns personagens importantes, dar um primeiro vislumbre do Mundo-Médio e definir a personalidade do protagonista.

Nota: 3

A Escolha dos Três (The Drawing of the Three – 1987)

Delfos, A Torre Negra, A Escolha dos TrêsApós alcançar o Homem de Preto, Roland se encontra em uma praia. Atacado por criaturas mutantes e gravemente ferido, através de portas na areia encontra dois outros membros de seu Ka-tet: Eddie Dean, um viciado em heroína da Nova Iorque dos anos 70, e Oddeta Holmes, uma ativista dos direitos civis dos negros nos EUA da década de 60.

Também tem de evitar que Jake Chambers seja morto na Nova Iorque dos anos 80 e lidar com Oddeta, que sofre de dupla personalidade, sendo que esta outra persona, Detta Walker, não ficou nada feliz por ser arrastada para o Mundo-Médio.

Nota: 4,5

As Terras Devastadas (The Waste Lands – 1991)Delfos, A Torre Negra, As Terras Devastadas

Este livro se divide em duas partes. A primeira trata da travessia de Jake, mais uma vez, para o Mundo-Médio, completando o Ka-tet de Roland. Na segunda parte, o grupo precisa atravessar as Terras Devastadas (por algum tipo de radiação) para seguir na trilha da Torre.

Para isso, precisam embarcar em um monotrilho dotado de inteligência artificial na cidade de Lud (que lembra uma Nova Iorque devastada e infestada de homens enlouquecidos por uma guerra). Outro problema: Blaine, o monotrilho, adora charadas, e se não for entretido durante a viagem, destruirá a si mesmo, matando quem estiver dentro dele.

Este terceiro volume esclarece algumas questões (especificamente envolvendo Jake em relação ao primeiro tomo) e apresenta a meta que o grupo deve atingir.

Nota: 4,5

Mago e Vidro (Wizard and Glass – 1997)

Delfos, A Torre Negra, Mago e Vidro

Já este livro funciona como um enorme interlúdio da saga. A jornada até a Torre é interrompida para Roland contar a seus companheiros de viagem um trágico episódio de seu passado, que ajuda a explicar muitas das situações atuais da história.

Na real, é tanto um balde de água fria, já que a história principal não avança, como também é legal por mostrar as origens de Roland, acrescentando muito ao desenvolvimento do personagem.

Nota: 4

Lobos de Calla (Wolves of the Calla – 2003)

Delfos, A Torre Negra, Lobos de CallaStephen King começa a enrolar um pouco demais. Continuando na Trilha do Feixe de Luz (o caminho que leva à Torre), Roland e seu Ka-tet encontram uma vila que é aterrorizada periodicamente pelos tais Lobos. Decidem ajudar, mas logo descobrirão que os ataques estão ligados a seu objetivo principal.

Aqui, há um exemplo claro da inter-relação de A Torre Negra com os outros trabalhos de King. Na vila de Calla, o grupo de Roland encontra o padre Callahan, o mesmo personagem que já havia aparecido no livro A Hora do Vampiro.

Note também o enorme espaço de tempo entre a publicação deste livro e o tomo anterior. King só escrevia um novo episódio da Torre Negra quando a inspiração batia, daí os 20 anos para concluir a história.

No entanto, em 1999 o autor foi atropelado por um motorista bêbado enquanto praticava cooper no acostamento de uma estrada perto de sua casa no Maine. Após passar por várias cirurgias e ficar meses de cama, o escritor se recuperou, mas tomou o fato como um sinal de que não viveria para sempre, e por isso decidiu dar um gás e terminar a série antes que morresse, para não deixá-la sem conclusão.

Nota: 3,5

Canção de Susannah (Song of Susannah – 2004)

Delfos, A Torre Negra, Canção de Susannah

Na minha opinião, o melhor da série. O grupo se divide entre resgatar Susannah (a terceira personalidade de Odetta, uma fusão desta com Detta Walker), capturada pelos servos do Rei Rubro, proteger uma rosa na Nova Iorque de 1999 (na verdade, uma manifestação da Torre Negra naquele universo) e evitar que o escritor Stephen King seja assassinado por um motorista bêbado.

Sim, o autor incluiu a si mesmo na história, transformando-se em um personagem fundamental para que a Torre seja alcançada. Não bastasse isso, também incluiu seu próprio atropelamento da vida real, criando uma das sequências mais tensas da trama. Genial.

Nota: 5

A Torre Negra (The Dark Tower – 2004)

Delfos, A Torre Negra

Sétimo e último volume, com a conclusão do épico. No entanto, se Canção de Susannah foi o melhor livro da série, este sem dúvida é o pior, além de ser também o mais longo (com 870 páginas). Sabe aqueles problemas que eu falei bem lá em cima, de personagens aparecendo aos 45 minutos do segundo tempo, e situações pendentes se resolvendo como num passe de mágica? Pois é, tudo isso acontece aqui.

Há também o final, do qual não vou falar nada para não estragar nenhuma surpresa, mas que é uma das coisas mais imbecis e covardes que eu já li na minha vida. Sem brincadeira, parece que ele não sabia como terminar a história de maneira a agradar todos os fãs e aí resolveu logo chutar o pau da barraca.

