Top 5: Filmes de 2008 (Homero)

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Este é o meu primeiro Top 5 no DELFOS. E, caramba, foi difícil tentar classificar os cinco. Primeiro porque acabo vendo muito pouca coisa ao longo do ano, graças a um trabalho integral que me obriga a fazer horas-extra com freqüência. Segundo porque fiquei imaginando quais filmes seriam dignos de entrar para o Top 5. Não deviam ser apenas filmes bons, mas os melhores filmes. E tenho certeza de que dois filmes que poderiam estar nesta lista ficaram de fora porque não consegui assistir: Ensaio Sobre a Cegueira e Rebobine, Por Favor. No entanto, considero os filmes listados como excelentes exemplos da sétima arte que pude ter o prazer de assistir em 2008.

5 – Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight – EUA – 2008)

Eu tenho uma certa birra com esse filme do morcego. Afinal fomos bombardeados com tantas informações, virais e tudo mais que simplesmente tinha a sensação de que era proibido não achá-lo uma obra-prima. Apesar de estar bem longe de uma obra-prima do cinema, e de não ver nada de extraordinário na atuação de Heath Ledger como o Coringa, devo concordar que O Cavaleiro das Trevas é um filmão. Ele tem uma boa história, personagens interessantes e ação de tirar o fôlego. Minha única reclamação é com o excesso com que Christopher Nolan martela as frases de efeito em nossa cabeça, praticamente tentando nos convencer de algo. “You either die a hero or live long enough to see yourself become the vilain“, “Why so serious” e “You’re not the hero that Gotham wants, but the one this city needs” são apenas algumas daquelas repetidas ao menos três vezes ao longo das duas horas e meia de produção. Santa lavagem cerebral, Batman!

4 – Homem de Ferro (Iron Man – EUA – 2008)

Este era um filme para o qual não tinha qualquer expectativa. Eu realmente fui ao cinema sem a mínima noção do que esperar. E como ele me surpreendeu! Robert Downey Jr. estava fantástico como Tony Stark / Homem de Ferro e Gwyneth Paltrow ruiva e linda como Pepper Pots. O filme já começa com ação e consegue intercalar com perfeição as piadinhas e situações cômicas, perfeitas para o humor ácido de Stark. Confesso que ri muito alto na cena em que Tony Stark testa os propulsores dos pés pela primeira vez e fiquei me segurando na cadeira durante a cena com os caças. Definitivamente, uma das melhores adaptações de um personagem de quadrinhos até hoje, ao lado de Homem-Aranha 2 e Hellboy.

3 – Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull – EUA – 2008)

Pura magia. Meu pai tinha o Caçadores da Arca Perdida gravado em uma velha fita VHS, logo após o fim de Guerra nas Estrelas: O Retorno de Jedi. Também perdi a conta do número de vezes com que me surpreendi com a cena do jantar indiano em Indiana Jones e o Templo da Perdição, bem como morri de medo na parte em que um homem tem seu coração arrancado. Também já assisti a Indiana Jones e a Última Cruzada inúmeras vezes. No entanto, faltava alguma coisa: nunca havia visto um Indiana no cinema. E, hell, yeah, como foi bom realizar este sonho! Assisti ao filme inteiro com um sorriso de orelha a orelha. Ele contrabalanceou perfeitamente os momentos de ação com comédia ao estilo Indiana, além de manter os elementos de misticismo e descoberta da trilogia anterior. Pode ter certeza de que este já tem um cantinho especial no meu coração.

2 – Speed Racer (idem – EUA – 2008)

Em uma época em que só se pensa em transformar personagens místicos e super-heróis em versões verossímeis e pé-no-chão, os irmãos Wachowsky seguem pelo caminho contrário. Sem medo, abraçam o exagero e a psicodelia para adaptar um dos desenhos animados mais saudosos dos anos 60. Fizeram isso com maestria, mas infelizmente pagaram o preço da inovação, recebendo várias críticas da mídia especializada e do público comum, refletidas numa arrecadação abaixo da esperada. É possível que nunca vejamos um Speed Racer 2, mas será realmente necessário? Speed Racer já fez muito pelo cinema ao abraçar a originalidade e as raízes da animação, associando animê, cinema e video-games em uma única produção, criando e adaptando técnicas narrativas. O filme pode ter um roteiro bem simples, mas tem o melhor tratamento visual dos últimos anos, o que lhe valeu o segundo lugar neste Top 5.

1 – Wall-e (idem – EUA – 2008)

O robô mais fofo do cinema, sem a menor sombra de dúvida. Apesar de não ser tão tremendão quanto o nosso querido R2, Wall-e conseguiu nos fazer sorrir com sua sinceridade, determinação e paixão. E manter interessantes 40 minutos de filme apenas com música, efeitos sonoros e vozes digitalizadas não é para qualquer um, não! Muito menos fazer meninas simpatizarem com uma barata! Mais uma obra de arte da Disney-Pixar, que nos faz refletir sobre a natureza da humanidade e continuar acreditando que, apesar dos pesares, a vida vale a pena. Um primeiro lugar muito bem merecido.

Menção Horrorosa – O pior do ano: Salve-se Quem Puder (Postal – EUA/Canadá/Alemanha – 2007)

Alguém, pelo amor do deus Metal, pare o Uwe Boll! O Corrales tem meu ódio eterno por me convencer a alugar este filme com a sua resenha. Não, Salve-se Quem Puder não é nem um pouquinho bom, passando longe de mediano. Ele é ruim. É pior do que ser atropelado por um caminhão ao mesmo tempo em que um raio cai na sua cabeça depois de abrir o guarda-chuva emperrado em uma tarde de domingo chuvosa no centro de São Paulo. Submeti-me a uma hora e meia de tortura excruciante, apenas para dar uma segunda chance ao Bolinha. Há piadas engraçadas, mas 99% delas são ruins, forçadas, sexualmente apelativas ou escatológicas. Vou começar a treinar boxe para tentar parar este maníaco. Ele deve ter um trauma de infância por nunca ter ganhado um Atari no Natal, só pode!

D&D: Decepção Delfiana: O Incrível Hulk (The Incredible Hulk – EUA – 2008)

Por que ninguém consegue fazer um filme perfeito do Hulk? De todos os personagens da Marvel, ele tem o maior potencial dramático, sendo essencialmente um monstro descontrolado. Além disso, também tem poder destrutivo o suficiente para acabar com toda a cota de figurantes de Hollywood em uma única cena. Por que é que ninguém consegue encontrar esse equilíbrio? Talvez isso não seja algo trivial, pois até mesmo os autores de quadrinhos não sabem como retratá-lo na maior parte do tempo. Tentando se livrar do estigma de “parado” do filme de Ang Lee, a Marvel resolveu apostar todas as suas fichas na ação. Acontece que desta vez ela ficou sem sentido e muitas vezes desnecessária, além de ignorar quase que completamente o drama pessoal de Bruce Banner para controlar seu monstro interior. O que Ang Lee fez muito bem no primeiro, Louis Leterrier não soube fazer nesse, e vice-versa. Talvez no próximo reboot eles acertem…

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