Sério, depois de ler as 3.900 páginas e chegar a um fim desse naipe, quase taquei o livro janela afora de tanta raiva (só não o fiz porque, se caísse na cabeça de alguém poderia ser fatal, dado o peso do negócio). Tremendo gol contra que arranha o brilho de algo que estava muito bom até este fatídico ponto. Então, quem se aventurar a ler, pense se vale a pena e, se decidir seguir em frente, esteja avisado, você vai passar nervoso.

Só para se ter uma ideia, eu fiquei tão indignado que simplesmente perdi o tesão e passei uns bons anos sem ler nada do autor…

Nota: 2

O VENTO PELA FECHADURA (The Wind Through the Keyhole – 2012)

Delfos, A Torre Negra, O Vento pela Fechadura

Continuei com minha birra até o lançamento deste livro, onde o autor revisita os personagens da saga, num interlúdio que ocorre cronologicamente entre os volumes e Lobos de Calla.

Seria uma boa oportunidade para consertar o final do sétimo volume, mas não é o que acontece. Como disse no parágrafo acima, O Vento pela Fechadura é apenas um interlúdio que ocorre entre o quarto e o quinto volumes, ou seja, nada acrescenta para a trama principal e você pode ignorar este livro numa boa, que não perderá nada de importante. E por isso mesmo, é completamente supérfluo ao resto da saga.

Aqui, a caminho de Calla, Roland e seu Ka-tet precisam se abrigar de uma borrasca (uma tempestade gigantesca que congela tudo em seu caminho) e, enquanto esperam o temporal passar, Roland conta ao grupo mais uma história de seu passado, em uma de suas primeiras missões como pistoleiro. No meio disso, há uma história dentro da história, que deixa o livro com um clima de aventura infantojuvenil. Não acrescenta nada, mas até que é divertido de se ler.

Nota: 3

A TORRE NEGRA EM QUADRINHOS

Em 2008 foi publicada no Brasil uma minissérie em quadrinhos da Torre Negra. Chamada A Torre Negra – Nasce o Pistoleiro (The Dark Tower – The Gunslinger Born), a série da Marvel Comics em sete edições saiu originalmente nos EUA em 2007 e a ideia era mostrar fatos inéditos do passado de Roland, servindo como complemento aos livros.

Após o término da publicação aqui no país, depois de uma infindável série de atrasos no lançamento de cada número, o que infelizmente já virou marca registrada da Panini, pude constatar que essa informação é errônea.

Na verdade, a série reconta parte da história de Mago e Vidro, mais especificamente o enorme flashback das aventuras de Roland e seus amigos pistoleiros no baronato de Mejis e o trágico romance entre Roland e Susan Delgado. A única diferença é que a trama é mais sintetizada para se adequar ao novo formato. O final, em específico, chega a ser corrido demais em relação ao livro. Mas são os mesmos elementos e a mesma estrutura geral.

Roland no traço de Jae Lee.

Seja como for, a mini tem roteiros do veterano Peter David (partindo do argumento da autora Robin Furth) e a sempre excelente arte de Jae Lee, fora um ótimo trabalho de colorização de Richard Isanove. O próprio Stephen King participou como um consultor da adaptação. Na verdade, é uma boa opção começar por aqui para quem não leu e gostaria de ler os livros e, se gostar, aí sim encarar os sete catataus literários.

A sequência dessa minissérie, com o nome de A Torre Negra – O Longo Caminho Para Casa (The Dark Tower – The Long Road Home), contou com a mesma equipe criativa, mas agora em cinco edições e com uma trama, agora sim, inédita, escrita especialmente para a HQ. Mas os frequentes e longos atrasos na publicação infelizmente persistiram e eu perdi a paciência, desistindo de acompanhar a série na metade, bem como todas as que vieram depois.

Seguiram-se as minis Traição, O Feiticeiro (esta em volume único), A Queda de Gilead e A Batalha de Jericho Hill, todas mais uma vez produzidas pela mesma equipe e todas já publicadas por aqui. A partir daí, as HQs que se seguiram passaram a adaptar os livros, sendo que os dois primeiros tomos já foram cobertos pelas minis The Little Sisters of Eluria, The Battle of Tull, The Way Station, The Man in Black, Sheemie’s Tale, Evil Ground, So Fell Lord Perth, The Prisoner, House of Cards, Lady of Shadows, Bitter Medicine e The Sailor.

O FIM DA LONGA JORNADA

Voltando aos livros, eles foram lançados no Brasil pela editora Objetiva entre 2004 e 2007 (O Vento pela Fechadura foi lançado em 2013 também pela Objetiva, através do selo Suma de Letras), já tendo ganhado algumas republicações desde então, e são bem fáceis de achar.

Bom, mesmo com a impressão deixada pelos meus comentários sobre a sétima parte, ainda assim não me arrependo de ter lido. Agora, se vale a pena você se arriscar ou não, é com você. Só posso torcer para que esta matéria tenha ajudado de alguma forma. E, ao final, ela ficou tão épica quanto a busca de Roland pela Torre. Só não espere outros seis textos interligados!